CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

De Alcione a Zeca Baleiro, disco em homenagem a Ruy Barata terá vozes de todo o Brasil

Com produção de José Milton, que trabalho com gigantes da MPB, disco faz parte das comemorações do centenário do artista paraense

Lucas Costa
fonte

A pandemia quase tirou da rota as comemorações do centenário de um gigante da cultura paraense, Ruy Barata, que completaria 100 anos se estivesse vivo em 2020. Uma nova etapa destas comemorações começa a tomar forma agora, em uma conexão entre Belém, Rio de Janeiro e São Paulo. Trata-se de uma coletânea com regravações de grandes composições de Ruy, parte delas em parceria com o filho Paulo André Barata, e que marcaram o nome de ambos na história da música popular brasileira.

O projeto vem sendo dirigido artisticamente por Tito Barata, filho de Ruy, que para a empreitada convidou um nome à altura do pai, o músico José Milton, que assina a produção musical do disco.

Creditado como produtor musical em grandes obras desde a década de 70, José Milton tem no currículo trabalhos com gigantes da história da música popular brasileira, desde Nana Caymmi, Emílio Santiago e Cauby Peixoto, até Angela Maria, Raimundo Fagner e Miúcha. Somente nos últimos 40 anos, foram mais de 120 discos produzidos por ele em estúdio. José esteve em Belém na última semana para as primeiras gravações do disco, e comemora a oportunidade. “A responsabilidade, como em todos os outros trabalhos, é imensa”, descreve.

"Trabalhei com muita gente, com os gigantes da música popular, mas não esqueça que Paulo André e Ruy Barata são dois gigantes da música popular brasileira. É uma parceria a nível das grandes parcerias música popular como Tom e Vinícius, Vinícius e Baden, Marcos e Paulo Sérgio Valle, Gonzaga e Humberto Teixeira, Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, João Bosco e Aldir Blanc, ou seja, é uma obra que tem uma importância muito grande na música popular, na música da Amazônia”, compara José Milton.

Não é apenas na produção que a homenagem a Ruy Barata terá grandiosidade. Tito e José adiantam alguns nomes escalados para dar voz às composições da dupla: “Esse Rio É Minha Rua” ganhará nova vida nas vozes de Dona Onete e Pinduca; Padre Fábio de Melo deve interpretar uma canção inédita, “Litania”, descrita por Tito como uma prece. Outra que não ficará de fora do projeto é uma das grandes responsáveis por apresentar ao mundo o trabalho de Paulo e Ruy, Fafá de Belém, que interpretará “Porto Caribe”. Ainda no projeto, “Canção Antiga” ganhará as vozes de Andréa Pinheiro; e Sandra Duailibe cantará “Casa Noturna”.

Outros artistas que devem integrar o time de intérpretes são: Alcione, Leila Pinheiro, Jane Duboc, Roberta Sá e Zeca Baleiro. José Milton revela ainda uma participação descrita por ele como uma grande surpresa, a de Zeca Pagodinho. O sambista vai dar voz a "Meu Pajé", composição de Ruy e Paulo em parceria com Edyr Proença. O produtor musical fala ainda do desafio em escalar as vozes.

“Para ‘Foi Assim’ ainda estamos escolhendo um intérprete, porque é muito difícil escolher um depois dessa gravação da Fafá. É muito difícil porque é uma marca muito grande dela. Temos que vir com uma coisa muito forte também”, diz José Milton.

Tito Barata, produtor artístico que também está à frente de grande parte das programações em homenagem ao centenário do pai, diz estar feliz com a parceria com José Milton para este projeto. “Eu já conhecia o José Milton, por ser produtor da Nana Caymmi, já conhecia o bom gosto musical dele. Com o convite ele ficou entusiasmado porque já conhecia um pedaço da obra e ficou motivado. Fiquei surpreendido com a qualidade do trabalho e todos ficaram muito encantados”, conta ele sobre a primeira vinda do produtor a Belém, onde deram os primeiros passos das gravações.

O disco será gravado em Belém, São Paulo e Rio de Janeiro. Na capital paraense, as gravações ocorrem no Midas Amazon Studio, dos músicos Luiz Pardal e Jacinto Kahwage, que também participam do projeto. José Milton destaca a qualidade do trabalho de toda a equipe.

“Quando estamos trabalhando com músicos como Luiz Pardal e Jacinto Kahwage, um guitarrista e violonista como Davi Amorim, Brandão de Bastos quando fala de bateria, esses percussionistas do Trio Manari; realmente você está muito bem acompanhado. São músicos que participaram dos metais e coisas que ainda vão entrar, que podem trabalhar em qualquer lugar do mundo com os melhores músicos do mundo, como eles já têm trabalhado. São grandes músicos, eu já sabia do talento dessa galera, mas era muito melhor do que eu pensava”, diz José Milton, que também agradece o carinho com que foi recebido por toda a equipe em Belém.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Cultura
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM CULTURA

MAIS LIDAS EM CULTURA