Coluna do Estadão: Lula une PT, reedita discurso de pobres x ricos e vê 'vitória' nas redes

Estadão Conteúdo

O presidente Lula, os ministros do PT e a cúpula do partido não vão baixar o tom contra o Congresso Nacional. Um dia depois de Câmara e Senado derrubarem o aumento do IOF, a avaliação predominante entre seus aliados fiéis foi de que, apesar da derrota na pauta, o governo venceu o debate público nas redes sociais com o discurso de pobres x ricos. E a ordem é aumentar essa polarização. Petistas lançaram pelo menos três hashtags sobre o tema nos últimos dias: Ricos paguem a conta; Congresso inimigo do povo e Haddad tem razão. Esta última é referência à entrevista do ministro da Fazenda à TV Record. No trecho que viralizou, Fernando Haddad questiona "aumento da carga tributária para quem?" e diz que o governo faz justiça social.

REPETECO. Haddad postou o corte nas próprias redes por dois dias seguidos, só mudou o título. "Justiça para o bolso de todos" e, depois, "pobre no orçamento e rico no imposto de renda".

HARMONIA. Com essa polarização de classes, Lula conseguiu unir os discursos dos ministros Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann (das Relações Institucionais), deputados e senadores com a própria fala. O descompasso com o Congresso, entretanto, está tão grande que os presidentes da Câmara e do Senado souberam de suposta reunião com Lula via imprensa. Mas não receberam convite.

ÂNIMO. Desde o início deste ano, marcado por crises nas redes para o governo - especialmente as do PIX e dos descontos ilegais do INSS -, este foi o 1.º episódio em que os petistas avaliam que o governo conseguiu pautar a discussão e engajar de forma positiva.

EXTRAOFICIAL. O Planalto prepara mais uma campanha publicitária para tentar reverter a queda de popularidade, focando a pauta econômica. Desta vez, o foco será o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda. Mas interlocutores palacianos dizem que nessa peça não haverá menção direta a briga de classes.

TUDO CERTO. A Justiça de São Paulo manteve o arquivamento de um inquérito contra dois policiais militares pela morte de um homem em Santos, durante a Operação Verão, em 2024. Parte do episódio não foi registrada pelas câmeras corporais. A conclusão do processo foi que os PMs agiram em legítima defesa. A Justiça encerrou o caso no dia 10.

PONTO FINAL. "A conclusão pelo arquivamento do feito foi atingida após minucioso e detalhado exame da prova amealhada, sendo irretocável a confirmação da presença da excludente de ilicitude", diz o texto.

REPERCUSSÃO. Diplomatas têm avaliado que, apesar do cessar-fogo, o conflito Israel-Irã deve impactar a pauta da Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro, nos dias 6 e 7 de julho, principalmente porque ocorre na gestão do presidente Lula. Ontem, o embaixador do Irã em Brasília, Abdollah Nekounam, afirmou que o Brics tem a tarefa de melhorar a ordem internacional.

NO PAPEL? Ao receber jornalistas para um café, Nekounam disse que o Brics "não existe apenas para publicar declaração, e sim para criar um novo caminho". O Irã integra o grupo desde 2024.

PRONTO, FALEI!

Eduardo Girão Senador (Novo-CE)

"O Brasil já tem deputados federais demais e agora terá mais! É um desrespeito com quem paga imposto. O Senado votou de forma inoportuna e irresponsável."

CLICK

Hildo Rocha Deputado federal (MDB-MA)

Durante sessão esvaziada ontem no plenário da Câmara, um dia após a votação que derrubou o decreto que aumentava o IOF, em derrota para o governo Lula.

(Roseann Kennedy, com Eduardo Barretto e Iander Porcella)

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