Doc paraense, 'Marambiré' será exibido no SescTV

A programação exibe quatro documentários sobre modalidades de dança diferentes.

O Liberal
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O documentário paraense “Marambiré” está na programação “Singularidades na Dança”, do SescTV, que vai exibir quatro filmes sobre várias formas de dança no Brasil. “Marambiré” abre a programação, na próxima sexta-feira, 4, com o registro da festa popular homônima que a cada ano celebra a devoção a São Benedito, na Comunidade do Quilombo Pacoval, na cidade de Alenquer, no Baixo Amazonas. Os documentários serão exibidos nas sextas-feiras de fevereiro, dias 4, 11, 18 e 25, sempre às 23h, pelo canal a cabo do SescTV (canal 128 da Oi TV) e também pelo site sesctv.org.br/noar.

Lançado em 2017 pela Lamparina Filmes, sob a direção de André dos Santos, “Marambiré” foi contemplado pelo Itaú Cultural de 2015-2016 e premiado no Festival International du Film Panafricain, em Cannes. O filme mergulha numa tradição popular do interior do estado que é pouco conhecida até dos próprios paraenses, mas que reúne uma série elementos culturais, especialmente a dança, a música em vários ritmos de raiz africana, encenação teatral e sincretismo religioso com tradições africanas e cristãs e também influências portuguesas.

Passada de geração em geração pelos escravos refugiados, o Marambiré recria personagens como o rei, a rainha, as princesas (rainhas auxiliares), os “valsares”, os tocadores e os contramestres. Em momentos da festa, os dançarinos se apresentam em pares e enfileirados diante do rei e da rainha.

“O Marambiré é uma tradição muito antiga, que se remete ao reinado da África Central, e homenageia São Sebastião entre os dias 14 de dezembro e 20 de janeiro, todos os anos. É uma festa longa que visita as casas. Na virada do século XIX, pesquisadores já registravam essa festa”, conta o diretor. “É uma tradição congo-angolana, de cultura dos povos que falavam o idioma bantu”.

O segundo documentário a ser exibido é “Olhando Para as Estrelas”, de Alexandre Peral, no dia 11. O filme acompanha a rotina de Geyza Pereira, a primeira bailarina e professora da Associação de Ballet e Artes Fernanda Bianchini, de São Paulo, única companhia profissional de Balé para pessoas com deficiência visual.

“Faço balé há 17 anos, desde quando perdi a visão, são movimentos muito difíceis e para nós deficientes visuais é necessário ter mais disciplina ainda. O balé transformou a minha vida”, conta Geyza.

No dia 18, será exibido “Na Dança! Doc”, um registro sobre o 2º Festival Na Dança! realizado em São Paulo, em 2018. O Na Dança! é uma plataforma de danças e músicas de diferentes povos e culturas, que começou com o trabalho de pesquisa da professora e bailarina Betty Gervitz sobre os artistas de diversas regiões do planeta.

O filme traz entrevistas com artistas que pesquisam danças e músicas do mundo, e imigrantes vindos da Galícia, Líbano, Japão, Uganda, Colômbia, Senegal, Egito e Moçambique entre outros.

O documentário “Danças Negras”, de João Nascimento e Firmino Pitanga, encerra a programação no dia 25. O filme traça um panorama sobre a dança africana e suas implicações culturais.

“As primeiras expressões de dança negra são as formas populares, como os congos e os ticumbis. Não é dança, são música - dança, com musicalidade e corporalidade integradas. Algo inconcebível na visão ocidental de arte segmentada”, conta um dos diretores.

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