Elieni Tenório e Luiza Cavalcante abrem a mostra "Na Pele Delas" na próxima sexta

As artistas plásticas Elieni Tenório e Luiza Cavalcante abrem na próxima sexta-feira, 8, a exposição "Na Pele Delas", alusiva ao Dia Internacional da Mulher. Elieni apresenta peças híbridas com fotografias e objetos recebendo a textura da obra dela, além de desenhos que enaltecem o corpo feminino. Já Luiza, que também é fotógrafa, traz fotografias de mulheres com a visão da artista sobre cada uma delas retratada em bordado. A mostra estará montada no Núcleo de Conexões Ná Figueredo, com abertura às 20h, e entrada franca.

Com mais de 30 anos de carreira, Elieni Tenório cursou Laboratório de Pesquisa em Artes Plásticas na Universidade Federal do Pará (UFPA), ministrou oficinas de gravura, pintura e desenho na Fundação Curro Velho e, atualmente, vem desenvolvendo pesquisas no uso de diversas técnicas e suportes para ampliar a visão plástica na representação do universo feminino.

Eliene Tenório trabalha a forma feminina em suas obras desde o início da carreira (Divulgação)

Ao longo da carreira realizou diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, como Alemanha e Portugal, e também ganhou prêmios, como o 2º Grande Prêmio do XXV Salão Arte Pará, em 2006. "Vou apresentar a minha obra ilustrando poesia. Bordei textos poéticos no próprio objeto, no caso, um manequim. Vou levar para essa exposição desenhos, objetos e o hibridismo figurativo. Vai ter abstrato e muito sensualidade", descreve Elieni, que tem a obra marcada pela expressão do corpo feminino.

"Desenho a forma feminina estilizada em cima de estampas, sempre mostrando como a mulher se veste. É uma tatuagem do meu trabalho (...) O artista viaja muito na sua linguagem, mas evoluindo do convencional, experimentando outras técnicas. Vou apresentar também objetos nessa minha exposição, vou vestir um manequim. Está impregnado no meu trabalho como uma tatuagem".

Obra de Luiza Cavalcante que integra a exposição "Na Pele Delas" (Divulgação)

Já Luiza Cavalcante produz arte desde 2009. Ela cursou fotografia na Associação Foto Ativa, em 2007, e começou a participar de exposições coletivas. Depois cursou Artes Visuais na Universidade da Amazônia (Unama) e mudou-se para Buenos Aires, onde reside há sete anos. Lá, ela cursou Direção de Foto para Cinema, na Escuela Cinematográfica Argentina; Laboratório Preto e Branco, Fotografia Contemporânea Latinoamericana e Fotografia Documental em outras instituições, entre outros.

Luiza passou a investir na interferência nas fotografias, no laboratório, colando algodão e, mais recententemente, bordando. Hoje, ela ministra cursos de bordado em fotografia. Ela participou de mais de 10 exposições coletivas em Belém, Rio de Janeiro e Buenos Aires, inclusive no Museu de Arte do Centro Cultural Brasil Estados Unidos (Mabeu), em Belém, em 2013. Ela teve outra exposição individual na capital argentina, em 2016. 

Fotografia analógica, artesanal, collage, bordado em papel, são algumas das técnicas adquiridas e apresentadas no trabalho de Luiza Cavalcante. Para essa exposição, ela vai levar cinco retratos de mulheres feitos por ela em diferentes lugares e períodos. Essas fotografias formam pares com bordados em que Luíza tenta retratá-las não mais com a câmera, mas com a ponta da agulha.

"Comecei a me basear nos rostos delas e fiz bordados na tela, não são bordados realistas, mas a forma com que eu as vejo nas fotos. Esse trabalho surgiu depois do meu processo de bordar as fotografias, o que eu fiz em autorretrato e fotografias de viagem. Depois comecei a ter necessidade de fazer outros processos, bordar em tela a partir de retratos que eu já tinha feito. Esse trabalho está em processo, não está finalizado", explica.

A fotógrafa Luiza Cavalcante faz intervenções em suas obras, como o bordado na fotografia (Divulgação)