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Há 12 anos Tayná Carvalho superou o preconceito com beleza indígena

Vencedora do concurso Menina Fantástico 2010 venceu dificuldades e conquistou carreira de sucesso na moda

Vito Gemaque
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A beleza indígena de morena e olhos puxados está em alta no Brasil e no mundo. O biotipo indígena tem ocupado cada vez mais espaços nas passarelas e nas campanhas publicitárias. Uma das primeiras modelos a se destacar foi Tayná Carvalho Pereira, de 30 anos. Há 12 anos, Tayná vencia o concurso Menina Fantástico e mostrava a força dos traços indígenas na televisão e na moda. Atualmente, Tayná mestra em Nutrição mantém a carreira como modelo, com ainda mais sucesso.

A situação atual é bem diferente da época quando a Tayná com então 18 anos foi escolhida por um júri técnico e por votação popular. Quem vê as paraenses Helena Chichester, Bella Mello, Raissa Alcântara e Emilly Nunes em destaque no mundo da moda, não imagina que o mercado era muito diferente 12 anos atrás.

Tayná conta que chegou a enfrentar dificuldades no mercado no início. “Na época que eu comecei a ser modelo não tinha a valorização da beleza indígena. Eu fui retirada de alguns trabalhos. Eles diziam que precisavam de meninas brancas, naquele padrão loira de olhos azuis. Naquela época tinham muitos preconceitos. Foi com o concurso Menina Fantástico, que começaram a olhar mais para esse tipo de beleza”, relembra. Após ser a vencedora do concurso Menina Fantástico 2010, Tayná chegou a se mudar para São Paulo para trabalhar.

image Tayná Carvalho conseguiu superar dificuldades e preconceitos no início da carreira. (Vitória Leona)

Em São Paulo, centro da moda brasileira, Tayná continuou sentindo o preconceito para conseguir trabalhos, em um mercado que ainda não entendia a diversidade da beleza da mulher brasileira. A modelo ficou de 2010 a 2015 na capital paulista. Ela também chegou a morar em Milão (Itália), Nova York (EUA), Miami (EUA) e viajou para Paris (França).

“Naquela época era bem difícil em São Paulo. Eu era mais valorizado em Milão, na Europa, onde consegui alguns trabalhos, mas não tantos como agora. Naquela época era outro perfil que estava em alta. Acho que só tinha eu de indígena, não encontrava mais ninguém com o mesmo perfil. Hoje em dia, eu viajo e encontro várias meninas do mesmo perfil, tem umas sete ou oito em São Paulo, e conheço todas porque sempre nos encontramos nos testes”, reflete.

image Produção para a revista Vogue Noivas com Tayná Carvalho. (Denys Costa)

As dificuldades a fizeram voltar para Belém na busca de fazer um curso superior. Tayná se afastou das passarelas para se dedicar integralmente ao Processo Seletivo da Universidade Federal do Pará (UFPA). Tayná passou no vestibular. Durante o curso ela foi percebendo uma mudança do mercado da moda, que começou a procurar outro tipo de modelo. Os trabalhos começaram a aparecer naturalmente para ela, que já tinha experiências nacionais e internacionais.

“O perfil indígena começou a ficar muito em alta, algumas marcas vieram para Belém, me encontraram e me chamaram para fazer esses trabalhos como a Natura e Farm”, conta. Mesmo assim, a moça decidiu continuar residindo na capital paraense e trabalhar na moda à distância, o que vem mantendo desde então. Agora, ela se divide entre os atendimentos aos pacientes da nutricionista Tayná Carvalho com as viagens dos trabalhos de modelo e para capas de revista como a Vogue, uma das mais conceituadas revistas de moda do mundo.

Segundo ela, ainda há muito espaço para rostos com traços indígenas e pretos ocuparem na moda. “Com certeza é só o começo, eu acredito que esse tipo de belezas indígenas e ancestrais. Mulheres pretas começaram a ser valorizadas agora no pós-pandemia. Está apenas começando, tem muitas meninas surgindo ainda. Eu não consigo fazer todos os trabalhos. Falta gente para fazer trabalho do nosso perfil. Eles vivem atrás de meninas indígenas”, revela.

Para quem sonha em se tornar uma modelo, Tayná orienta primeiro a estudar, em seguida aprender a falar outras línguas, e buscar agências sérias de moda que saibam conseguir trabalhos adequados para o perfil da modelo. O mercado tem buscado modelos adultas, a partir dos 18 anos.

“A carreira é muito difícil no início, demora para fazer contato, conhecer as marcas e ter uma agência boa. Uma agência que saiba vender a modelo para clientes bons, que saiba valorizar o trabalho das meninas, e pague bons cachês. O principal desafio é não desistir. Quando a gente se estabiliza fica mais fácil”, assegura.

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