Festival Mana 2025: mulheres ampliam protagonismo artístico na Amazônia

Evento reunirá mais de 30 atrações, shows inéditos, encontros entre mestras e novas vozes, cinema, artes visuais, debates e oficinas

Eduardo Rocha
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Assim como em outras regiões do mundo, a atuação das mulheres na Amazônia é decisiva, em particular nas artes, como pode ser verificado no protagonismo feminino na área cultural da região nas últimas décadas. Por esse motivo, Belém vai sediar uma proposta que vem ao encontro desse movimento de cidadania a criatividade: a partir desta quarta-feira (24) e até domingo (28), será realizado o Festival Mana, o maior de mulheres da música da Amazônia, com atrações variadas, com destaque para shows, oficinas, painéis e bate-papos. Realizado pela 11:11 Arte, Cultura e Projetos, em parceria com o Ministério da Cultura, Petrobras e Governo do Pará, o Mana volta no formato presencial às ruas, com ingressos a preços populares. 

A abertura será nesta quarta (24), a partir das 20h na Cervejaria Cabôca. O público vai conferir Leoa, cantora potiguar e ex-integrante de Luísa e os Alquimistas; o Grupo de Carimbó Sereia do Mar, coletivo feminino de Marapanim, com participação da força ancestral do samba de cacete de Cametá, na voz de Mestra Iolanda do Pilão; e a Nat/Esquema, DJ de vinil que conhece a pista de Belém como ninguém. 

Até domingo (28), o Mana seguirá, de 25 a 28, no Parque da Residência, com mais de 30 atrações, shows inéditos, encontros entre mestras e novas vozes, além de cinema, artes visuais, debates e oficinas. Destaques incluem o inédito As Amazônias (Patrícia Bastos/AP, Aíla/PA e Djuena Tikuna/AM), Juliana Linhares (RN) pela primeira vez em Belém, DDD91 (nova safra feminina em Belém), Suraras do Tapajós + Amanda Pacífico, Mãeana (RJ), Tocaia (RJ) e as maranhenses Célia Sampaio e Núbia além de DJs e outros artistas da Pan-Amazônia. A programação completa — com locais, horários e serviço — está nas redes sociais do Festival Mana.

image Leoa: presença confirmada no Mana 2025, em Belém (Foto: Tereza Maciel)

Trocas e cenas

 

Entre as oficinas está a “Como montar seu pitch para festivais”, com Claudia Assef e Monique Dardenne, dedicada a artistas e bandas que querem aprender a apresentar seus projetos de forma clara e convincente. Outra oficina é “Criação de storytelling e narrativas amazônicas para projetos de música”, com Karla Martins, que propõe uma imersão na construção de narrativas autênticas inspiradas na Amazônia. Outras duas oficinas abrangem: “Como criar uma marca forte na música?”, com Fernanda Paiva, voltada para identidade artística e estratégias de presença digital, e “As músicas estão prontas, e agora? Como colocar nas plataformas?”, com Renata Gomes (ONErpm), que explica os passos da distribuição digital e do lançamento profissional.

Painéis culturais integram a programação: nesta quinta (25), o Teatro Gasômetro recebe “TecnoBrega, a música eletrônica do Pará”, com Viviane Batidão, DJ Méury e Keila, seguido de “A música da Amazônia não é só o Pará”, com Djuena Tikuna, Nat/Esquema e Gabriê. À tarde, o encontro “As Mestras da Música são Mestras da Vida” reúne Dona Onete, Mestra Iolanda do Pilão e Mestra Bigica para um diálogo histórico mediado pela jornalista Jalília Messias.

Os debates na sexta (26) se voltam para os desafios do mercado: “Festivais de música falam de diversidade, mas na prática é verdade?”, com Flor de Mururé, Fernanda Paiva e Monique Dardenne, além do painel “Estratégias para o lançamento de um álbum”, com Raidol, Zaynara e Rebeca Lindsay.

Já no sábado (27), o foco é internacional e climático. “A música da Amazônia no mundo: festivais internacionais pra ficar de olho” traz Leca Guimarães (Lollapalooza), Priscila Melo e Ana Paula Paulino; “Cultura e clima: como a arte pode ter papel fundamental neste debate” reúne Joelma Klaudia, Vall Munduruku e Karla Martins; e o painel “Todos querem falar de Amazônia na COP30, mas os amazônidas estão liderando esse debate?” coloca na mesma mesa Ursula Vidal, Roberta Carvalho e a cacica Juma Xipaia.

Para Roberta Carvalho, artista visual e co-diretora do festival, a parte formativa é essencial. “O Mana vai além do palco. Nosso objetivo é consolidar redes, criar pontes e contribuir para a profissionalização das mulheres no mercado da música e das artes. Mais do que formar, queremos criar espaços de escuta e troca que transformem trajetórias”, diz Roberta.

“Nosso maior desafio, e também nosso compromisso, é dar continuidade a essa rede de potência e pluralidade construída por mulheres da Amazônia. Queremos que essa energia reverbere ano após ano, fazendo de Belém um polo de referência na música e na cultura protagonizada por mulheres”, afirma Aíla, cantora, compositora e co-criadora do festival.

A curadoria de Zienhe Castro assina a mostra audiovisual do Mana, que reúne longas, curtas e videoclipes que discutem a música, a Amazônia e o protagonismo feminino. Entre os destaques, o documentário “Mestras”, primeiro longa do Pará selecionado para o Festival de Gramado, que resgata a trajetória de três grandes guardiãs da cultura popular.

Nas artes visuais, o Parque da Residência ganha um cubo de LED transformado em escultura digital exibindo obras de artistas amazônidas, além de impressos espalhados pelo espaço, criando uma experiência imersiva entre tecnologia e ancestralidade.

Serviço:

Festival Mana 2025

Abertura:

Data: 24 de setembro de 2025, a partir de 20h
Local: Cervejaria Cabôca — Boulevard Castilhos França, 550, Campina, Belém-PA (em frente à Estação das Docas)

Ingressos: Sympla — Festival MANA: Festa de Abertura 

Programação Formativa
Inscrições: https://www.instagram.com/manafestival/ 

25/09 – QUINTA | Parque da Residência

OFICINA
14h – Como montar seu pitch para festivais, com Claudia Assef e Monique Dardenne

PAINÉIS
11h – TecnoBrega, a música eletrônica do Pará, com Viviane Batidão, DJ Méury e Keila | Mediação: Claudia Assef
14h – A música da Amazônia não é só o Pará, com Djuena Tikuna, Nat/Esquema e Gabriê | Mediação: Trisha Guimarães
16h – As Mestras da Música são Mestras da Vida, com Dona Onete, Mestra Iolanda e Mestra Bigica | Mediação: Jalília Messias

26/09 – SEXTA | Parque da Residência

OFICINA
9h – Criação de storytelling e narrativas amazônicas para projetos de música
com Karla Martins

PAINÉIS
14h – Festivais de música falam de diversidade, mas na prática é verdade?, com Flor de Mururé, Fernanda Paiva e Monique Dardenne | Mediação: Renata Simões
16h – Estratégias para o lançamento de um álbum, com Raidol, Zaynara e Rebeca Lindsay | Mediação: Isabela Yu

27/09 – SÁBADO | Parque da Residência

OFICINAS
10h – Como criar uma marca forte na música?, com Fernanda Paiva
14h – As músicas estão prontas, e agora? Como colocar nas plataformas?, com Renata Gomes (ONErpm)

PAINÉIS
11h – A música da Amazônia no mundo: festivais internacionais pra ficar de olho, com Leca Guimarães (Lollapalooza), Priscila Melo e Ana Paula Paulino | Mediação: Gil Sóter

14h – Cultura e clima: como a arte pode ter papel fundamental neste debate, com Joelma Klaudia, Vall Munduruku e Karla Martins | Mediação: Mary Tupiassu

16h – Todos querem falar de Amazônia na COP30, mas os amazônidas estão liderando esse debate?, com Ursula Vidal, Roberta Carvalho e Juma Xipaia | Mediação: Aíla







 

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