Fusão da Disney com Century Fox cria um dos maiores impérios audiovisuais do mundo

Walt Disney Company e a 21st Century Fox são uma empresa só. A aquisição de U$71 bilhões (equivalente a cerca de R$ 269 bilhões), faz com que a indústria do Mickey se reafirme como umas das maiores empresas audiovisuais do mundo e vai entrar com mais força no mercado dos serviços de streaming.

Ficam de fora da aquisição os produtos de notícias, esportes e transmissão, como a Fox News e a maior parte das operações globais do canal Fox Sports, que passam a ser administrados pela Fox Corporation, empresa derivada surgida em janeiro passado para administrar ativos não adquiridos pela Disney.

Potência consolidada em Hollywood desde as aquisições de Pixar, Marvel e Lucasfilm, a Disney se torna uma das maiores forças do cinema americano, incorporando um rol de personagens famosos a seu catálogo já recheado. Entre eles estão os super-heróis de "X-Men", a franquia "Avatar", filme de maior sucesso da história do cinema, além de "Os Simpsons", série que está há mais tempo no ar na televisão americana.

Diante do crescimento dos serviços de streaming sobre o mercado da televisão a cabo, a Disney pretende entrar de cabeça no novo segmento, colocando a liderança da Netflix sob risco. A empresa já tem um serviço desse tipo para os esportes, ligado à "ESPN", mas lançará uma plataforma destinada a um público mais familiar no fim do ano, o Disney+. Assim, séries e filmes que pertencem à companhia deixarão os catálogos das concorrentes.

Além disso, a Disney mantém a previsão de lançar longas-metragens que dominarão as bilheterias dos cinemas neste ano: as novas versões de "Dumbo", "Aladdin" e "Rei Leão", o quarto filme da franquia "Toy Story", "Vingadores: Ultimato" e o episódio XI de "Star Wars".

Em nota, o diretor executivo da Walt Disney Company, Robert A. Iger, afirmou que este é um momento histórico para a empresa, tendo a aquisição um valor significativo de longo prazo para a empresa e acionistas. "Combinar a riqueza de conteúdo criativo e talentos comprovados da Disney e da 21st Century Fox cria a companhia de entretenimento global mais proeminente e bem posicionada para liderar em uma era incrivelmente dinâmica e transformadora”, disse.

Resta saber como a Disney administrará o império, já terá sob sua tutela atrações direcionadas a públicos completamente diferentes. Ficam dúvidas também sobre como as decisões da empresa afetarão a indústria, que teme o domínio de uma só companhia no setor.

O que vai acontecer com "Fênix Negra", que está com sua estreia marcada para a primeira semana de junho (dia 6, aqui no Brasil) e sua divulgação está a pleno vapor: já saíram dois trailers do filme e as atrizes Sophie Turner e Jessica Chastain vieram a São Paulo em dezembro para divulgar a produção na CCXP, é incerto.

Menos certo é o lançamento de "Os Novos Mutantes", estrelado por Maisie Williams e pelos brasileiros Alice Braga e Henry Zaga. O longa, que marcaria a primeira incursão dos mutantes pelo gênero do terror, teve sua estreia adiada várias vezes antes de tê-la marcada para agosto deste ano.

De acordo com a revista "The Hollywood Reporter", o futuro de "Novos Mutantes" está nas mãos dos executivos da Disney, que ainda precisam vê-lo. O filme deve passar por refilmagens, que estão sendo planejadas há tempos, e há também a possibilidade de que ele seja lançado diretamente em uma plataforma de streaming, como o Dinsey+ ou o Hulu.

Por enquanto, o Deadpool de Ryan Reynolds é o único herói do universo X-Men que deve seguir seu rumo normalmente na Disney. O CEO da empresa, Bob Iger, já confirmou várias vezes que o Mercenário Tagarela e seus filmes para maiores têm seu lugar garantido na casa. A Marvel ainda não revelou publicamente os planos para integrar os X-Men e o Quarteto Fantástico, que estavam com a Fox, ao seu universo cinematográfico.

Noah Hawley, showrunner de "Fargo", confirmou recentemente que conversou com Kevin Feige, o chefão do estúdio, sobre o filme solo do Doutor Destino, mas não deu mais detalhes sobre o assunto. De qualquer forma, é considerado improvável que os heróis recém-chegados ganhem um filme antes de 2021.