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Influenciadoras ampliam o alcance da literatura amazônica com clubes de leitura e resenhas na web

Priscila Bentes e Izabela Nascimento celebram a produção literária do estado e o poder das redes nas divulgações

Amanda Martins
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No Dia Nacional do Livro, celebrado nesta quarta-feira (29), influenciadoras paraenses que produzem conteúdo sobre literatura nas redes sociais destacam a importância de valorizar autores e obras da região amazônica. Por meio de vídeos e resenhas, elas ajudam a aproximar o público das produções literárias do Pará.  

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Entre as vozes que têm contribuído para essa difusão está a jornalista Priscila Bentes, de 32 anos, criadora do perfil Rio das Letras.  O projeto, que hoje soma mais de 1,2 mil seguidores, começou de forma despretensiosa. Criado em 2022 como uma conta pessoal, o espaço era dedicado a registros do cotidiano, incluindo leituras. “Na época, eu trabalhava em uma livraria e aproveitava para tirar fotos de títulos que já havia lido e compartilhar algumas impressões”, contou. 

Com o tempo, o conteúdo foi ganhando foco. Um ano depois, ela transformou o perfil em uma página de resenhas e dicas de leitura. Inicialmente chamado de “Pupunha Literária”, o espaço passou a se chamar “Rio das Letras” no fim de 2024, unindo a ideia da literatura com um símbolo regional. 

image A comunicadora e criadora de conteúdo literário, Prisicla Bentes (Igor Mota / O Liberal)

“Notei que quando falava sobre autores da nossa região, havia um interesse especial. Decidi, então, dedicar o perfil à literatura feita na Amazônia, especialmente à paraense, para conhecer melhor o que é produzido aqui e estimular o consumo da nossa literatura”, explicou a comunicadora. 

Entre suas indicações literárias estão o romance ‘Os Éguas’, de Edyr Augusto, e o livro de contos ‘Lendário’, de Yara Cecim. Para ela, o propósito é aproximar os leitores de obras que traduzem o imaginário amazônico. 

“A importância do trabalho está em conhecer a produção literária paraense para comunicar isso ao próprio paraense. Falar da produção local com propriedade e orgulho é essencial, porque temos autores excelentes que ainda são pouco conhecidos”, destacou. 

Estratégia 

Priscila passou a organizar suas leituras por temas mensais, sempre voltadas a autores amazônicos. Em outubro, leu ‘A Flor da Pele’, da poetisa Dulcinéa Paraense; em agosto, ‘Cinzas do Norte’, do amazonense Milton Hatoum; e em maio, ‘Os Abismos’, da colombiana Pilar Quintana. “Todas as leituras estão circunscritas na Amazônia”, destacou.

A criadora também compartilhou o impacto que suas publicações vêm gerando. Segundo ela, o público é majoritariamente paraense, na faixa dos 25 aos 40 anos, mas inclui professores que já utilizaram seus conteúdos em sala de aula. “Já recebi mensagens de docentes que usaram meu material como exemplo de como as redes podem estimular a leitura. Fiquei lisonjeada porque não imaginava que minha produção teria esse potencial educativo”, afirmou orgulhosa. 

História e pertencimento 

A historiadora Izabela Nascimento, de 27,  é outra voz que vem impulsionando a literatura nortista nas redes. Criadora de conteúdo desde 2021, ela soma mais de 28 mil seguidores e se dedica a aproximar o público das obras paraenses e amazônicas.

image A historiadora e criadora de conteúdo nas redes sociais, Izabela Nascimento (Arquivo pessoal)

Segundo ela, o interesse pela literatura regional se intensificou na universidade, quando cursava História. “Tive disciplinas sobre a Amazônia, e um professor mesclava textos acadêmicos com obras literárias, como Hortência, de Marques de Carvalho, considerado o primeiro romance belenense. Isso me fez compreender como a literatura também é uma fonte de conhecimento histórico e social”, contou.

Ao iniciar suas publicações, Izabela não imaginava que estava criando conteúdo. “Eu simplesmente gostava de compartilhar o que sabia, fosse sobre história, cultura ou literatura”, disse. 

Em seguida, criou o clube de leitura onlineLendo o Norte’, para apresentar a literatura paraense e nortista a leitores de diferentes regiões. O projeto atraiu um público diverso, formado por jovens, professores e escritores. “É muito bonito ver o interesse crescer, especialmente entre os mais jovens, que descobrem muitas vezes autores paraenses por meio dessas postagens e passam a valorizar mais o que é produzido aqui”, contou.

Divulgação

Izabela acredita que as redes sociais têm um papel importante na valorização da cultura amazônica. “Os criadores de conteúdo literário ajudam a romper o silêncio histórico em torno das produções do Norte, mostrando que a Amazônia não é só floresta, mas também uma região rica em narrativas, memórias e autores”, afirmou.

Com a COP 30 se aproximando, a produtora de conteúdo destaca que a visibilidade global pode fortalecer também a cena cultural. “É uma oportunidade de mostrar que a nossa produção é parte fundamental dessa discussão. Não existe preservação ambiental sem a valorização das pessoas, das histórias e das expressões que fazem parte desse território”, acrescentou.

Entre suas principais referências estão Dalcídio Jurandir, autor de ‘Extremo Norte’, e nomes contemporâneos como Monique Malcher, Pedro Augusto Baía, Edyr Augusto, com ‘Pssica’, e Salomão Larêdo. “São autores que ampliam o olhar sobre o Norte e o Pará e têm tudo para encantar leitores de qualquer lugar do mundo”, destacou.

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