'Amazônia Líquida' na AP: paraenses vestem-se com motivos regionais no ano da COP 30

Exposição foi aberta na quinta (21) e poderá ser visitada por associados do clube e convidados até o dia 21 de setembro

Eduardo Rocha
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A iniciativa da artista plástica Rose Maiorana, vice-presidente do Grupo Liberal, e do fotojornalista Tarso Sarraf, coordenador de Audiovisual e Fotografia do Grupo, em chamar a atenção do público para a beleza e, sobretudo, a necessidade de serem preservados os ecossistemas naturais da Amazônia por meio da arte da pintura e fotografia se expande, agora, com a montagem da exposição "Amazônia Líquida – Fluidez Artística / Especial COP 30", na sede campestre da Assembleia Paraense. Desde a quinta-feira (21), estão expostos no Complexo de Eventos e Memorial desse clube social de Belém 30 quadros reunindo fotos de Tarso com intervenção artística de Rose e, em especial, alguns dos vestidos que trazem símbolos da cultura e realidade amazônidas. Essas confecções compuseram um desfile com dez modelos exclusivos que ocorreu na abertura da mostra, na presença dos artistas expositores, dirigentes do clube e patrocinadores.

O presidente da Assembleia Paraense, Oscar Pessoa, esteve na abertura da exposição. Ele ressalta: "A exposição 'Amazônia Líquida', de Rose Maiorana e Tarso Sarraf, traduz em imagens a potência da floresta e de seus rios como um organismo vivo em constante movimento. Por meio de fotografias e narrativas visuais que ressaltam a intensidade das cores, o reflexo das águas e a diversidade da fauna e da flora, os artistas oferecem ao público não apenas um retrato estético da Amazônia, mas também um convite à reflexão sobre sua preservação. Assim, a mostra se afirma como um espaço de sensibilização. Ao destacar a beleza única da floresta, a exposição provoca o olhar crítico para os desafios da sustentabilidade, mostrando que preservar a Amazônia é preservar o equilíbrio do planeta. A Assembleia Paraense, que tem no seu DNA o respeito pelas práticas de sustentabilidade, sente-se honrada ao receber essa exposição".

image Exposição 'Amazônia Líquida' pode ser conferida na sede campestre da Assembleia Paraense (Foto: Wagner Santana / O Liberal)

Então, a necessidade latente de ser preservar esse bioma com a maior floresta tropical e a maior bacia hidrográfica do planeta aborda, por meio da linguagem artística, cenas do cotidiano da região, ou seja, manifestações culturais, expressões religiosas, atividades de pessoas que moram em núcleos urbanos e em comunidades inseridas na própria floresta, como, por exemplo, ribeirinhos e povos indígenas, e outros momentos amazônicos.

O resultado desses registros fotográficos de Tarso com intervenções artísticas de Rose pode ser conferido por associados da AP e convidados até o dia 21 de setembro, na sede campestre do clube, no bairro do Souza. "Amazônia Líquida", em temporada especial na Assembleia Paraense, conta com o apoio da Porte Engenharia, Unifamaz Centro Universitário, Galeria Rose Maiorana, Cerveja Caribeña e Grupo Liberal.

Em circulação por espaços diversos em cidades dentro e fora do Pará, desde 2023, "Amazônia Líquida", parte do conceito de "modernidade líquida", do filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman, referente à liquidez, efemeridade das relações sociais no mundo. No enfoque de Rose Maiorana e Tarso Sarraf, o bioma amazônico fundamenta-se na relação umbilical entre água e terra, isto é, uma parte é vital para a sobrevivência da outra e ambas compõem a essência do habitat de uma quantidade intraduzível de seres vivos, inclusive, seres humanos. No caso de escassez de água, ocorre a descaracterização de tudo o que vive no solo e vice-versa - o desmatamento, por exemplo, tem impacto direto para descaracterizar a formação e o fluxo de rios, igarapés e mares em escala mundial. Por isso, a mostra funciona como um alerta para a salvaguarda dos recursos naturais da região. Tudo isso às vésperas de Belém sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), no mês de novembro.

Vestir-se

image Vestidos apresentam-se como novo momento da mostra, na proposta de conscientização ambiental (Foto: Wagner Santana / O Liberal)

Esse alerta amplia-se em sentidos diversos. Para essa montagem na Assembleia Paraense, Rose Maiorana, em parceria com a professora Felícia Assmar Maia, coordenadora do curso de Bacharelado em Moda na Universidade da Amazônia (Unama) e do evento Amazonia Fashion Week, inovou. Vestidos que receberam pinturas dela com foco na temática regional foram apresentados em desfile para marcar a abertura da mostra na AP na quinta-feira (21).

A professora Felícia Maia explica que os vestidos fazem parte da mostra, de vez que a ideia foi fazer uma 'Amazônia Líquida' vestível. Então, a exposição tem o diferencial de reunir vestidos criados por Felícia, confeccionados pela designer Bena Furtado. "Mas foi um processo criativo muito em conjunto com a Rose. Na verdade, eu pesquisei os quadros da Rose e a partir daí eu já comecei a criar os modelos dos vestidos, entendendo em que partes as intervenções das pinturas seriam, junto com ela. Então, a partir daí, nós fizemos a modelagem das roupas, as partes foram cortadas. A Rose, então, pintou, e depois a gente montou. É um diálogo entre as artes plásticas e a moda. A gente pode ter a inspiração e quadros e transformar esses quadros em peças vestíveis", ressalta Felícia.

Vestidos e outras peças dialogam com os quadros na mostra. Essa coleção, como explica Rose Maiorana, foi concebida como uma extensão da exposição. A proposta é transformar as telas em movimento. "É a primeira vez que apresento uma coleção com vestidos e saias com blusa em corte reto. Eles foram inspirados em rios, cores, emoções e traços da Amazônia. Pintar para o desfile foi um desafio, porque precisei trabalhar de uma forma diferente da que estou acostumada, mas o resultado me deixou feliz. Cada peça é como se fosse um quadro em movimento”, declarou Rose, ao conferir os looks no desfile. 

image Tarso Sarraf e Rose Maiorana: parceria artística em defesa dos ecossistemas da Amazônia (Foto: Wagner Santana / O Liberal)

Tarso Sarraf comemora o fato de "Amazônia Líquida" alcançar novos públicos e provocar reflexões acerca da realidade amazônica. "A mostra permite que diferentes públicos se conectem com a Amazônia e reflitam sobre sua importância por meio da pintura e da fotografia", destaca o fotojornalista. O projeto acaba sendo compartilhado com parceiros estratégicos. É o caso da professora Adriana Gorayeb, reitora da Unifamaz Centro Universitário. Para Adriana, "a exposição dá visibilidade à Amazônia a partir do olhar de quem vive a região". "Ao apoiar uma artista que traduz em imagens as nuances da região, estamos valorizando a produção intelectual e criativa que nasce no próprio território”, salienta Adriana, externando o apoio dessa instituição à mostra.

Outro parceiro da exposição é a construtora Porte Engenharia. O diretor da empresa, Ernâni Guilhon, destaca que apoiar essa mostra é a iniciativa de uma organização que vai além da entrega de empreendimentos. "Estar presente em projetos como 'Amazônia Líquida' é assumir, de forma concreta, um papel de agente transformador, que valoriza a cultura e a identidade paraense e entender que o desenvolvimento regional também se constrói por meio da arte. Acreditamos que essa parceria é um simbolo de responsabilidade social, respeito às raízes e celebração da riqueza cultural que move e inspira toda a comunidade", enfatiza Ernâni. Em síntese, os paraenses devem vestir-se com motivos regionais, em especial, neste ano da COP 30.

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