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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Imortais: Giuseppe Rotuno, Jean-Claude Carrière e Christopher Plummer

Marco Antônio Moreira

A vida é finita. A arte, não. Nos últimos dias foi divulgado o falecimento de três grandes artistas que apresentaram  obras relevantes no cinema: o diretor de fotografia Giuseppe Rotuno, o roteirista Jean-Claude Carrière e  o ator Christopher Plummer. É necessário lembrar-se da contribuição destes artistas, pois um filme é resultado de uma obra coletiva que envolve muitas pessoas, mas na maioria das vezes o público não se lembra de personagens fundamentais para o trabalho fílmico.

Normalmente é evidenciado o nome do diretor ou do produtor de um filme, mas não se evidencia  de modo mais constante o trabalho de colaboradores como o diretor de fotografia, roteirista e o ator. Evidentemente que como em uma orquestra, é preciso um maestro para dirigir os músicos, mas a colaboração de cada músico é essencial para o resultado de um concerto. O mesmo procedimento ocorre no cinema e isso deve ser observado, sempre. 

Giuseppe Rotuno iniciou sua carreira no lendário estúdio italiano Cinecittá como fotógrafo, antes da segunda guerra mundial, mas foi convocado pelo exército e teve sua carreira interrompida.

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Em 1955, iniciou trabalho como diretor de fotografia com o filme Pão, Amor e... de Vittorio De Sica e teve uma sequência de filmes reconhecidos pela crítica e público. Posteriormente, Rotunno desenvolveu bela parceria com o mestre Federico Fellini em obras que se destacavam seu olhar de criação na fotografia, iluminação e cenários como em Amarcord (1973), Satyricon (1969), Roma (1972), Casanova (1976), Ensaio de Orquestra (1978), Cidade das Mulheres (1980) e E La Nave Va (1983).

Seu talento foi reconhecido também pelas parcerias com o cineasta Luchino Visconti em Rocco e seus Irmãos (1960), O Leopardo (1963) e O Estranho (1967) e Bob Fosse em All That Jazz (1979)(com indicação ao Oscar).

Outros filmes sob a direção de fotografia de Rotuno que merecem ser conhecidos: A Hora Final (1959) de Stanley Kramer, Os Companheiros (1964) de Mario Monicelli e Ânsia de Amar (1971)de Mike Nichols, entre outros. Federico Fellini e Luchino Visconti considerava Rotuno como o mago da luz. Ele foi e sempre será o mago da luz!

Jean-Claude Carrière foi roteirista, escritor, diretor e ator francês. Seu talento em escrever histórias originais e adaptadas foi notado pela crítica especializada a partir da sua colaboração com o cineasta Luiz Buñuel.

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Carrière trabalhou com Buñuel em filmes extraordinários como O Diário de uma Camareira (1964), A Bela da Tarde (1967), A Via Láctea (1969), O Discreto Charme da Burguesia (1972), O Fantasma da Liberdade (1974) e Este Obscuro Objeto do Desejo (1977).

Mas sua carreira teve outros momentos brilhantes como em O Tambor (1979), Danton (1983), A Insustentável Leveza do Ser (1988) e Valmont (1989). Um de seus projetos mais ambiciosos aconteceu em 1989 em parceria com o diretor de teatro e cinema Peter Brook nas duas versões (com 9 horas e cinco horas de duração) do épico sânscrito Mahabharata de Krishna Dvapayana Vyasa (texto com mais de 74 000 versos em sânscrito e mais de 1,8 milhões de palavras).

Carrière trabalhou com Hector Babenco em Brincando nos Campos do Senhor (1991). Mestre em criar histórias, personagens e diálogos criativos, Jean-Claude Carrière é, sem dúvida, um dos maiores roteiristas da sétima arte. Indico ao leitor o livro A Linguagem Secreta do Cinema (2015) que Carrière reflete intensamente sobre o cinema.

Christopher Plummer foi um brilhante ator canadense com sete décadas de atuações no cinema, na televisão e no teatro. Ele estreou na Broadway em 1954 e no cinema em 1958.

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Sua carreira ficou marcada por grande parte do público pelo papel de Capitão Georg von Trapp no musical A Noviça Rebelde (1965) ao lado de Julie Andrews, mas certamente ele teve destaque em muitos outros filmes. Alguns filmes que Plummer atuou e que são exemplos da sua versatilidade como ator: O Homem que queria ser Rei (1975), Em Algum Lugar do Passado (1980), Star Trek VI: A Terra Desconhecida (1991), Malcom X (1992), Eclipse Total (1995), O Plano Perfeito (2006), entre muitos outros. Plummer foi premiado diversas vezes incluindo Oscar pelo filme Toda Forma de Amor (2010),  Primetime Emmy Awards,  Tony Awards, Globo de Ouro, Screen Actors Guild Award e British Academy Film Award. Conheça a obra deste grande ator.

Obrigado, Giusepe Rotuno, Jean-Claude Carrière e Christopher Plummer!

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