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Rapper paraense PA mistura trap amazônico e crítica ambiental em ‘Crocodilo Bang’

Faixa e videoclipe já estão disponíveis e trazem fusão de trap amazônico, guitarra e elementos de carimbó

O Liberal

O rapper paraense PA, uma das vozes em ascensão da nova geração do hip-hop produzido no estado, lançou a música e o videoclipe Crocodilo Bang”, já disponíveis nas plataformas digitais e no YouTube. A faixa, descrita pelo artista como uma canção de protesto, aborda temas ligados à exploração da Amazônia, aos rios contaminados e ao sentimento de revolta diante do que define como ‘sistema’. A narrativa também faz referência a herança histórica da Cabanagem como símbolo de resistência do povo nortista.

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A letra cita diretamente problemas ambientais. Segundo o artista, transformar a crítica social em música faz parte da função que atribui ao rap. “O papel do rap é esse. Usar o espaço, a arte, a escrita para falar das mazelas sociais. A necessidade se dá devido ao evento da COP 30, em Belém. Oportunidade melhor que essa para abordar tais assuntos, desconheço”, afirmou.

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Para PA, o termo ‘sangue cabano’ representa um sentimento que acompanha a população da região. “Uso o termo para fazer uma alusão ao passado; ao sentimento de injustiça. O povo tem esse sentimento, e a arte dá a liberdade de expressão em diversos campos, para extravasar tal sensação”, explica ao recordar a revolta popular que marcou a história do Grão-Pará no século XIX.

O lançamento ocorre em um momento em que o Pará recebe atenção nacional e internacional com a realização da conferência climática. PA afirma que espera provocar reflexão no público. “Consciência”, resume.

A proposta também inclui elementos narrativos ligados aos seres da floresta, representados como personagens afetados pelos crimes ambientais. “Falo de Oxóssi, o Guardião das Matas e das florestas, e em um determinado trecho da música, me coloco como o espírito que protege”, descreve. Segundo ele, essa abordagem busca reforçar os impactos sobre o ecossistema e sugerir, mesmo em tom fictício, a insatisfação dessas entidades com os acontecimentos recentes.

Musicalmente, a música apresenta uma fusão que PA define como “trap amazônico”, com mistura de guitarra, instrumentos orgânicos e elementos de carimbó, que em determinado momento evoluem para o ritmo paraense. O processo criativo, segundo o artista, levou cerca de um ano e contou com produção de Sebastião Trindade e Vitor Zero. “Durante a criação, eu sentia que não estávamos conseguindo repassar a ‘vibe’ do som, e arriscar na mistura do carimbó também me deixava um pouco inseguro. Fomos esculpindo, ouvindo e dividindo opiniões, até que chegamos no beat finalizado”, relatou.

Além de compor a música, PA também assina a direção e o roteiro do videoclipe. O visual conta com a participação de Artênis Machado, que interpreta o espírito sábio da floresta, Schock Baby, que dá vida à entidade central do clipe, e a performance cênica do coreógrafo Anderson Volgue.

Carreira

Nascido em Belém e criado no município de Curuçá, no nordeste paraense, Patrick Andrade, o PA,  compõe desde 2014, mas passou a investir na carreira artística apenas em 2020, durante a pandemia, quando iniciou o lançamento de suas músicas. Em 2023, divulgou as faixas “Swing Brasa” e “Drill do Aranha”. Já em 2024, lançou “Pane de Amor”, presente no álbum O Ninja Atemporal, além de “Wave Caipira”.