Exposição sobre línguas indígenas do Brasil chega ao Museu Emílio Goeldi, nesta quarta-feira (07)

A mostra “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” estará em cartaz do dia 7 de fevereiro a 28 de julho

Gabi Gutierrez | Especial para O Liberal
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Chega nesta quarta-feira (07), à Belém, no Museu Paraense Emílio Goeldi, a exposição "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação" de 7 de fevereiro a 28 de julho de 2024. A mostra apresenta uma perspectiva única sobre as línguas dos povos originários do Brasil.

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A exposição destaca a importância da cultura indígena como parte fundamental da riqueza imaterial brasileira. Para Emanoel Fernandes Jr., museólogo, antropólogo e coordenador de Museologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, o objetivo da exposição é chamar a atenção do visitante para a diversidade de línguas indígenas faladas em território brasileiro.” É por meio dessa variedade linguística que esses povos e seus antepassados vêm elaborando, sonhando e descrevendo mundos distintos ao longo dos milênios. São, portanto, fontes inesgotáveis de conhecimento que, infelizmente, vivem em constante ameaça”, disse o antropólogo.

Ele dá destaque, também, à importância de preservar a memória dos povos originários. “Ao longo de milênios, esses povos promoveram uma profunda observação da natureza, experimentando e repassando esse conhecimento profundo para as gerações seguintes. É um conjunto complexo de saberes que certamente tem muito a ensinar aos não indígenas”, disse Emanoel Jr.

O coordenador ainda pontua a relevância de receber este evento no Museu Emílio Goeldi, que, segundo ele, atua na pesquisa, preservação e difusão dos diferentes aspectos das culturas indígenas na Amazônia ao longo da sua existência. “Uma parte desse conhecimento se reflete no rico acervo etnográfico, arqueológico e linguístico que tem sido coletado e salvaguardado por ele ao longo de 157 anos de pesquisa. Nós somos o segundo acervo científico mais antigo do país, que conta com cerca de 4,5 bilhões de registros. É um conjunto que se torna ainda mais relevante para o Brasil e para o mundo se considerarmos o sinistro ocorrido com o Museu Nacional em 2018”, completou.

A curadoria

A artista e ativista Daiara Tukano, é a responsável pela curadoria da coleção rica em elementos que ela promete que irá reviver memórias dos povos originários e uma relação identitária com o Brasil. Para ela, a exposição traz o conhecimento e a memória que essas línguas carregam nas imagens, nos objetos, nas histórias e nas canções que compõem esta exposição.

“Nossos objetos antigos, pinturas rupestres, nossas cerâmicas antigas, essa pedra preciosa do Muiraquitã, contam sobre essas relações de mundo e são peças vindas do acervo aqui do recinto, em diálogo muito presente na exposição”, explica. Ela também destaca os objetos que falam do contato com os europeus, que, para ela, foi violento, mas também muito rico. “Há uma peça que é um colar incrível, feito de pedras brasileiras, mas também com contas venezianas. Esse colar foi encontrado dentro de uma urna marajoara. Então, imagine a troca que aconteceu para uma pessoa que foi enterrada numa urna ter um colar desses. São tantas histórias que acabaram sendo silenciadas por um processo de apagamento de memórias”, disse a ativista.

A artista afirma que as pessoas se enganam achando que a língua é apenas a linguagem escrita ou oral. “A arte indígena, as expressões culturais dos povos indígenas, são carregadas de linguagem e dialogam através do tempo. A arte indígena não é algo que parou em 1500; a arte indígena contemporânea não é apenas fruto da modernidade, é uma arte profundamente tradicional. O que estamos fazendo e trazendo hoje, enquanto artistas indígenas, dialoga diretamente com as artes de nossos antepassados”, concluiu.

A exposição "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação" promete uma jornada única pela diversidade linguística indígena, convidando o público a explorar e compreender a riqueza cultural que se expressa por meio das línguas originárias do Brasil. Até o mês de maio a mostra estará aberta das 9h às 14h, com bilheteria até 13h. Depois de junho, das 9h às 16h, com bilheteria até 15h. Para acessar a exposição, basta pagar o ingresso do parque zoobotânico, que custa R$ 3 a inteira, e R$ 1,50 a meia.

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