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Desfile de Moda Marajoara inclusiva alcança modelos com deficiência

Evento terá transmissão pela internet; confira

Vito Gemaque
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O mundo da moda é conhecido por propagar um padrão de beleza que as pessoas precisam se adequar. Para desconstruir esse estereótipo, no sentido oposto, será lançada neste sábado (02) a nova coleção da Moda Marajoara, no Hotel Marajó, no sábado (02), a partir das 19h. O desfile será transmitido pelo perfil @moda_marajoara no Instagram. O projeto foi selecionado pelo Edital de Moda e Design da Lei Aldir Blanc Pará.

O projeto foi criado em 2015 para regionalizar as peças com o jeito, as cores e os formatos das mulheres paraenses. Neste ano as peças estarão envoltas no tema inclusão com a homenagem à Associação de Pais e Amigos da Pessoa com Deficiência do Município de Soure. O evento abre com uma roda de conversa hoje aberta ao público na Casa da Cultura Cruzeirinho com o tema “Arte e tradição marajoara para todos”.

A coleção de 13 peças adaptadas para as pessoas com deficiência contém botões e velcro para facilitar a utilização das roupas às pessoas cadeirantes. “A inspiração vem através da obra do padre Giovanni Gallo com os motivos marajoaras, onde ele catalogou peças marajoaras e transformou em ponto cruz para dar renda à comunidade marajoara. A nossa inspiração principal foi resgatar as bordadeiras homenageando as pessoas com deficiência que fizeram parte do projeto como instrumentos para que essa produção viesse a acontecer. É uma coleção com leveza e delicadeza”, destacou a produtora cultural Andrea Scafi.

As peças foram produzidas pela designer de moda e acadêmica Sarah Magno, de 20 anos, que desenhou toda coleção 2021/2022 do Projeto Moda Marajoara. A ideia da estilista foi dar conforto para todas as mulheres. Todos os detalhes foram pensados para agradar como uma costura reta sem overloque de forma muito fina para não machucar os corpos. “A ideia é que fosse uma proposta real para elas se vestirem confortavelmente. O que eu fiz foi desenvolver toda uma modelagem que fosse aberta nas laterais das peças. As moças cadeirantes poderiam se vestir somente abrindo as laterais. O que fez optar por maiôs que não tivessem costura, para assim não entrar areia para não incomodar as partes intimas”, conta.

Todas as modelos do desfile foram mulheres integrantes da Associação. Uma dessas mulheres homenageadas é a presidenta da associação, Derci Silva, que ficou muito contente com a inclusão das mulheres portadoras de deficiência. “Fui homenageada através da produção do bordado que fizemos para as roupas”, diz. “Foi um sonho, nunca imaginei que fosse ser realidade, fiquei muito feliz e valorizada”, complementou.

Essa possibilidade das mulheres de Soure trabalharem com sua experiência de bordado e também vestirem as peças para o desfile proporcionou um aumento da autoestima. “Nós sentimos com a autoestima lá em cima, porque temos os mesmos direitos de nos sentirmos bonitas e mostrar essa beleza que não é apenas física, é uma beleza que vem de dentro da gente  também”, assegura.

A coleção tem também trabalha com o tema sustentabilidade. Além do bordado marajoara, são utilizadas sementes de açaí já beneficiadas, dando cor e leveza a cada peça. Segundo a idealizada Andrea Scafi, a ideia é comercializar as peças futuramente. “A ideia é que as bordadeiras, costureiras, as mulheres empreendedoras da região possam produzir peças para serem comercializadas no próprio município, em lojinhas virtuais e até mesmo vendas em Belém para que os nossos turistas possam ter acesso a peças que tenham lembranças de nossa região”, destacou. 

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