'Dá uma sofrênciazinha', diz Paulo Betti sobre saída da TV Globo após 39 anos

Em entrevista exclusiva com O LIBERAL ator falou sobre projetos futuros,

Vito Gemaque
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Mais um grande ator encerrará contrato com a TV Globo em menos de duas semanas – Paulo Betti. O artista de 70 anos passou 39 na emissora carioca, e não terá mais contrato fixo. Após o término da novela das seis “Amor Perfeito”, Paulo Betti deverá se voltar mais para o cinema e o teatro, duas paixões ao lado da teledramaturgia. “Dá uma sofrênciazinha, gosto de trabalhar na Globo, do pessoal que trabalha na casa, do refeitório, dos jardins do Projac, etc, mas eu estava preparado. Não foi de surpresa”, destaca.

O relógio marcava 21h30. A notícia sobre a “demissão” de Paulo Betti na Globo já estava em todos os principais portais de notícia do Brasil. Menos de 20 minutos depois, o ator ainda global respondia diretamente a solicitação de entrevista. “Estou gravando muito se puder mande as perguntas que respondo por áudio”, disse o ator acessível e atencioso. Betti que já esteve por diversas vezes no Pará concedeu entrevista exclusiva para O LIBERAL falando sobre os projetos para o futuro e o novo mundo para atrizes e atores.

“É o fim de um ciclo, uma decisão da emissora que diminue seu plantel, estratégia de mercado, artística, econômica. Tenho que sair da zona do conforto, mas pode ser positivo”, declarou. Ele baterá as portas de leve da emissora, pretende deixa-las entreabertas para qualquer poder retornar com suas interpretações de personagens marcantes. Isso se já não estiver em outras produções. “A qualquer momento posso ser convidado pra algum outro trabalho lá. Se não estiver em outro, analiso com carinho”, afirma.

Betti está no ar em duas novelas da casa. Além de interpretar Anselmo em “Amor Perfeito”, ele está também com o vigarista Wanderlei Amaral, que tem um caso com a vilã Raquel, em reexibição em Mulheres de Areia. “Gosto de todos os personagens que fiz, alguns ficaram mais populares como Timóteo, Lamarca, Ed Mort, Theo Pereira, mas amo todos”, assegura.

Com a distância do frenesi das telenovelas, a perspectiva dele é se dedicar ao teatro e ao cinema, outras duas paixões. “Novas perspectivas se abrem, tenho projetos pessoais também no teatro e no cinema, peças e filmes que quero fazer”, confessa.

Além dos personagens, Betti também é conhecido por uma ativa participação política, tanto em prol da categoria, quanto em eleições. Ele é o criador do clipe do jingle do presidente Luís Inácio Lula da Silva, em 1989, que teve a participação de dezenas de artistas. Diferente de outros colegas que se esquivam de perguntas espinhosas sobre política, Betti fala sua opinião para quem quiser ouvir sem medo.

Sobre o terceiro governo Lula, o ator elogia. “É só ver o nível do ministério que o Lula escalou pra torcer que dê certo! Sou Lula desde 1977. É o maior líder que o Brasil já teve. Poderia ter sido eleito em 1989. Se elegeu 3 vezes, e elegeu Dilma 2 vezes. Alguém mais fez façanha parecida?”, indaga.

A coragem por suas posições políticas geram como resposta xingamentos e perda de seguidores nas redes sociais. “Sou ativo nas redes sociais, gosto de marcar posição sobre os fatos e sobre as direções que a sociedade vai tomando, não gosto de ficar neutro, perco seguidores, alguns me xingam, mas é meu temperamento, respeito quem adota a neutralidade. Mas, honestamente, admiro quem está na luta, no ringue, não na plateia”, enfatiza.

Diante de um mundo em que a quantidade de seguidores se torna mais relevante para todas as profissões, principalmente para atores e atrizes, com processos seletivos que levam em conta a influência nas redes no lugar do talento, Betti é um pouco otimista. “Nossa profissão está ligada fortemente a questão vocacional. Vinga quem persiste e tem sorte”, diz.

Mesmo assim os desafios são difíceis para os atores e atrizes jovens e da velha guarda. Paulo que já concorreu ao cargo de presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro (SATED-RJ), atualmente participa do Interartis Brasil, associação de gestão coletiva do setor audiovisual com o objetivo de arrecadar direitos pelo uso das obras que contém as interpretações dos artistas.

“Me dedico a cerrar fileiras com a Interartis (Associação de Direitos Autorais) na luta do nosso direito de ser remunerado toda vez que um trabalho é reprisado seja filme, série ou novela”, destaca. “Estou na luta para que nosso trabalho seja respeitado e nosso direito autoral não seja um favor! Queremos que toda a sociedade saiba que as empresas não querem pagar nossos direitos”.

Em breve, Paulo Betti já estará novamente em ação. “Vou filmar ‘A Canção Brasileira’, e quero montar uma peça com elenco grande, botar todo mundo num ônibus e rodar o Brasil”, revela. “Tenho propostas de trabalhos que estou analisando, mas, por enquanto, quero curtir minhas férias”.

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