Artista paraense é premiado e vai realizar residência artística em Paris
Para custear a viagem, Mauricio Igor está vendendo algumas das suas obras nas redes sociais. Veja como ajudá-lo

O artista visual Mauricio Igor, de 27 anos, está prestes a realizar o sonho de participar de uma residência artística, em Paris, na França. Após vencer a 9ª edição do Prêmio AF de Arte Contemporânea, em Santa Catarina, no final do ano passado, o paraense conseguiu a oportunidade e ficará três meses na Europa aprendendo mais sobre a área das artes e se envolvendo em colaborações entre artistas e organizações.
VEJA MAIS
Faltando pouco para o passaporte dele ser carimbado, já que a viagem está marcada para o dia 10 de julho, Mauricio Igor conversou com o Grupo Liberal e falou como estão as expectativas para a viagem. “Estou bem ansioso, mas também estou sentindo que muitas coisas estão por vir, de experiência”, garantiu o paraense, que atualmente reside em Florianópolis, finalizando um mestrado em Artes Visuais.
Com a proximidade do grande dia, o artista afirmou que está tudo muito corrido. Na mala, Mauricio Igor prometeu levar todas as belezas da Amazônia. “Eu sinto que levo as cores, as vivências, isso é tudo que sempre levarei comigo”, acrescentou.
Mauricio Igor disse que ainda não tem projetos definidos para serem desenvolvidos ao longo da residência, o que o deixará bem livre para experimentar e ousar.
“Tenho coisas em mente que quero trabalhar, o que já vinha fazendo em Belém. Por ser um espaço hegemônico, gostaria de me aprofundar na pintura, minha linguagem artística mais recente”, afirmou o artista que se considera um profissional multidisciplinar. Em seu currículo, performance, intervenções urbanas e fotografia estão presentes.
Quando começou, anos atrás, Mauricio Igor nunca imaginaria que conseguiria chegar tão longe. Afinal, ser artista nunca esteve nos planos. Tudo começou quando ele ainda era estudante de administração e a Universidade Federal do Pará (UFPA) entrou em greve. Em casa, o jovem, que sempre foi muito criativo, começou a fazer cursos livres e se apaixona pela nova possibilidade.
“Nunca tive referências de ninguém da área. Quando resolvi mudar para Artes Visuais, não tive apoio familiar. No meio do curso fui sabendo o que eu poderia fazer, naturalmente fui me entendendo como artista”, contou.
Durante a sua trajetória como artista, Mauricio Igor sempre buscou falar sobre o corpo afro amazônia em deslocamento, ou seja, usava as próprias experiências de viagens ligados aos estudos para conseguir enriquecer o repertório artístico.
Venda de trabalhos para arrecadar fundos
A residência artística do paraense possui apoio financeiro parcial. Por esta razão, ele está vendendo seus trabalhos para custear a viagem e se manter na França durante os estudos.
Uma das obras que estão à vontade é o “Vir a ser”, um trabalho de fotografia impresso sobre papel pardo, que fala sobre o passado de violência presente na mestiçagem, da pluralidade racial presente no país e da auto afirmação da negritude do artista. Essa obra rendeu um prêmio a Mauricio Igor no 40º Arte Pará, realizado em 2022.
Confira:
[[(standard.Article) Arte da Amazônia recebe destaque na edição de 40 anos do Arte Pará]]
“Tenho bolsa, mas não é suficiente. Fiz algumas vendas, mas gostaria de poder continuar com essa ação. São três trabalhos que fiz e estou disponibilizado”, afirmou, acrescentando que os interessados podem entrar em contato com Mauricio Igor diretamente nas redes sociais.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA