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Críticos paraenses apontam os melhores filmes de 2018

"Projeto Flórida" e "Visage, Villages", que chegaram ao Brasil este ano, se destacaram, segundo Ismaelino Pinto e Augusto Pacheco

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Os críticos de cinema já estão apontando aqueles que foram os melhores filmes de 2018 exibidos nas telonas do Brasil. No mundo, os festivais internacionais de premiação já começaram a apontar os favoritos. Para os jornalistas e críticos paraenses Augusto Pacheco e Ismaelino Pinto, "Projeto Flórida" e "Visage, Villages" estão na lista dos favoritos. Ismaelino exalta as novidades do cinema nacional, com os inovadores "Benzinho" e "Sócrates", "O Grande Circo Místico" e o roteiro original de "Ex-Pajé", enquanto Augusto aponta a preferência por "Ferrugem", "No Intenso Agora", "Bom Comportamento" e "Aos Teus Olhos". Confira a lista dos melhores filmes indicados pelos críticos paraenses.

Em "Projeto Flórida", do diretor Sean S. Baker, a menina Moonee (Brooklynn Prince) de apenas 6 anos, apronta com o vizinho Scooty (Christopher Rivera) e faz novas amizades nas redondezas dos parques Disney. Ela vive com a mãe (Bria Vinaite) num hotel às margens da estrada, onde enfrentam dificuldades para sobreviver. "Esse filme tem o desencanto do sonho americano e a ausência da medida da maldade nas tonalidades variadas de verde e roxo, sob a direção certeira de Sean Baker", opina Augusto. "É um filme independente americano e de baixo orçamento que conseguiu chegar ao grande circuito comercial, circular o mundo inteiro e conseguiu ser um sucesso com uma fórmula simples. Trouxe um ator maravilhoso, Willem Dafoe (gerente do hotel), respeitadíssimo em Hollywood. A história encantou todo mundo", destaca Ismaelino.

Já "Visages, Villages" é um documentário sobre a experiência fotográfica e cinematográfica da cineasta Agnès Varda e do fotógrafo JR, criador de galerias e exposições fotográficas ao ar livre. Juntos, eles viajam por regiões interioranas da França para captar imagens. "A  a paixão por imagens em movimento e imagens fixas num filme de estrada, segundo a cineasta Agnes Varda e o artista JR, sugere a recriação de novas imagens e desencontros", destaca Augusto. Para Ismaelino, esse filme está entre os três melhores do ano: "Agnés Varga é uma diretora longeva, que iniciou como fotógrafa e se tornou uma grande documentarista e cineasta e passou a trabalhar com grupos alternativos e de inclusão social." 

Augusto Pacheco inclui na lista dos favoritos "Roda Gigante", de Woody Allen, "Em Chamas", de Chang-Dong Lee, e a animação "Com Amor, Van Gogh": "Woody Allen é um gigante do cinema e a parceira com Vittorio Storaro foi fundamental para o uso dasluzes em neon e os tons dourados e azuis para a composição cromática de personagens falhos, humanos. Já 'Em Chamas', tem a vitalidade do novo cinema coreano que aposta na poesia das imagens e insere crítica ácida aos novos vícios das classes emergentes. Van Gogh conquistou um lugar especial na história da arte visual ao projetar nos cinemas os 65 mil quadros do filme como pintura em óleo sobre tela, usando a mesma técnica do pintor homenageado. Parabéns para os diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman."

Ismaelino traz também como prediletos de 2018, "Um Lugar Silencioso", "Hannah" e "No Reino de Deus": "O primeiro é um filme de roteiro original e inquietante. No filme, um grupo de pessoas está isolado e ninguém pode falar para não ser morto. 'Hannah' trata da solidão das mulheres na velhice, é um roteiro original que deu prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza para a Charlotte Rampling. Ela foi uma musa da beleza no cinema dos anos 60, que se tornou uma grande atriz. E, 'No Reino de Deus' discute a temática de gênero, comportamento e sexualidade sobre dois homens que começam a se gostar, sem seguir os padrões do homossexuais urbanos."

Nacional

 "O novo cinema brasileiro vejo em "Benzinho" e "Sócrates", que são centrados na realidade, feitos por dois novos cineastas (Gustavo Pizzi e Alex Moratto) que vêm do cinema fora do circuito de longa metragem e que fazem filmes absolutamente contemporâneos e, ao mesmo tempo, que têm um apelo emocional muito forte. Não é apenas um cinema realidade, mas feito para emocionar", resume Ismaelino. Sobre "O Grande Circo Místico", de Cacá Diegues, o crítico aponta como um dos melhores filmes do cinema nacional pois investe no imaginário. O documentário "Ex-Pajé", de Luiz Bolognesi, foi premiado no Festival de Berlim e traz um roteiro original pouco publicizado sobre a realidade da aculturação do índio: "No documentário, toda a aldeia se converte a uma religião evangélica e o pajé, que estava resistente, acaba fazendo a negação de todo o conhecimento cultural e se tornando evangélico também para não ser rejeitado pela comunidade. É um dos filmes mais bonitos que eu já vi"

'"No Intenso Agora" traz o poder da montagem documental elaboradora por João Moreira Sales, que lança novas luzes sobre a revolta estudantil em Paris, a Primavera de Praga e a China de 1966 sob o regime de Mao. 'Ferrugem', de Aly Muritiba, atualiza a tragédia contemporânea do admirável mundo novo das redes sociais, entre silêncios e dores que ficam pra sempre. 'Aos Teus Olhos', de Carolina Jabor, é um filme inquietante, ambíguo e necessário para a discussão de limites, internet e relação de pais, filhos e professores. E 'Bom Comportamento' é um filme do cinema independente traz uma saída eficaz para o combate da mesmice e repetições de fórmulas gastas, um mérito de Ben & Josh Safdie num filme eletrizante e trilha eletrônica", resume Augusto Pacheco.

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Cinema
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