Família Robatto: uma paixão pela música paraense passada de pai para filhos

O artista tem em casa os seus maiores fãs. Filhos já trilham seus próprios passos como artistas

Bruna Dias

As relações afetivas quase sempre são baseadas em admiração e conquistas diárias. No Dia dos Pais, o paizão Félix Robatto apresenta a sua prole cheia de artistas: Hector, tem 22 anos, já estudou música, mas hoje trabalha com o pai na Lambateria; Heitor, 16 anos, faz percussão; e Maria Helena, 10 anos, estuda música com o pai. 

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image Félix Robatto, músico paraense

Félix é referência na música paraense, o guitarrista e percussionista é um pesquisador da música latino-amazônica, no seu trabalho ele apresenta a guitarrada, surf music, música latina e pop. Mas ele também é referência dentro de casa, o que mostra que todos os filhos seguiram os seus passos, seja na produção cultural ou como músicos.

image Félix Robatto é pai de Hector, Heitor e Maria Helena. (Claúdio Pinheiro)

Este ano, Heitor desfilou no Carnaval tocando no Lambadeiros do Trovão com Maria Helena, bloco do Circuito Mangueirosa, da família Robatto. Já a caçula comandou a banda Tapiokida e agora assina algumas composições, tudo sob orientação do pai.

“Quero ser artista de ‘mão cheia’, igual meu pai. Ele me inspira sim, porque desde pequena sempre vi o papai tocando, então quero tocar assim, igual a ele. Por isso que ele me inspira. Ele também é o melhor cantor do mundo, toca vários instrumentos. Amo ver ele tocando com a banda dele porque ele é muito simpático com todos os fãs e com todo mundo. Às vezes ele é um pouco ranzido mas ele é muito legal. E por isso que eu amo meu pai e amo o que ele é o melhor cantor do mundo”, disse Maria Helena.

A caçula do trio é puro xodó com Félix Robatto e quem acompanha o músico nas redes sociais pode ver de perto a admiração de Maria Helena. Nas imagens mais recentes, ela aparece cantando e dançando super empolgada, enquanto assiste uma reportagem com o pai na televisão.

“Ela é a caçula e nasceu no período em que a minha carreira já estava acontecendo, eu já gravava disco e estava em uma outra situação. Então ela pegou as coisas na minha empolgação também, acho que ela já nasceu fã, porque veio no momento da minha maior empolgação, e ela foi no embalo. Sempre falo que fui pai muito jovem e fui amadurecendo com os meus filhos, eles têm três idades diferentes e eu ainda estou amadurecendo com eles. Nossa relação é diferente, mas é uma relação de fã, eles são meus fãs e eu adoro isso”, disse Félix Robatto.

Hector, o mais velho, chegou a estudar música e se dedicou a um instrumento, mas foi na produção do pai que ele se encontrou. “Muitas pessoas me perguntam se eu toco algum instrumento, toco sim, mas é como hobby. Então, não decide levar isso como carreira, muito por ver toda a dedicação, todo o trabalho que deve ser feito por trás e foi uma decisão que eu tive. Porém gosto muito de música, amo a música também e o fato de eu não tocar, não muda nada. Meu pai sempre foi muito tranquilo em relação a isso, toda vez que me interessei por algum instrumento, ele estava ali me ajudando e tirando as minhas dúvidas, ele sempre deixou a escolha: se eu quero seguir, como quero seguir, quero aprender tal instrumento ou não! As pessoas às vezes querem saber algo em relação a isso, mas em geral elas entende”, disse o jovem.

Depois dele, veio Heitor, que ao lado de Maria Helena, já tem o sangue “lambadeiro” nas veias. No Carnaval os irmãos viveram ao lado de Félix Robatto um momento muito especial: “Foi sem dúvida uma experiência muito importante pra mim, de fazer parte, de ter tocado. Eu também achei muito bacana ver minha irmã tocando e se divertindo com a gente. Meu pai é uma grande referência para mim, e não é só à música que eu me refiro. Ele é a minha grande inspiração”, contou.

O interesse de Heitor pela música começou ainda criança, mas a timidez o deixava longe dos palcos. “Na adolescência, com meus 13 anos, essa vergonha foi passando e eu fui perdendo o medo. Eu também sempre tive o incentivo do meu pai, e ele sempre fazia questão de me ajudar, me deixando mais tranquilo”, relembra.

Heitor tem dentro de casa um músico que entende do que faz e nada melhor do que aprender com ele essa arte. “Ele sempre me dá dicas e diversos conselhos para melhorar, e também me corrige quando necessário. Sempre procura me mostrar referências da música pra eu poder me basear”, conta.

O belemense Félix Robatto começou a sua carreira musical aos 13 anos e suas músicas falam sobre coisas bem paraenses e exploram os ritmos regionais. A palavra de ordem é não deixar ninguém parado. “Estou na música desde bem mais novo que os meus filhos, sou um músico regional, da guitarrada, da música paraense, eu levanto essa bandeira. Se eu inspiro meus filhos, para mim isso é um orgulho, porque a música não é um fim, ela pode mostrar várias coisas. Acho que eles enxergam o amor que eu tenho pelo que eu faço, a dedicação, o quanto eu acredito no que eu faço, acho que isso é mais importante. O que eles forem fazer, eles vão lembrar de como é essencial gostar do que a gente faz e tentar fazer do melhor jeito possível e com dedicação”, explica.

“Na música a gente tem uma rotina muito diferente, não temos horário para nada. O convívio é difícil, nos momentos de feriado, férias e de lazer que a gente tem eu estou trabalhando, mas eles entendem, quando todos nasceram eu já era músico. E é aquilo que eu falo: a dedicação que eu tenho pelo meu trabalho é porque é o que eu amo fazer e é também o meu ganha pão. A gente se encontra, se entende e, agora, também trabalhamos juntos. Já está acontecendo isso, é o fluxo normal das coisas”, finaliza Félix Robatto.

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