Mateus Moura lança 'A Imitação do Vento' no Teatro Waldemar Henrique neste sábado (03/05)

Há artistas que se aprofundam em uma linguagem, como música, fotografia ou dança, e outros que utilizam a criatividade para explorar diversos territórios de invenção. O cantor e compositor Mateus Moura é do segundo tipo, como atestam seus 10 anos de carreira, com trabalhos como roteirista, produtor e diretor de cinema, dramaturgo e ator, dentre outras atividades. Neste sábado, 3, ele realiza o show de lançamento do álbum “Imitação do Vento”, no Teatro Waldemar Henrique (Avenida Presidente Vargas, 645), às 20h.

A partir da vivência com cinema e teatro, além da música, Mateus observa que cada uma das experiências traz aprendizados que corroboram para a prática da produção. Como todo artista independente, ele é também produtor de seus trabalhos. “Quando eu vou para o estúdio gravar, para mim é o mesmo que ir para um set de gravação. Eu preparo a ordem de gravação, dirijo o ‘elenco’, como se fosse uma gravação de cinema. Por outro lado, quando estou editando cinema, eu penso em música, penso em clave, conto compassos. Já quando eu vou fazer um show, como agora com A Imitação do Vento, que levou cinco anos gravando e agora vai para o palco, eu puxo toda a minha experiência com teatro. Eu não consigo fazer um show de música sem pensar qual vai ser o figurino, a dramaturgia, a iluminação. Não faço cenas, mas sempre tem um detalhe, detalhe cênico, uma entrada ou uma saída que tem um ‘cheiro’ de teatro. Hoje eu integro muito essas coisas todas”, explica.

Após cinco anos de trabalho no Guamundo Home Studio, do também cantor e compositor Renato Torres, o álbum chega ao palco e ao público reunindo canções que já foram mostradas em outras ocasiões e projetos. “Venho soltando spoilers há um tempo: 7 das 12 faixas do álbum já circulam pelas rádios e pela internet”, destaca. A primeira aparição das músicas se deu em 2018, dentro do ato cênico “Árvore de Mim”, da atriz-performer Michele Campos, quando três músicas de A Imitação do Vento foram inseridas na dramaturgia do espetáculo.

Conheça a canção "Manhãzinha"

Em abril de 2020, Mateus lançou o single “Manhãzinha”, em parceria com a cantora e compositora Lariza, que hoje mora em Marabá. Em maio de 2022, foi a vez do EP “Capítulo I”, que destacou músicas de faceta nordestina. Já em novembro de 2024, o músico lançou “Capítulo II”, que trouxe a parte do que seria a verve mais espiritual do álbum.

“Tentei passar em edital, mas nunca rolou. Então fui fazendo do jeito que dava, pendurando a conta e contando com a generosidade de quem acredita”, disse em entrevista ao site Holofote Virtual. Nesse processo, a parceria com o Guamundo Home Studio foi fundamental. Renato Torres, que estará como convidado no show deste sábado, atuou em diferentes frentes do trabalho, tocou violões, criou arranjos de sopros, convidou músicos e acompanhou diversas etapas da gravação. “A gente se acompanhou nesses dez anos de música e o disco carrega essa história. É também sobre isso: o tempo compartilhado com quem nos escuta de verdade”, afirmou Mateus, também para o site.

Na concepção musical, o show “Imitação do Vento” possui diferenças do que Mateus tem produzido ao longo dos anos. Diferente das gravações que costuma fazer, com diversos instrumentistas e mudanças de sonoridade, na apresentação optou por arranjos minimalistas, com poucos companheiros de cena. No palco do Teatro Waldemar Henrique, acompanham Mateus o multi-instrumentista Pedro Imbiriba, que executa violão, baixo e bandolim, e Sonyra Bandeira, nos sopros. Mateus destaca que sempre admirou o trabalho da instrumentista. No show, como no álbum, os sopros são metáfora e presença do vento, segundo ele. Como convidados do show, além de Renato Torres, estarão presentes o cantor Íris da Selva e as cantoras Cacau Novais e Otânia.