Marcelo Jeneci e Allex Ribeiro se encontram em Belém para cantar o que se quer dizer

O encontro desses dois artistas se dará em dois momentos: no sábado (13), às 21h, na Cervejaria Cabôca, e no domingo (14), às 17h30, no Teatro Margarida Schivasappa, no Centur

Eduardo Rocha
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A canção parte da poesia do dia a dia, de dentro e fora do ser, e atinge em cheio a quem a ouve. Fisga a pessoa a ponto de cantarolar versos e acompanhar o ritmo com os pés, com palmas, envolvendo-se por inteiro. E quando se canta junto, aí é que tudo fica mais forte. Esse tom se conecta com a proposta do show que os cantores e compositores Marcelo Jeneci (SP) e Allex Ribeiro, paraense de Bragança, apresentarão em Belém neste final de semana, em dois momentos. Neste sábado (13), às 21h, será na Cervejaria Cabôca, e, no domingo (14), às 17h30, no Theatro Margarida Schivasappa, no Centur. Basta conferir os versos: "Felicidade é só questão de ser", de "Felicidade", de Jeneci, e em "o amor desafiando o tráfego", de "Coração de Mosquito', de Allex. Agora, versos apresentados em uma sonoridade diversa, que vai da balada ao violão ao forró com tudo o que tem direito em arranjos caprichados. Músicas como "Eu sei de Cor", gravada por Jeneci e Gaby Amarantos no álbum "Night Clube Forró Latino", e "Sina versus sonhos", interpretada por Allex Ribeiro e Nilson Chaves, são convites para o show em Belém.

Marcelo Jeneci está na estrada desde 1982. "Dizem que a vida é pra ser uma 'brincadeira', do começo ao fim… Sinto o tempo por dentro dele, como se tudo fosse o mesmo ano ainda. Aos 13 anos de idade, OsWaldinho do acordeon, me levou pra gravar no disco de Jerry Asriane. Oswaldinho foi meu primeiro padrinho musical. Ele frequentava a casa de meu pai, porque meu pai, seu Manoel Jeneci, é o melhor eletrificador de sanfona do Brasil. De Sairé Pernambuco, para o Brasil. E cuidava de sua sanfona. Aos 17, Dominguinhos me emprestou uma sanfona pra eu entrar na banda de Chico Cesar. As 28, fiz meu primeiro disco, 'Feito Pra Acabar'. Aos 43, estou caminhando para meu sétimo disco", conta Jeneci.  

Ele diz que o encontro musical com Allex Ribeiro vai ser dar no calor do momento. Allex idealizou o show e o chamou. Jeneci destaca que admira no trabalho de Allex Ribeiro "a habilidade e consciência na linguagem da canção". "A gente nao pensou esse show. A gente sonhou. E agora vamos viver. Bora?", convida Marcelo, relatando que suas canções surgem "do trabalho braçal". "Tenho protagonizado aquela sugestiva frase de Pablo Picasso: 'quando a inspiração chegar, ela vai me encontrar trabalhando' ".

Jeneci e Allex mostram-se como compositores que não abrem mão da poesia e melodias, todas bem trabalhadas, em suas canções. Sobre esse feitio de trabalho, Marcelo diz: "Amo fazer parte dessa fauna maravilhosa. Já me perdi na selva. E por isso ja me achei também. Mas o que me move dentro da musica é a arte de modular as emoções. Tocar no infinito alguma coisa de bonito. Todos somos uma máquina fotográfica de seis sentidos, traduzindo a vida, a sua maneira. Me dedico a compor o que o outro quer dizer, não o que o outro quer ouvir. Pensamento lindo que aprendi conversando com o mestre dos mestres, Onildo Almeida, em Caruaru (PE). A expressão muda com o tempo, com a época, mas o cerne do afeto permanece lá. E nunca se sabe onde e como chegar nele. Buscá-lo, é minha obrigação", pontua o poeta.

Por isso, o público vai assistir todo o clima poético de Jeneci. "No show, toco em pé, de braços abertos, em formato de cruz, com um teclado em cada mão. E canto de peito aberto. Sem nada na frente, além do convite. Brinco com tocar melodias independentes ao mesmo tempo em cada mão, desde os 6 anos. O que me permite ficar completamente concentrado no cantar. Em dizer cantando cada palavra, com casca, sumo e caroço".

"Além disso trago minha sanfona, que é quem na verdade, me carrega. Trago junto, uma bateria eletrônica dos anos 60, charmosa que só. A busca pela beleza musical, com a obsessão por tocar um instrumento, mais o repertório que conta com a colaboração de parceiros letristas como, Arnaldo Antunes, José Miguel Wisnik, Luiz Tatit, Vanessa da Mata, Carlos Rennó, Chico Cesar, Jonas Samaúma… entre outros… e a intervenção que cada pessoa presente gera no ar, possibilitam a gente vivenciar um micro clima imaterial vindo de cada pessoa presente, me emociona. Me nutre. É o show que mais amo fazer", completa. 

Entrega

"Vai ser uma apresentação cheia de beleza, entrega e poesia. Preparamos um encontro bonito, com canções autorais e releituras de clássicos da música brasileira. Sucessos conhecidos do grande público do Jeneci e canções minhas mais populares estarão no espetáculo". Esse é o spoiler que Allex Ribeiro dá sobre o show deste final de semana. Ele deve interpretar 15 canções, a maioria autorais, e fazer releituras de parceiros como Zé Geraldo, Zeca Baleiro e Nilson Chaves. 

Allex conta que o show intitula-se "Marcelo Jeneci e Allex Ribeiro" justamente por que o nome escolhido pelo artista para representar a sua arte funciona como o cartão postal dele. Esse cantor e compositor de Bragança, no nordeste do Pará, começou a cantar oficialmente em 2009, ou seja, lá se vão 16 anos de estrada. Todos os trabalhos dele são canções próprias. "Aqui e ali, um parceiro assina comigo uma canção, mas em geral, sou eu mesmo que escrevo meus devaneios. No total, são um EP com seis faixas, um álbum com oito faixas e ainda dois singles que lancei em parceria com outros artistas dividindo os vocais comigo". 

No caso de Allex, "a canção não surge, ela urge". "Componho por necessidade, porque não cabe em mim o que tenho pra dizer, porque sou muito intenso e sou muitos homens em mim mesmo. Escrevo, componho, canto, porque é meu jeito mais gentil de gritar", diz. Ele destaca ter muitos parceiros na vida, dados pela música. "Com cada um deles, tenho uma história, e, por isso, eu sinto a necessidade de cantar junto com eles. Já lancei música com o Felipe Cordeiro, Nilson Chaves, Zeca Baleiro, Fabrício Albuquerque e quero muitos outos cantando comigo, não quero chegar sozinho. Apesar de o disco 'Verbalóide' ter sido todo composto por mim e executado sem que eu tenha dividido os vocais com ninguém, os outros trabalhos sempre tiveram participações", completa. 

No show em Belém, além de Allex e Jeneci mostrarem seus trabalhos individualmente, eles vão se encontrar no palco para algumas surpresas. "Conheço bastante o trabalho do Jeneci e devo dizer que sou muito fã dele. Nos conhecemos em São Paulo em uma das viagens que fiz pra me apresentar por lá, e acabei indo ao show dele. Saí de lá encantado, foi amor à primeira vista, e, então, nos tornamos amigos. Embora ainda não tenhamos canções em parceria, pretendemos trocar ideias pra fazer música junto, e também ele vai participar de meu novo projeto que também recebe o Otto, Zeca Baleiro e Felipe Cordeiro", revela Allex.

Serviço
Show: 'Allex Ribeiro e Marcelo Jeneci – Night Clube Forró Latino'

Data: Sábado, 13 de setembro de 2025
Horário: 21h
Local: Cervejaria Cabôca – Belém/PA
E Domingo, 14 de setembro, às 17h30, no Teatro Margarida Schivasappa – Centur
Ingressos antecipados: www.sympla.com.br
E www.bilheteriadigital.com.br
  

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