Encontro de cultura Warao Ojiduna celebra ancestralidade e lazer em Belém

O Conselho Warao Ojiduna é uma das primeiras organizações de indígenas refugiados no Brasil. E pelo segundo ano, irá promover o II Encontro de Cultura Warao em Belém, hoje e amanhã, 26, na Usina da Paz do Bengui. O público participante poderá contar com atividades como bailes, danças e cantos tradicionais, além da venda de artesanatos, jogos tradicionais e a assembleia geral dos Warao. A entrada é gratuita.

VEJA MAIS

Na manhã deste sábado, 25, será realizada a eleição da Madrinha do Conselho Warao Ojiduna e a assembleia geral da organização com apresentação das ações realizadas no ano de 2023. Já, pelo período da tarde, o público vai contar com apresentações de bailes, cantos, contação de histórias e uma grande homenagem aos ancestrais.

No domingo, 26, serão realizados os jogos tradicionais como futebol, voleibol, natação, cabo de guerra, ralado de mandioca e arco flecha. Segundo a representante do Conselho Warao Ojiduna em Belém, Isneiris Nunez, o evento é extremamente importante para fortalecer cada vez mais a cultura Warao na capital paraense. “Buscamos fortalecer nossa cultura, mostrar as atividades que realizamos, nossa dança, além de toda a história da nossa ancestralidade”, explicou.

Isneiris destacou ainda que o evento é uma forma de buscar melhorias para os Warao que vivem em Belém e Ananindeua. “Pela segunda vez podemos nos fortalecer dessa maneira, principalmente por estarmos longe da nossa origem”, declarou. A representante garantiu ainda que será um evento maravilhoso e rico em cultura. “É importante dar continuidade ao encontro de cultura warao porque é o momento que todos temos para não desanimarmos, que os warao que vivem em Belém e Ananindeua não se dividam, continuem unidos. Para que nunca percamos nossa cultura mesmo vivendo em outro país, isso é o mais importante”, concluiu Isneiris.

O comunicador do Conselho Warao Ojiduna, Israel Gárcia, destacou também que é importante mostrar as culturas ancestrais, os cantos, danças e bailes, “para continuarmos fortes não podemos deixar de celebrar os nossos ancestrais”, afirmou.  A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) estima que, atualmente, 1.200 indígenas da etnia Warao vivem no estado do Pará, majoritariamente na capital Belém e no município de Ananindeua, na Região Metropolitana.

História

O conselho Warao Ojiduna é uma organização comunitária fundada e liderada por indígenas venezuelanos com a finalidade de unir e representar a população Warao que vive no Pará, estado brasileiro que sediará a COP 30 em 2025. O conselho tem sido porta-voz das comunidades no diálogo com órgãos governamentais, Justiça e movimentos sociais na busca de melhores condições de vida à população indígena refugiada e migrante no Estado.

Com um ano de existência, o Conselho contou com os apoios do edital de incentivo à arte e à cultura da Fundação Cultural do Pará e Governo do Pará, além da assessoria do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), que possibilitaram a realização do II Encontro de Cultura Warao.

Povos Warao

Os Warao são um povo indígena oriundo da região do Delta do Orinoco, na Venezuela, que iniciaram um processo de migração forçada massiva para os estados da Amazônia Brasileira, além de outras regiões do Brasil e outros países da América do Sul, por conta da generalizada crise social que atravessa seu país de origem. Nessa condição, essas pessoas são acolhidas no país, reconhecidas como refugiadas.

Além de enfrentar a vulnerabilidade socioeconômica, a dificuldade de acesso a direitos básicos, o racismo e a xenofobia, os Warao que vivem no Brasil também lutam para preservar sua cultura indígena tradicional e compartilhar com seus filhos que já nascem em território brasileiro.

Agende-se

II Encontro de Cultura Warao

Data: 25 e 26 de novembro

Horário: 8h às 18h

Local: Usina da Paz do Bengui - Estrada do Benguí. S/N. Bairro do Benguí. (ao lado do Parque de Retenção do Detran)