Produções cinematográficas durante a Guerra Fria serão tema de debate

Programação terá a exibição do filme 'O Espião que saiu do frio' (1965) de Martin Ritt, na Casa das Artes

Vito Gemaque
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O Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) realiza um debate sobre a relação entre o cinema e a Guerra Fria entre Estados Unidos e Rússia, nesta terça-feira, dia 26. O evento será realizado na Casa das Artes (antigo IAP), localizado na Praça Justo Chermont, nº 236, bairro de Nazaré, a partir das 17h com a exibição do filme “O espião que saiu do frio” (1965) de Martin Ritt.

Após o longa, haverá a palestra “30 Anos da Queda do Muro de Berlim: O Cinema na Guerra Fria” com o professor de Filosofia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Ernani Chaves.

De acordo com o coordenador do CEC, o crítico de cinema Marco Antônio Moreira, a ideia é falar sobre a narrativa no cinema criada pelos dois países para defender as diferentes posições políticas que estavam em disputa durante a Guerra Fria (1947 – 1991).

A produção cinematográfica dos países refletiu a polarização maniqueísta entre o bem e o mal, com o bem representando o país onde o filme era feito e o mal o lado oposto. “Nós vemos muito poucos filmes sobre o assunto de maneira complexa”, enfatiza. “A discussão política em si, do porquê da guerra raramente aconteceu. O lance era mais como convencer o espectador”, analisa Marco.

O filme “O espião que saiu do frio” dirigido por Martin Ritt conta a história do espião britânico Alec Leamas (Richard Burton) que é enviado à Alemanha Oriental para atuar como agente duplo. Manipulado por ambos os lados, Alec tem a confiança abalada e começa a desconfiar dos companheiros de trabalho. “Esse é um bom filme sobre a Guerra Fria. Mostrava o sistema de operação, ele não tem uma visão maniqueísta, a ideia é falar um pouco sobre isso. O cinema criou uma visão maniqueísta”, aponta Moreira.

O poder de convencimento ideológico do cinema fez com que a arte fosse utilizada para fins políticos. “Na realidade o cinema é tão poderoso que qualquer narrativa predominante convence as pessoas, dependendo de uma série de fatores você poderá ouvir sempre um lado só. O cinema contribuiu sim com a Guerra Fria, mas não só para contribuir uma visão equivocada como esclareceu também. O cinema como qualquer arte pode ser bem ou mal”, destaca Moreira.

O professor do curso de Filosofia Ernani Chaves com experiência de vida na Europa participará como palestrante também por conhecer o cinema europeu e influência da Guerra Fria na arte. O último debate do CEC acontecerá no dia 10 de dezembro com um bate-papo sobre os melhores filmes do ano e a polêmica afirmação do cineasta Martin Scorsese de que os filmes da Marvel não são cinema.

Agende-se:
Palestra e debate do Centro de Estudos Cinemaográficos
Data: terça-feira, dia 26
17h - Exibição do filme 'O espião que veio do frio'
18h30 - Palestra “30 Anos da queda do muro de Berlim: O Cinema na Guerra Fria” com o professor Ernani Chaves.
Local: Casa das Artes (Antigo IAP)
Inscrições gratuitas

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Cinema
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