CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Livro revela as intrigas e disputas que marcaram a criação do dicionário ‘Aurélio’

Os bastidores, revelados em detalhes pelo jornalista Cezar Motta, incluem acusações de traição e disputas pela coautoria

Redação Integrada do Grupo Liberal
fonte

Este é um livro incomum. O personagem central é o dicionário “Aurélio” e as dificuldades, conflitos, fracassos e paixões que envolveram sua criação. Uma obra que se tornou o maior fenômeno editorial brasileiro, cujos bastidores, revelados em detalhes pelo jornalista Cezar Motta, incluem acusações de traição e disputas pela coautoria que foram parar no Supremo Tribunal Federal, 40 anos depois de seu lançamento.

Por trás das palavras é essencialmente o relato de uma grande aventura, que tem como pano de fundo a dinâmica da produção da mais ambiciosa obra de referência do país. Num trabalho de reportagem minucioso, Cezar Motta colheu depoimentos de gente que esteve na linha de frente do dicionário e construiu uma narrativa sensível, que muitas vezes lembra um romance, não fossem os personagens absolutamente reais.

São escritores, acadêmicos, editores, jornalistas, políticos e empresários, um painel da intelectualidade do país, que participou ou testemunhou os dois momentos determinantes de Aurélio Buarque de Holanda e de sua equipe: a incansável busca por recursos para financiar o projeto – lançado em 1975 – e, mais tarde, a acirrada disputa pelos milhões gerados pelo sucesso de vendas.

image A partir da esquerda, Joaquim Campelo, os datilógrafos Giovana Mafra e Silva e Elisabeth Dodsworth, Aurélio e Elza Tavares (Arquivo Jornal do Brasil)

O autor contou, em entrevista recente ao jornal Correio Braziliense, que foi ao conhecer o jornalista maranhense Joaquim Campelo Marques que teve a ideia de escrever o livro. Campelo trabalhou diretamente com o alagoano Aurélio Buarque de Holanda na concepção do livro referência. “Ele me ajudou bastante com a massa de informação desde o começo, porque foi trabalhar cedo com o Aurélio no dicionário”, lembra o autor.

Dos relatos emerge a figura de um Aurélio romântico, um caçador de palavras sem compromisso com prazos e custos. Também a de um homem preguiçoso, desorganizado e, por vezes, ardiloso, que desdenha do esforço de seus colaboradores. Todos, no entanto, reconhecem a genialidade do Mestre, como era conhecido, e sua cultura, memória e erudição. Um dos grandes, se não o maior filólogo do Brasil, de carisma inquestionável e membro da Academia Brasileira de Letras desde 1961.

Esperança e desalento se alternam ao longo dos capítulos ilustrados com imagens dos personagens e até de originais da obra, resultado de um abrangente trabalho de pesquisa. Cezar Motta ajuda a entender o que representou para o país o dicionário “Aurélio”, que se tornou sinônimo de seu criador e vice-versa. E conta ainda como um livro de referência se transformou no maior best-seller brasileiro de todos os tempos, com mais de 15 milhões de exemplares vendidos.

Para o jornalista, o dicionário se tornou importante devido ao fato de ter incorporado as mudanças sociais da época. “Ele incorporou o comportamento dos anos 1960 e 1970. O dicionário acabou se tornando mais prático, um oráculo mesmo”, completa.

FICHA TÉCNICA:

Título: Por trás das palavras – As intrigas e disputas que marcaram a criação do dicionário Aurélio, o maior fenômeno do mercado editorial brasileiro
Autor: Cezar Motta
Editora: Máquina de Livros
Preço: R$ 49 (impresso) e R$ 32 (e-book)
Páginas: 192

Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA