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Cacá Carvalho fala da saudade de Belém e do amor pelo trabalho

O artista está gravando alguns trabalhos e deseja vir a Belém o quanto antes

Bruna Lima
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Cria do Grupo Experiência, neto postiço do poeta Ruy Barata, professor de matemática e um eterno apaixonado pelos palcos do teatro. O ator paraense Cacá Carvalho, que um dia teve aversão à televisão, mas que contagiou o Brasil com o primeiro papel na telinha interpretando "Jamanta", conversou esta semana com o Grupo O Liberal para falar das novidades, da saudade de Belém, do Círio de Nazaré e do que vem construindo ao longo dos anos por meio da dramaturgia. O artista diz que é tudo o que viveu e o que consome. A sua arte é a sua vida.

1.Cacá, antes de tudo, muito obrigado por atender ao Grupo Liberal, mesmo em um período intenso de trabalho. Você está em cena na série “O Rei da TV”, na plataforma Star +, e também trabalhou na série “Independências”, na TV Cultura. Fale um pouco sobre as duas produções e o que o público pode encontrar em cada uma delas.

Eu diria que eu estou tendo essa sorte de, em um momento tão difícil de trabalho para tantos colegas dessa nossa profissão, que está tão penalizada. Estou com três trabalhos, durante a pandemia toda eu gravei o Rei da TV e depois eu gravei o “Independências” e, no ano passado, no meio da pandemia retomamos e estamos gravando a segunda e terceira temporadas do Cine Hollywood. Está sendo um momento bonito onde você volta a conviver com o trabalho, produzir, criar, encontrar amigos, com todo cuidado sanitário necessário. São séries muito sobre o Brasil. O rei da TV é uma série que pega um personagem icônico da cultura brasileira que é o proprietário de um canal de televisão que é o Silvio. Eu faço um personagem que é uma homenagem ao Manuel de Nóbrega, grande empresário, comunicador brasileiro, que foi o primeiro o proprietário e o criador do Baú da Felicidade. 


2. Você está, atualmente, em rotina de gravação na TV Globo. Em qual produção você trabalha no momento?

Bom, nós estamos gravando a segunda temporada do Cine Hollywood, que está indo ao ar todas às terças-feiras. São onze episódios e já começamos a terceira temporada. Vamos ver se a aceitação continua do jeito que está. Eu acredito que tem um caldo para uma quarta temporada. O Cine Hollywood é um projeto exitoso em todos os sentidos. Ele resgata um tipo de humor de Brasil e apresenta uma linguagem de um outro tempo na televisão brasileira, um outro ritmo, um outro modelo de interpretação, um outro modelo de se vestir. É muito bonito. Eu sou muito honrado em participar dessa série.


4. O personagem Jamanta, que esteve nas novelas Torre de Babel e Belíssima, foi um marco para o público de televisão. Atualmente, na novela Travessia, a personagem delegada Helô (de Giovanna Antonelli) também retorna de outra novela, na técnica chamada de crossover (quando uma personagem migra de uma trama para outra). Fale um pouco sobre como foi viver o mesmo personagem em duas histórias diferentes na televisão.

Falar do Jamanta é falar de um personagem que eu tive a honra de fazer, foi um presente na minha vida que ficou e ainda vive. Foram duas novelas falando praticamente o mesmo texto, não havia outro texto durante quatrocentos capítulos. Fico muito feliz de ver quando eu estou num lugar qualquer e o meu olho bate em alguém. E essa pessoa está com o olho aceso, abre um sorriso e essa pessoa está me vendo, mas ela não está me vendo, ela está vendo algo nela, ela está me vendo nela, vendo um tempo atrás. Isso dá um prazer para um artista inacreditável e eu fico muito agradecido por ver uma quantidade de pessoas que guardam dentro de si uma memória daquele momento de vinte anos atrás. Eu agradeço muito da minha carreira, da minha vida com a cultura. Jamanta tem traços muito fortes, muito característicos no falar, no limite da sua inteligência, no limite da sua aparente não inteligência.

5. Belém viveu neste ano o retorno presencial do Círio de Nazaré, após os anos mais críticos da pandemia. Como o Círio e a dramaticidade da cultura paraense, na sua opinião, podem ter influenciado seu trabalho como ator?

Que maravilha que o Círio voltou! Em virtude do trabalho, não deu para ir. Isso dói, porque eu sou isso daí. Tudo que eu faço está aí, está no Umarizal, na Santa Casa, na  minha mãe, o meu pai, os meus amigos. Tudo isso faz falta, o umbigo não se larga, né?. Eu sou tudo o que eu vivi, eu sou tudo o que eu li, eu sou todas as histórias que eu escutei, nós somos essa cultura que vai acumulando. Eu sou o colégio Alfredo Chaves, eu ou do grupo Doutor Freitas, eu sou o Grupo Experiência. Eu sou tudo isso, sou todos os lugares por onde eu passo, todos os amigos, tudo que eu leio, tudo que eu sonho em fazer. Então, Belém, é a raiz.

6. Fale um pouco sobre seus trabalhos mais recentes em teatro. Você possui alguma perspectiva de voltar a Belém com um trabalho novo, em breve?

Nossa voltar a Belém fazendo um espetáculo de teatro é uma coisa que pra mim faz uma falta imensa. É muito difícil, porque o teatro que eu faço é um teatro que não tem um apoio, um patrocínio. No momento, eu estou desenvolvendo uma pesquisa que eu procuro fazer um teatro que eu leio em cena. Eu chego na frente do palco com folhas de papel e começo a ler simulando a minha imaginação de leitura e a imaginação de quem ouve. Mas é isso, não vejo a hora de encontrar amigos e encontrar o público em Belém.

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