Última edição de ‘Uma Noite no Museu’ em 2023 conta com ópera rock e espetáculo teatral

Cerca de 70 mil pessoas participaram das seis edições do circuito de visitação a memoriais e museus de Belém

Lívia Ximenes
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A 7ª edição de “Uma Noite no Museu” traz uma novidade ao público da capital paraense, a adaptação em ópera rock do livro “Visagens e Assombrações de Belém”, de Walcyr Monteiro. O projeto, iniciado em junho deste ano, é da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult-PA). Esta é a última edição de 2023.

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O circuito de visitações vai das 18h às 22h e abrange os espaços vinculados ao Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM/Secult). Nesta edição, participam o Parque Cemitério Soledade; o Museu do Estado do Pará; o Espaço Cultural das Onze Janelas; os Museus do Círio, de Arte Sacra, e da Imagem e do Som; Palacete Faciola; e o Forte do Presépio.

O espetáculo “Visagens e Assombrações de Belém - Ópera Rock” inicia às 19h, no Parque Cemitério Soledade. O responsável pela apresentação é o Projeto de Extensão Ópera Estúdio, iniciativa do Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG), que traz uma adaptação autoral. Nela, estão presentes personagens como Matinta Pereira, Loira do Táxi e Lobisomem da Pedreira.

O professor do Instituto Estadual Carlos Gomes e coordenador do Projeto de Extensão Ópera Estúdio, Pedro Messias, é quem assina a direção geral do espetáculo. Pedro conta que a banda exerce a mesma função da orquestra em uma ópera convencional: faz a música do espetáculo e potencializa as histórias de Walcyr Monteiro.

“Ambientar os contos icônicos de Walcyr Monteiro no cemitério seria uma experiência maravilhosa, tanto para o público quanto para os alunos do Ópera Estúdio”, aponta Pedro.

Foram necessários dois meses de intensa preparação para o espetáculo, diz o diretor. Pedro tem altas expectativas para a ação dos alunos e a receptividade dos espectadores: “Que o público possa se conectar com a nossa energia e aproveitar um espetáculo feito com muita profundidade teatral, dramaturgica, coreográfica, musical e principalmente, muito rock and roll.”

Bárbara Gibson, da A Liga do Teatro, está no comando da direção cênica. Ela escolheu sete contos do livro de Walcyr Monteiro para o espetáculo. A diretora fala que não recorda de outra apresentação teatral em um cemitério de Belém e, por isso, acha legal participar de algo novo.

“A Liga entrou no projeto Ópera Estúdio por meio de um convite do Pedro Messias. Essa parceria está sendo incrível. A Fundação Carlos Gomes é uma fundação de muita história, muito respeito na cidade”, explica Bárbara.

A diretora salienta que o teatro, de modo geral, é um grande desafio por diversas questões burocráticas - e isso se intensifica no teatro musical. “Com o passar dos anos, com as experiências, a gente vai aprendendo a navegar nessas questões e fica mais experiente”, explica Bárbara. De acordo com ela, o Parque Cemitério Soledade é um local inusitado, mas que combina muito com a proposta lúdica e mágica da atividade.

De pai para filho

Átila Monteiro, filho de Walcyr Monteiro, fica muito feliz com a valorização das obras do pai. Ele ressalta a riqueza do folclore paraense e como há diversas formas de explorá-lo, inclusive em ópera rock. “A importância dessas manifestações em nossa cultura se revela imprescindível para a conservação, divulgação e continuidade das nossas tradições e expressões culturais. Quanto mais as pessoas falarem, escreverem, representarem e criarem a respeito das lendas amazônicas, mais elas se tornarão presentes em nosso cotidiano e por consequência ‘vivas’ para as futuras gerações”, observa.

Para Átila, o público tem a necessidade de preencher o espaço entre a cultura popular e o lúdico musical. “Estou ansioso para ver os frutos dessa nova formatação e expressão”, revela. O filho de Walcyr relembra que o sonho do pai era ver as histórias sendo contadas, sem desaparecerem ou se perderem no meio das novas tecnologias.

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“É muito gratificante constatar que os mais de 50 anos de pesquisa e dedicação de Walcyr Monteiro a nossa mitologia, não foram em vão e que seu legado permanece vivo e está conseguindo atravessar a linha do tempo, seguindo firme e forte em direção ao futuro”, fala Átila.

Durante o “Uma Noite no Museu”, o público pode conferir os acervos dos museus e memoriais de forma gratuita. Além disso, outras mostras estarão disponíveis nesta edição: “Brecheret Modernista - A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade”, no Museu do Estado; “Simplesmente Eneida”, no Museu da Imagem e do Som; e “Amazônia Presente”, na Casa das 11 Janelas.

Por volta de 70 mil visitantes participaram do “Uma Noite no Museu”. O recorde de participações foi registrado em agosto, no qual cerca de 20 mil pessoas estiveram no circuito - esta foi a 3ª edição e abrangeu o Parque Cemitério Soledade; o Palacete Faciola; a Casa das 11 Janelas; o Forte do Presépio; e o Museu do Círio.

Serviço

“Uma Noite no Museu” - 7ª edição

Data: 22 de dezembro, sexta-feira

Horário: 18h a 22h

Circuito: Parque Cemitério Soledade, Museu do Estado do Pará, Espaço Cultural das Onze Janelas, Museu do Círio, Museu de Arte Sacra, Museu da Imagem e do Som (Palacete Faciola) e Forte do Presépio.

Entrada gratuita em todos os espaços.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão do Coordenador de Cultura, Abílio Dantas)

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