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Jovens encontraram no rap a forma de sonhar e ganhar a vida

Dia 6 de agosto é marcado pelo dia do rap no Brasil, um gênero musical que faz parte da cultura hip hop

Bruna Lima

De domingo a domingo, Getúlio Souza Neto, 28, e o amigo Hudson André Guerreiro, o Guerreiro Hagf, fazem dos coletivos seus palcos para mostrar suas rimas, poesias, músicas e improvisações como forma de ganhar dinheiro e sustentar a família. Neste dia do rap, 6 de agosto, a equipe de O Liberal conversou com jovens que encontraram no estilo musical a salvação e o meio de ganhar a vida.

Quem anda pelos coletivos de Belém já deve ter cruzado e até ter sido inspiração para as rimas dos dois jovens. De forma tranquila e educada, eles se apresentam e fazem um freestyle que dura um certo percurso da viagem. A roupa, o estado de espírito, o clima e entre outras pautas acabam fazendo parte dos temas das batalhas e de forma inclusiva agregam os passageiros em suas rimas.

O importante para os garotos é deixar a viagem mais leve, divertida e, principalmente, atingirem a meta de arrecadação e retornarem às suas casas com saldo positivo. Getúlio Neto, o GG MC, mora no município de Benevides, região Metropolitana de Belém, e diz que encontrou no rap a forma para sustentar a esposa e a filha de cinco anos.

"O meu trabalho sempre foi na rua, a música caiu de paraquedas na minha vida.  Antes eu vendia bombom nos coletivos, e quando a gente trabalha na rua ela vai sendo a nossa escola. Nessa caminhada vim apendendo muita coisa e, de repente, junto com alguns amigos comecei a fazer b boy, beat box até chegar nas rimas. As coisas vão acontecendo naturalmente, mas fui usando disso tudo por pura necessidade", diz GG MC.

Quase que com o mesmo enredo, a história de Hudson tem algumas diferenças da história de vida de Getúlio. Ele não tem filhos e mora com a mãe e a irmã, no bairro da Marambaia, em Belém, ele já terminou os estudos e pretende fazer um curso profissionalizante de eletricista, pois com o dinheiro, pretende investir melhor na vida artística.

"Eu terminei os estudos, mas comecei a trabalhar como flanelinha e nessa caminhada fui me virando para conseguir dinheiro para o meu sustento. Até que comecei a entrar nos coletivos e mandar as rimas. Foi algo que não estavam nos planos, até porque eu tinha vergonha, mas com a necessidade e a ajuda dos irmãos foi dando certo e hoje pretendo investir de forma mais séria”, disse o jovem.

Coletivo GNF

Na base da união e da irmandade, jovens do bairro do Marco vêm construindo uma cena do rap e do trap como forma de gerar identidade, lazer e lucros para os jovens do bairro. Um dos responsáveis é Vitor Alves, mais conhecido no meio como Vittu Alves, que junto com alguns amigos vem tentando criar uma identidade e incentivando produções musicais autorais.

No próprio quarto, ele reservou um cantinho, o home studio, para se dedicar às produções musicais. Nesses computadores ele prepara os bits, as composições, os trabalhos administrativos e tudo o que envolve a vontade de mostrar para o mundo a cultura de rua.

“Aqui o nosso objetivo é unir pessoas que gostam de arte e música. Essa vontade surgiu há três anos, quando junto com alguns amigos resolvemos elaborar alguns projetos e eventos como forma de movimentar o bairro do Marco, pois para encontrar alguma diversão a gente precisava se deslocar para outros bairros. E com o coletivos a gente passou a produzir nossos eventos e junto disso vieram as produções nossas e de outros jovens que fazem música”, explicou Vittu.

Os jovens Getúlio, Hudson e Vittu seguem na luta sonhando em desfrutar de vários palcos artísticos e viverem de forma digna da própria arte.

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Cultura
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