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Mestre Damasceno canta as toadas do 'Búfalo-Bumbá' em live

A transmissão será ao vivo, pelo Facebook, neste sábado, 12

Enize Vidigal
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O Mestre Damasceno, de Salvaterra, no Marajó, fará uma quadra junina virtual com as toadas do “Búfalo-Bumbá Segredo das Meninas” no próximo sábado, 12, Dia dos Namorados. Ele será acompanhado por oito músicos do Conjunto de Carimbó Nativos Marajoara e dois atores trajados de búfalo e de vaqueiro. A live terá participação especial do vocalista Eliezer, do grupo folclórico Cruzeirinho de Soure, acompanhado de um boizinho daquele município. A transmissão ao vivo inicia às 17 horas, pelo perfil do Nativos Marajoara, no Facebook.

Se na Amazônia a apresentação dos bois é uma manifestação folclórica típica da quadra junina, no Marajó essa tradição foi adaptada ao búfalo, animal cuja manada tem maior representatividade do que o gado comum. O Búfalo-Bumbá Segredo das Meninas é reproduzido há 34 anos na cidade de Salvaterra.

Mestre Damasceno, de 66 anos, vai cantar as toadas, intercalando com histórias do Búfalo-Bumbá. “O búfalo começou com uma brincadeira de amigos, em 1987. Ele participou de diversos concursos comunitários de municípios do Marajó, ganhou título de um dos melhores boi-bumbás no concurso do Centro Comunitário de Soure”, orgulha-se Mestre Damasceno. A tradição chegou a contar com muitos participantes, mas a manifestação acabou perdendo força com o tempo “devido à falta de apoio”, conta.

“A gente já não leva ele pra rua, mas há cerca de cinco anos, a gente tem feito o arrastão com ele, chamado ‘Carimbúfalo’, que sai da Praia Grande, de Salvaterra, até a praça da cidade”, descreve. Na praça culminam os festejos juninos com carimbó. O evento costumava acontecer no Dia de Santo Antônio, 13 de junho. Ao longo desse período, os bois de várias cidades próximas se juntaram ao arrastão, ampliando o evento, que, há três anos, tornou-se o Festival Marajoara de Cultura Amazônica, conforme explica o mestre.

Devido à pandemia, o festejo do Búfalo-Bumbá foi adaptado ao formato virtual. O acesso do público à Posada Boto, de onde a live será transmitida, será restrito, e para as poucas pessoas presentes serão entregues gratuitamente um copo de mingau de milho branco e pipoca, como manda a tradição local.

Cultura

A vida inteira o Mestre Damasceno participou da tradição do boi junino. “O primeiro boi que coloquei chamava-se ‘Bela Prenda’ e depois coloquei outros bois e participei dos bois de outras pessoas e depois voltei a ter o meu, que é o ‘Búfalo-Bumbá’”, recorda. Ele nasceu na Comunidade Quilombola Salvar, em Salterra.

A animação desse mestre não para por aí. Quando for possível, ele pretende retomar a tradição da comédia do Búfalo-Bumbá, que é o teatro encenado pela comunidade sobre a história desse personagem, e as apresentações em escolas da cidade. “A minha vontade é voltar desse jeito”.

O projeto da live foi selecionado pelo Edital de Culturas Populares, da Lei Aldir Blanc, realizado pela Fundação Instituto para o Desenvolvimento da Amazônia (Fidesa), Secretaria de Cultura do Pará (Secult), Secretaria Especial da Cultura e Ministério da Cultura.

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