Cultura paraense invade a Virada Cultural de São Paulo

Pela primeira vez, a aparelhagem Crocodilo ocupa o Vale do Anhangabaú por 24 horas. Shows de Viviane Batidão, Manoel Cordeiro, Gaby Amarantos, Jaloo e Gang do Eletro levam o som do Pará para o coração de São Paulo.

Matheus Viggo

A música paraense vai tomar conta da Virada Cultural de São Paulo, que acontece neste fim de semana, dias 24 e 25 de maio. Pela primeira vez, a aparelhagem Crocodilo desembarca na capital paulista e ocupa o Vale do Anhangabaú durante 24 horas de programação gratuita, das 18h de sábado às 18h de domingo.

Viviane Batidão: batida e afirmação na madrugada

A cantora Viviane Batidão também se apresenta na Virada, na madrugada de domingo (25), às 4h, no Largo do Arouche. Ela ainda faz uma participação especial no show do Crocodilo, também no domingo. “Estar na Virada é mostrar que o Norte também é protagonista. Vamos levar a batida, o visual e a energia do Pará para um espaço que muitas vezes não está habituado a nos enxergar assim. É um momento de afirmação. A aparelhagem é celebrada, é resistência, é força. Que o público sinta isso e saia transformado!”, afirma Viviane Batidão.

Manoel Cordeiro comanda o Baile do Papai

Quem também leva o som do Pará para o evento é o cantor e guitarrista Manoel Cordeiro, que sobe ao palco Sé, no Centro Histórico de São Paulo, na madrugada de domingo, às 3h, comandando o Baile do Papai. O músico explica que o projeto tem como objetivo valorizar e divulgar a música amazônica. “É mostrar a nossa música — guitarrada, brega, lambada, carimbó — de uma forma legítima, uma expressão legítima da nossa cultura”, destaca.

No show, ele convida as cantoras Natália Matos e Ariel Moura, além do saxofonista Toninho, que integra uma homenagem aos mestres do sax da Amazônia.

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Crocodilo: arte, som e resistência em 22 metros

O DJ Marlon Beats, da aparelhagem Crocodilo, reforça a importância desse momento: "É uma conquista do Crocodilo e de toda a nossa cena! Vamos mostrar que as aparelhagens têm força, história e estrutura para circular."

A estrutura, que também funciona como uma instalação artística, chega a São Paulo em uma carreta de 22 metros que partiu de Belém, trazendo equipamentos, montadores e os famosos carregadores de aparelhagem.

Participações especiais elevam o palco do Crocodilo

A participação na Virada Cultural marca a segunda apresentação do Crocodilo fora do Norte, depois de estrear no Festival de Paredão, no Rio de Janeiro. Agora, chega a São Paulo levando toda a potência sonora e visual para um dos maiores eventos culturais gratuitos do país.

"O sentimento é de gratidão por levarmos a cultura das aparelhagens e a identidade do Pará para São Paulo. É uma conquista não só do Crocodilo, mas de toda a nossa cena: das aparelhagens, das bandas, do brega e do tecnobrega. Tenho certeza de que o público vai se encantar com o nosso som, com a nossa história e com o nosso rock doido", comenta Marlon Beats.

O show do Crocodilo contará com participações especiais de nomes que representam a cultura paraense no cenário nacional, como Gaby Amarantos, Jaloo, Miss Tacacá e Gang do Eletro.

Gaby Amarantos: “Vamos botar todo mundo pra tremer!”

“Estou muito feliz de ver a nossa cultura da periferia de Belém chegando a São Paulo. O Crocodilo representa as nossas aparelhagens e, como artista que sempre divulgou esse movimento, é uma honra cantar com eles. Quem não conhece vai sentir o gosto do que é uma festa de aparelhagem de verdade. E, pra quem é paraense e mora aqui, vai ser uma chance linda de matar a saudade. Vamos botar todo mundo pra tremer!”, diz Gaby Amarantos.

Jaloo e Miss Tacacá: raízes e ocupação de espaços

Jaloo também sobe ao palco com um DJ set inédito na performance do Crocodilo. “Estar no Crocodilo, trazendo a sonoridade do Norte, é uma forma muito simbólica de voltar às minhas raízes. Me dá força, orgulho e reafirma o valor da nossa música. É sobre mostrar que o que nasce no coração da Amazônia também pode ocupar qualquer lugar com potência e beleza”, destaca.

“É muito significativo pra mim estar tocando em cima do Crocodilo, em um espaço que historicamente foi dominado por homens. Depois de oito anos em São Paulo levando essa cultura e ocupando o circuito eletrônico, tocar nessa estrutura é mágico. É um sentimento de conquista, de gratidão, de realização”, compartilha Miss Tacacá.

Gang do Eletro: pororoca sonora no centro de SP

A Gang do Eletro reforça a potência da música que nasce nas periferias do Norte. A vocalista Keila fala sobre esse momento: “Estar nesse palco com uma aparelhagem no centro de São Paulo é levar nossa pororoca, nossa força e nossa cultura da periferia do Norte para um espaço que precisa nos ver. A Gang tem um legado e representa um pedaço vivo da história da música paraense. Esse momento confirma que seguimos fazendo um trabalho importante e necessário.”

Instalação imersiva no Vale do Anhangabaú

Toda a estrutura do Crocodilo funcionará como uma instalação artística imersiva no Vale do Anhangabaú. A montagem, que será documentada, mostra como a cultura das aparelhagens une tecnologia, tradição e identidade amazônica.

“A cultura das aparelhagens é um espetáculo visual que une tecnologia e tradição do povo paraense. Ver o Crocodilo em São Paulo é mais que entretenimento: é um reencontro com raízes nossas e uma chance de mostrar toda a força, beleza e criatividade da cultura do Norte fora do seu território. Como paraense vivendo aqui, é emocionante ver esse movimento ocupando novos espaços. É para quem nunca viu, que vai ter oportunidade de conhecer, e para quem está longe de casa, se sentir à venda em São Paulo”, afirma Ane Oliveira, produtora artística responsável.

Setlist com carimbó, tecnobrega e rock doido

O setlist da aparelhagem promete muito rock doido, melody, carimbó, merengue, lambada, funk e versões tecnobrega de sucessos nacionais e internacionais. A proposta é adaptar a experiência a diferentes públicos, sem perder a essência da Amazônia. “É sobre ocupar novos espaços e fazer com que mais gente conheça o nosso movimento, que é forte e carrega a cultura do Pará de um jeito único”, reforça DJ Marlon Beats.

Programação Crocodilo na Virada Cultural

Sábado, 24 de maio

  • 18h - Abertura com DJs do Crocodilo
  • 19h - Belo
  • 20h30 às 22h - DJ Croco
  • 22h - Silva
  • 23h30 - Gang do Eletro (participação Crocodilo)
  • 1h - Orquestra Baobab
  • 2h30 - DJ Croco convida Gaby Amarantos
  • 4h - La Delio Valdez
  • 6h - The Skatalites

Domingo, 25 de maio

  • 7h30 às 9h - Croco Dorme
  • 9h - Olodum
  • 10h30 - Miss Tacacá (DJ set Crocodilo)
  • 12h às 13h35 - Marina Lima
  • 13h30 - Jaloo DJ Set (Crocodilo)
  • 15h - Liniker
  • 16h30 - DJ Croco convida Viviane Batidão
  • 18h - João Gomes

SERVIÇO

Aparelhagem Crocodilo na Virada Cultural 2025
Quando: das 18h de sábado, 24 de maio, até as 18h de domingo, 25 de maio
Onde: Vale do Anhangabaú
Entrada: gratuita
Mais informações: viradacultural.prefeitura.sp.gov.br

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