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Lendas e contos da Amazônia chegam à Bienal do Livro do Rio

Atriz e arte-educadora marajoara Emiliana Moraes se caracteriza de pajé para contar histórias no evento de literatura

Enize Vidigal
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A atriz e arte-educadora paraense Emiliana Moraes vai contar lendas e contos populares da Amazônia durante a XIX Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro. As lendas da Matinta Perera, do Uirapuru e do Jurutaí serão apresentadas pela artista de origem marajoara, que reside na capital carioca há mais de 20 anos.

Caracterizada como uma pajé, Emiliana inicia o espetáculo agitando o chocalho para convidar o público a mergulhar no mundo de encantarias. A contação dela será na próxima quinta-feira, 5, às 15 horas, no estande do Sindicato dos Professores (Sinpro).

Há anos Emiliana pesquisa as histórias e lendas amazônicas para o espetáculo de contação de histórias que encena no Rio de Janeiro, chamado "Encantos Amazônicos". Formada em Direito, ela se dedica às artes usando os recursos das artes cênicas aprendidos na Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA), nos anos 80; das técnicas circenses de palhaça, perna de pau e malabarista aprendidas na Escola Nacional de Circo do Rio de Janeiro, no ano 2000; e do conhecimento da arte-educação pelo Instituto de Arte Tear, também no Rio.

Entre as histórias amazônicas que ela conta, está a dos passarinhos japiim e iraúna: "O japiim é caprichoso pra fazer o ninho, ele demora para fazer o ninho, catando muitos galinhos, enquanto a Iraúna não sabe fazer ninho. Ela procura as árvores que tenham ninhos de japiim para colocar os ovos dela. Quando os ovos chocam e o japiim percebe que os filhotes não são dele, ele expulsa, joga os filhotes de iraúna da árvore. As pessoas amam saber dessas histórias", descreve.

Ela não apenas conta histórias, como canta e interpreta uma música indígena tupi-guarani, registrada por Marluí Miranda, além de clássicos do maestro Waldemar Henrique, como "Uirapuru" e "Matinta Perera". Ainda, a artista usa apitos de indígenas e leva uma esteira e lamparina para fazer a ambientação.

"Eu me transformo na Matinta Perera, deixo os cabelos grisalhos crescerem". Nesse espetáculo da Bienal do Livro, ela vai falar desse personagem místico que é uma bruxa velha da floresta e que, de dia, se transforma em pássaro agourento que assobia sobre o telhado das casas em troca da promessa de receber fumo, café ou peixe.

Emiliana também vai apresentar a lenda do Uirapuru, sobre o índio guerreiro que se apaixonou pela esposa do cacique e pediu a Deus Tupã que o transformasse em pássaro para poder se aproximar da amada e cantar para ela. Mas o cacique, fascinado pelo belo canto, tentou caçá-lo e se perdeu na floresta. Além dessa, a artista vai contar a lenda do Jurutaí, pássaro de hábitos noturnos que tem um canto triste de amor. Diz a história que o Jurutaí se apaixonou pela lua, mas ficou triste por não tê-la e por isso, canta para ela. "Dizem que a cachoeira pára e os animais ficam em silêncio para ouvir o Jurutaí".

Emiliana Moraes acaba de se apresentar também na Maratona Rio das Mil e Uma Histórias e na Feira Internacional do Livro de Paraty. "Falar da Amazônia encanta o público. É um espetáculo para crianças, mas que também atrai a atenção dos adultos. O público se solidariza e está muito preocupado com as questões da floresta amazônica".

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