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Compositor André Nascimento promove oficina sobre trajetória do carimbó em Belém

Formação será realizada no Sesc Ver-o-Peso e é voltada a todos os que se interessam pelo gênero musical

Giullia Moreira | Especial para O Liberal
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Para além do espetáculo, o carimbó é uma filosofia de vida paraense. Com base neste pensamento, o compositor e músico André Nascimento, grande referência da música paraense, realiza entre os dias 27 de fevereiro e 1 de março a oficina “Cu-rim-bó: A música sagrada da floresta”. As inscrições são presenciais e devem ser feitas no Sesc Ver-o-Peso até a próxima segunda-feira (26).

A formação de 4 dias, dividida entre tópicos teóricos e práticos, fará um passeio pela historicidade ancestral e étnica do carimbó e suas ramificações na região amazônica. Segundo André Nascimento, esta será uma oportunidade para conhecer este gênero musical não apenas como uma parte da música local, mas como uma fonte rica e inesgotável de conhecimentos e saberes da Amazônia, encantos e natureza. Esta é a primeira vez que a oficina “Cu-rim-bó” é realizada no Pará, já tendo passado pelos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.

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“Esta referência terá grande apoio na pesquisa produzida pelo professor Antonio Maciel, que estudou durante anos sobre o carimbó, o imaginário amazônico e as tradições em torno desta cultura. Ele me inspirou demais e foi o primeiro pesquisador brasileiro a de fato de debruçar sobre o assunto, há mais de 40 anos”, destaca o artista. “No entanto, eu também compartilharei muito conhecimento que adquiri ao longo dos anos como pesquisador autodidata da música do Pará.”

André possui uma relação especial e profunda com o carimbó. Desde criança, acompanhava o tio saxofonista, em Curuçá, em diversos eventos culturais e artísticos. Já em 1993, junto a amigos, André criou a banda Epadú, que unia o rock ao carimbó. Até hoje, o compositor continua estudando e entendendo o carimbó, concentrando seus esforços em descobrir quem foram as pessoas responsáveis pela propagação do carimbó no Brasil e no mundo, evitando limitar o conhecimento a apenas locais de origem ou datas específicas.

“É claro que há locais onde essa música se desenvolveu mais, porém me interessa muito mais saber quem estava lá. O carimbó não é apenas um estilo de música, mas ele nasce a partir da espiritualidade, do entender e celebrar a relação do homem com a natureza. É algo que transcende a técnica ou apenas uma sonoridade. É uma forma de vida, uma experiência transformadora para quem quer de fato vivenciar essa cultura. Por essa razão, na oficina não teremos só conhecimento teórico, teremos um momento para experimentar a dança e o toque. Convido todos, inclusive, a levarem quaisquer instrumentos e irem com um muda de roupa confortável, pois queremos fazer uma roda muito divertida e viver o carimbó na essência ”, explica o artista.

Em 2024, o carimbó completa 10 anos como patrimônio cultural imaterial brasileiro. Neste contexto de celebração e para além da oficina, André volta a Belém e ao Marajó, para a gravação do videoclipe oficial de “Barreira do Mar”, com a cantora francesa Anouk Lacoste. A canção, criada em 2010 e popularizada em 2014, ganhou versões ao longo da última década com vários artistas. Desta vez, André resgata seu grande sucesso em um momento de sinergia e conexão com a sua ancestralidade.

“Eu sou um artista intuitivo. Tudo na minha música é comunicação com aquilo que eu vivencio, então a gravação oficial de ‘Barreira do Mar’ acaba surgindo de forma espontânea, natural, com uma artista muito querida, e conversa com o Pará em um momento em que os olhos do mundo estão direcionados a nós”, conclui. “Precisamos manter viva a nossa cultura e as nossas tradições, costumes, ancestralidades, e nada melhor do que o carimbó para ser esta ponte da Amazônia com o mundo”. A previsão de lançamento do videoclipe é para julho deste ano.

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