Ancestralidade e aventura são temas de musical apresentado em Belém
“A menina Akili e seu tambor falante, o musical” mostra a história de uma menina africana. Apresentações terão interpretes em libra
Verônica Bonfim chega em Belém neste final de semana com “A menina Akili e seu tambor falante, o musical”. Nos dias 28 e 29, no Teatro do SESI Pará, o público vai conhecer de perto a história da menina africana que vive uma aventura ao lado de um tambor falante.
Para ampliar a acessibilidade, as três sessões do musical contam com intérprete de libras.
Com realização da Baluarte Cultura, a idealização, direção artística, roteiro, dramaturgia e músicas, são de Verônica Bonfim, que também é a atriz principal do musical; Iasmin Patacho, é a atriz convidada e Rodrigo França, o diretor.
Baseado no livro homônimo de Verônica Bonfim, o espetáculo é inspirado em uma personagem real. A publicação, de 2014, foi escrita para ser um musical.
“É um espetáculo para toda a família! É divertido e educativo ao mesmo tempo. É uma oportunidade para as famílias brancas conhecerem mais sobre nossas histórias e educarem seus filhos e filhas para serem antirracistas. É um espetáculo para que famílias negras se reconheçam nas nossas histórias e tenham orgulho de onde viemos e de quem somos”, disse Verônica.
Vencedor do 16º Prêmio APTR na categoria espetáculo infanto-juvenil, o musical, narra a história de Akili, uma menina africana que vive numa pequena aldeia chamada Adimó. Junto com seu melhor amigo, um tambor falante, chamado de Aláfia, seguirá numa jornada para se tornar uma Griote, uma contadora de histórias, guardiã da tradição oral do seu povo.
A aventura é conduzida por uma narrativa que valoriza a ancestralidade e os valores civilizatórios africanos, apresentando uma África plural, cheia de riquezas, com uma diversidade de povos, línguas, cores e, sobretudo, positiva, para contrapor ao que é comumente retratado pela cultura ocidental.
Embora a infância brasileira ainda seja marcada por protagonistas brancos, obras como essa, que será apresentada em Belém, destaca o brilho do sol da ancestralidade africana no universo infantil. Por isso a necessidade e importância de “A menina Akili e seu tambor falante, o musical” para pessoas em formação.
“Representatividade e valorização da nossa cultura, sobretudo, em um país onde o racismo é estrutural, apaga a nossa existência e nos coloca num lugar de invisibilidade constante. As mulheres negras são maioria neste país e é quem de fato o sustenta, há séculos ocupamos a base da pirâmide e isso precisa mudar. O teatro, como toda arte, tem um papel fundamental na educação e transformação social do país. Outro ponto importante é que falar de África sob o viés matriarcal é respeitar a história. É nossa Mãe, continente berço da humanidade. Essa história é feminina, é sobre a força do feminino e do protagonismo dessas mulheres que estarão em cena e fora dela. Sou a autora e idealizadora, além de atuar e assinar a direção artística”, explica.
O espetáculo brincante é permeado por uma miscelânea de linguagens com uma trilha executada ao vivo. Elementos que estarão em cena para expandir as referências positivas da negritude, fortalecendo o protagonismo feminino negro por meio do encantamento, da empatia e da valorização da identidade.
“Samara Líbano em cena ao violão, é a diretora musical, Geiza Carvalho, nossa percussionista, é a 'voz' do tambor em cena e Iasmin Patacho, a atriz multiartista convidada, dá vida a duas personagens Senhora das Águas e Rainha Ananse, fundamentais na jornada da menina Akili com seu tambor falante Aláfia. Temos ainda, Tainara Cerqueira que assina a direção de movimento e Valéria Monã que assina a direção geral junto com Rodrigo França, um diretor com um olhar feminino e cuidadoso sobre todo o processo”, conta verônica.
“A menina Akili e seu tambor falante, o musical” é promovido pela Fundação ArcelorMittal e integra o programa Diversão em Cena, que tem o compromisso de democratizar o acesso à cultura, levando apresentações teatrais gratuitas ou a preços populares a teatros, escolas e praças públicas, em mais de 60 municípios. A iniciativa é viabilizada com o patrocínio da ArcelorMittal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Agende-se
“A Menina Akili e seu Tambor Falante”
Data: 28 e 29 de outubro
Horário: sexta, às 15h e sábado, às 11h e 16h
Local: Teatro do SESI Pará - Av. Alm. Barroso 2540, Belém, PA
Classificação: Livre
Preço: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia)
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