Leitura: maior revolta indígena do Brasil é cenário para obra épica
Víktor Waewell escreve o segundo romance de ficção histórica ambientado no século XVI em São Paulo e no Rio de Janeiro

Momento histórico conhecido como a Confederação dos Tamoios, quando diferentes povos indígenas se uniram para enfrentar os portugueses em uma guerra que durou décadas é o contexto do romance “Guerra dos Mil Povos” de Viktor Waewell. Este é o segundo livro do autor que busca sempre na história brasileira o pano de fundo para criar histórias ficcionais.
O épico retrata de maneira fidedigna um momento crucial para a história brasileira, embora pouco conhecido pelo público. Durante a Confederação dos Tamoios indígenas e portugueses se confrontaram por décadas em batalhas em plena Baía de Guanabara, no Estuário de Santos e nas matas ao redor da então Vila de São Paulo.
“Todos estamos acostumados com histórias que retratam o passado de outros povos, como a Europa Medieval, Roma, Grécia, o passado dos EUA e assim em diante. Raramente vemos o passado do Brasil retratado na ficção, seja em livros, filmes ou seriados. Em algum momento, percebi o quanto eu conhecia a história de outros lugares, apenas por gostar de conteúdos assim. Foi quando decidi fazer alguma coisa para melhorar isso. Tanto ‘Guerra dos Mil Povos’, o atual lançamento, quanto ‘Novo Mundo em Chamas’, retratam períodos cruciais da nossa história de forma fidedigna, mas dentro de uma narrativa ficcional que prende a atenção e emociona”, explica Viktor.
O livro faz uma reconstituição dos acontecimentos, a partir de profunda pesquisa documental e da avaliação de historiadores, assim como o título anterior do autor, “Novo Mundo em Chamas”, que alcançou o topo dos mais vendidos na Amazon e foi semifinalista do Oceanos 2021, um dos maiores prêmios de literatura em língua portuguesa.
Víktor Waewell é uma das novas vozes da literatura brasileira com foco em ficção histórica. Emprega rigor acadêmico no trabalho literário a partir de vasta pesquisa e revisão por historiadores. O novo livro “Guerra dos Mil Povos” narra a história de Afonso, um guerreiro português que vendeu a armadura e vem ao Brasil em busca de paz. No entanto, logo após ouvir a tão esperada frase “Terra à vista!”, próximo à entrada da Baía de Guanabara, escuta estouros de canhão. Estava em curso uma batalha naval entre naus portuguesas e centenas de canoas indígenas, numa época anterior à fundação da cidade do Rio de Janeiro.
No Brasil do século XVI, o protagonista viverá uma história de amor, lutas e tragédias ao lado de Aiyra, uma nativa que busca vingança contra os portugueses. Em paralelo, tramas de outros personagens se entrelaçam, como a de Sebastião, um templário que tenta enriquecer com o comércio escravista, e a de Heloísa, uma prostituta que decidiu nunca mais se deitar por dinheiro.
“Assim como Novo Mundo em Chamas, que jogou luzes sobre a guerra de Palmares, ‘Guerra dos Mil Povos’ mostra algo que não nos é ensinado na escola, que é a cultura fascinante dos nativos e a resistência heroica deles contra os portugueses. Trabalhos assim são fundamentais para qualquer povo se enxergar como tal. Estou convencido de que a literatura é um jeito incrível de conhecer a nossa história, por isso o meu compromisso com o leitor é esta ficção histórica com rigor e uma experiência literária vibrante”, destacou Viktor.
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