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Mestre Lourival Igarapé se apresenta no Arraial de Todos os Santos

O carimbozeiro de quase 71 anos apresenta as músicas autorais do EP de estreia.

Enize Vidigal
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Prestes a completar 71 anos de idade e com um EP de 12 músicas recém-lançado, Mestre Lourival Igarapé apresenta o repertório autoral neste domingo, 3, às 21h, no Arraial de Todos os Santos, na sede da Fundação Cultural do Pará (FCP), antigo Centur. Cantor e compositor da cultura popular, ele teve gravada por Nazaré Pereira e Lauvaite Penoso a canção “Queimadas”, que é um grito em defesa da natureza.

“A vida se acabando, as fontes todas secando, sem ter água pra beber. Mas um dia a terra gira para o lado do bem. Faz nascer novas sementes na cabeça dessa gente que não pensa em ninguém. É aí que a coisa muda, toda muda terá vida, toda muda terá sol e faz girar um girassol”, diz trecho de “Queimadas”. Uma das características desse mestre do carimbó é a preocupação com um futuro sustentável, que transparece em suas letras. 

“Podem esperar muita música autoral e com uma galera nova, empolgada, nós vamos para conquistar o público”, antecipa Lourival. Ele será acompanhado pelos carimbozeiros Luciane Bessa, Yago Martins, Cris Salgado, Priscila Duque, Ariel, Índio Moreno e Sheetara das Maracas. 

O EP lançado no  final do ano de 2021 contou teve a participação de 32 carimbozeiros de diferentes gerações, como Ney Lima Pela Paz, parceiro do mestre em “Queimadas”,  Hugo Caetano (Falsos do Carimbó) em “Flores para Iemanjá” e  Priscila Duque (carimbó Cobra Venenosa) na faixa “Mistura de Terreiro”. A canção “Pajezinho” é um alerta de que “água sumiu sumiu”. "Chuva de Sapo” é uma observação do cotidiano do mestre que presenciou o reencontro de um casal de sapos. 

Trajetória 

Lourival Monteiro Barros nasceu no Caripi, no município de Maracanã, e cresceu em Igarapé-açu, Nordeste do Pará, berço do carimbó. Chegou a Belém nos anos 70, onde teve várias profissões, como mecânico de carros, iniciou  na música após os 40 anos de idade, como maraqueiro, e só começou a compor aos 55 anos. Ele é mestre construtor de instrumentos.

Nos anos 90, foi morar em Icoaraci, onde participou do Getam (atual Balé Folclórico da Amazônia- BEFAM). Ele gravou com o grupo Curimbó de Bolso e passou pelos grupos Choro do Pará, Sabor Marajoara e Grupo Paidégua.

Com o intuito de preservar o carimbó, ele criou uma escola de carimbó na casa dele, no bairro do Paracuri, onde dá aulas gratuitas de instrumentos, como banjo e o curimbó.  “Eu observo uma pessoa que está aprendendo e o que puder dar um empurrãozinho, eu dou. Eu tenho uma emoção muito grande em transmitir. Faz parte da minha história e para que ela continue eterna”, declara.  

 

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