Bertolucci deixa legado sobre relações humanas em filmes, afirma crítico paraense

O cineasta Bernardo Bertolucci foi fiel às próprias convicções temáticas e estilísticas para o jornalista e crítico de cinema paraense Augusto Pacheco. Bertolucci que surgiu no movimento de renovação do cinema italiano, conhecido como neorrealismo, partiu para filmes cada vez mais intimistas com abordagens sobre relações humanas envolvendo sexualidade e política.

“O grande estilo do Bertolucci foi ter trazido paixão e sexo para os filmes, o que fez ele se distanciar do movimento neorrealista como todos os outros depois. Ele traz esta grande carga amorosa. Dentre os filmes de destaque dele estão muito “Antes da revolução”,  “O último tango em Paris” e o “Céu que nos protege””, lista.

O cinema neorrealista italiano se caracterizou pelo uso de elementos da realidade numa peça de ficção, tentando aproximar até certo ponto por algumas cenas de características de documentários. Ao contrário do cinema tradicional de ficção, o neorrealismo buscou representar a realidade social e econômica do início do século XX. Com o tempo muitos cineastas italianos foram encontrando outras estéticas fora do neorrealismo e Bertolucci foi um deles.

“O grande legado do Bertolucci é ser fiel às próprias convicções temáticas e estilísticas. Ele vem do neorrealismo, depois abandona e faz um cinema mais intimista, como todos os outros do neorrealismo, como Visconti e Fellini, que na virada dos anos 70 fizeram um cinema mais intimista e introspectivo. O grande legado do Bertolucci é ser fiel a esta convicção artística na indústria cinematográfica”, destacou. Outros filmes que o crítico destaca são “1900”, “La Luna” e “Os sonhadores”.