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Escritores paraenses promovem a COP das Vozes Literárias da Amazônia

Em iniciativa da Falpa, o evento ocorre nesta quarta (19), na Casa da Linguagem, em Belém, com debate acerca da democratização do livro e da leitura e outras atrações

Eduardo Rocha
fonte

Por trás de cada livro existe uma história que também muitas vezes bem que poderia render outro livro ao público, para contar os desafios superados por autores a fim de concretizar o seu projeto literário. Isso é muito comum entre os escritores na Amazônia, que se superam para disseminar suas obras. Esses bastidores e as obras em si vão compor um painel de debates intitulado "Palavras da Amazônia, a COP da palavra, da escrita, das letras e das vozes literárias da Amazônia", a ser realizado nesta quarta-feira (19), a partir das 15h, na Casa da Linguagem, no bairro de Nazaré, no centro de Belém.

A promoção dessa COP é da Federação das Academias de Letras do Pará (Falpa) e tem como foco os desafios para a democratização do livro e da leitura. Na pauta do evento estão temas como a literatura infantojuvenil - espaços de resistências e reinvenção de um mundo, o papel das bibliotecas (públicas e comunitárias) e a circulação literária – feiras, salões, festas e outros espaços de divulgação de autores e comercialização de suas obras.

A programação vai contar com um debate sobre o espaço feminino nas letras e as suas “literolutas”. No final dessa COP, será lançado um documento, provisoriamente chamado de “Manifesto Palavras da Amazônia”. A abertura do evento será às 15h. Um sarau literomusical começará às 18h. Será no coreto da Casa da Linguagem, com autores de poesia de cordel, poetas e músicos. Uma feira para a venda de livros é uma outra atração na programação. E tudo com ingresso livre. 

Presença

Franciorlis Viannza, presidente da Falpa, explica que o objetivo é aproveitar o ambiente da COP30 "para gritar bem alto que, na Amazônia, existe uma literatura pujante, criativa e universal". "A gente quer valorizar e reconhecer o legado deixado pelos grandes escritores regionais e dignificar a produção dos autores atuais, dos contadores de histórias, dos mediadores de leitura e dos organizadores e gestores das bibliotecas". 

O escritor explica que o "Palavras da Amazônia" surge para marcar presença importante em um momento de debate climático e social que Belém e todo o Pará vivem, como diz Franciorlis. "Para conhecermos a Amazônia, é indispensável escutar e ler a Amazônia", pontua.

Entre os muitos desafios do escritor amazônida, Franciorlis destaca a dificuldade de circulação de obras e autores. Argumenta que a Amazônia, em destaque a Amazônia paraense, possui desafios geográficos, culturais e sociais para uma integração e cooperação entre regiões. Isso acarreta, não raro, um isolamento dos escritores em suas comunidades de leitores. 

"Para superar esse problema, o Estado precisa intervir com políticas públicas de aquisição de livros, de implementação de um calendário estadual de feiras e festas literárias, de leis que incluam a literatura paraense na grade curricular, programas de fomento ao leitor, programas de intercâmbio entre autores e os nossos 144 municípios. Fácil não é, mas impossível também não", enfatiza o escritor.

A luta dos escritores para publicar seus livros é assim traduzida pelo presidente da Falpa: "A maioria dos autores publica por 'pacote fechado', ou seja, ele banca, ele comercializa, ele chuta o escanteio, ele corre para fazer o gol. Tudo é o autor. Além de custear a si mesmo, a publicação nem sempre é via editora — pode ser por gráfica, artesanalmente, ou e-book".

Sobre a importância da literatura para a identidade amazônica, Franciorlis Viannza diz: "Como podemos falar de Amazônia sem citarmos os versos "Este rio é minha vida" do poeta Ruy Barata? Como podemos citar a vida ribeirinha sem mencionarmos o "Parájó" (Pará marajoara) que nos foi apresentado por Dalcídio Jurandir? Como expressar a Amazônia que desejamos, pujante, criativa e universal, sem nos lembrarmos da Andara de Vicente Cecim? Como falar da Amazônia, nome feminino, sem destacar "O Banho de Cheiro" de Eneida de Moraes?"

Serviço:

'"Palavras da Amazônia, a COP da palavra, da escrita, das letras e das vozes literárias da Amazônia'
Em 19 de novembro de 2025
A partir das 15h, na Casa da Linguagem,
na avenida Nazaré, 31, Belém (PA)
Entrada Franca

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