Instituto Caruanas do Marajó apresenta coleção de joias

A nova coleção da designer Josie Lima, “Marajógrafia”, da Fundação Caruanas do Marajó, é composta de 169 peças únicas e já está disponível para venda. Todo o valor das peças será convertido na manutenção da Escola/Fundação Caruanas do Marajó, que atende aproximadamente 250 crianças em situação de vulnerabilidade. Para mais informações entrar em contato com Mãos Caruanas (91) 99210.0105.

A coleção “Marajógrafia” inova ao agregar ancestralidade e beleza às peças feitas de cerâmica. O resultado surpreende porque combina o grafismo marajoara a sofisticadas técnicas de cerâmica e cordas naturais. 

Josie Lima é filha da pajé Zeneida Lima e explica que buscou peças que tivessem representatividade e que falassem do Marajó e de suas belezas. “A ideia é que as peças fossem diferentes e que provasse que o Marajó pode produzir arte de luxo para encantar e agradar a todos os gostos. É a ‘tecnologia do encantamento’”, define ela.

A designer completa que quem vive a realidade da Ilha de Marajó, a civilização marajoara é a grande mestre. “Ela nos ensina sobre repassar o conhecimento para não deixá-lo morrer. É basicamente o que aprendi com dona Zeneida, cujo desejo de repassar sua história deve ter sido similar ao desejo destes indígenas, ao deixarem sua história neste mundo, por meio dos grafismos impressos na cerâmica marajoara”, completa a designer.

Josie revela que ainda há dezenas de desenhos inéditos, uma vez que cada ornamento nasce primeiramente no papel, no silêncio de seu atelier, localizado em um sitio cercado de verde. As principais referências da designer é a cultura local e o próprio mundo místico da pajelança cabocla/indígena.

A inspiração é renovada diariamente e há muito passou a integrar o dia-a-dia das crianças assistidas pela Fundação Caruanas, da qual Josie já foi diretora e hoje, de modo a dar vazão à sua veia criativa, colabora como orientadora educacional. 

“A civilização que habitou o Marajó deixou um legado material e espiritual extremamente forte e cheio de influências sobre o dia-a-dia do marajoara. Eles vivem e respiram esta cultura, mas não possuem a percepção de sua presença. O grafismo marajoara é de uma simetria deslumbrante, então pensei, ‘por que não realizar aulas de Matemática utilizando o grafismo dos vasos?’. E assim avancei para a Geografia, fazendo os alunos entenderem sua localização geográfica e todas as modificações que os seus ancestrais realizaram na topografia da Ilha durante as ocupações”, explica a designer e professora. 

Serviço:

Mãos Caruanas (91) 99210.0105