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Morre Niède Guidon, aos 92 anos, a arqueóloga referência nas Américas

Pesquisadora liderou as escavações na Serra da Capivara, no Piauí, e deixou como legado um dos maiores sítios arqueológicos do mundo e a luta pela preservação do patrimônio cultural brasileiro.

Matheus Viggo

A arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon faleceu na madrugada desta quarta-feira (4), aos 92 anos, em São Raimundo Nonato, no Piauí. A informação foi confirmada por Marian Rodrigues, diretora do Parque Nacional da Serra da Capivara. Niède foi uma das maiores referências da arqueologia nas Américas. Liderou escavações na Serra da Capivara que transformaram o entendimento sobre a presença humana no continente. Pesquisadora, professora universitária, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico, deixou um legado imensurável para a ciência.

Ela foi responsável pela criação do Museu do Homem Americano e por transformar a região da Serra da Capivara em um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo, além de ser uma voz ativa na preservação do patrimônio cultural e ambiental brasileiro. Nascida em 12 de março de 1933, em Jaú (SP), filha de pai francês e mãe brasileira, Niède formou-se em História pela Universidade de São Paulo (USP) em 1959. Foi morar na França, onde lecionou, e retornou ao Brasil em 1970, quando conheceu as pinturas rupestres de Coronel José Dias, no sul do Piauí.

Durante suas pesquisas, encontrou registros rupestres com datações que chegam há quase 30 mil anos. Posteriormente, concluiu seu doutorado em Pré-História pela Universidade de Paris, em 1975. O Governo do Brasil lamentou profundamente a morte da arqueóloga, destacando seu papel revolucionário na história da ciência.

“As famosas inscrições em pedra descobertas por ela na Serra da Capivara, no Piauí, apontam vestígios da presença humana no local há mais de 60 mil anos (muito antes do que se acreditava). Niède enfrentou a descrença de alguns pares e lutou a vida toda pela preservação e reconhecimento do local. Deixa como legado o Parque Nacional Serra da Capivara, Patrimônio Mundial da Humanidade, a Fundação Museu do Homem Americano, que funciona no local, e a certeza de que ciência também se faz com muita luta e coragem”, disse em nota.

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Cultura
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