A poesia cantada na música paraense é tema de evento em Belém

Clei de Souza vai dar foco à obra de compositores que já entraram para a história musical

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A poesia cantada (também chamada de palavra cantada) na música paraense e amazônica é o tema do projeto Café Literário, que será realizado nesta quinta-feira, 28, a partir das 19 horas, na Casa de Fauno. O professor e doutorando em Estudos Literários Clei de Souza vai dialogar com o público sobre o assunto.

A abordagem regional é uma raridade no campo da pesquisa, segundo a mestre em Literatura Francinete Lima, idealizadora do projeto e que vai mediar a exposição de Clei de Souza. Ele também é contista, letrista, roteirista e poeta. Ao final, o professor fará uma sessão de autógrafos do livro de contos "Verde Cor de Sangue". A entrada é franca.

O expositor vai dar foco à obra de compositores que fincaram o nome na história da música paraense, como Waldemar Henrique, Paulo André e Ruy Barata. “Sem dúvida, esses compositores são criadores importantes que nos legaram uma rica tradição no que diz respeito à poesia cantada.

Já são os nossos clássicos e servirão como ponto de partida para a discussão do café literário”, antecipa. O professor observa que o cancioneiro amazônico vive da tradição, mas também do novo fazer musical de vários artistas populares. “A gente também vai fazer uma abordagem atual, comentando a obra de compositores como Henry Burnett, Walter Freitas e bandas, como a Cravo Carbono”, acrescenta.

Francinete Lima avalia que a pesquisa sobre a música popular e a relação com a literatura, especialmente com a poesia, está avançada no Brasil. “Há grandes pesquisadores sobre a poesia cantada ou palavra cantada, como Luiz Tatit e Zé Miguel Wisnik, mas o enquadramento desses estudos é todo no âmbito da MPB (música popular brasileira)”, afirma.

Ela avalia que tais narrativas muitas vezes deixam de lado outras produções poéticas cantadas, como, por exemplo, a amazônica, apesar de possuírem elementos comuns com a poesia cantada consagrada pelo cânone da MPB. “Muitas vezes o argumento para exclusão amazônica da narrativa da poesia cantada da MPB é o seu caráter regionalista. Mas isso é absolutamente discutível e também será objeto de reflexão no Café Literário”, detalha.

Clei de Souza cursa doutorado em Estudos Literários na Universidade Federal do Pará (UFPA) e leciona Literatura pela Universidade Federal do Sul e Sudeste Do Pará, (Unifesspa). Ele publicou dois livros de poemas, "Úmido" e "Poema Pássaro e Outros Versos Migratórios", pelo prêmio literário nacional Dalcídio Jurandir, nos anos de 2010 e 2015.

Em 2011, Clei gravou junto com Jeová Ferreira o álbum virtual "Folha de Concreto", por meio de bolsa de pesquisa da UFPA; e, em 2012, criou a Mostra Universitária da Canção Paraense, que passou a ser realizada anualmente pela Unifesspa, no Sudeste do Pará, com apresentações de produções autorais e reflexões sobre a canção. Em 2017, Clei teve um conto selecionado no concurso internacional da Universidade de Salamanca, na Espanha; e em 2018, teve um conto selecionado no prêmio nacional Amazônia de Literatura, sendo que esses dois contos foram juntados a outros sete no livro "Verde Cor de Sangue".

Agende-se
Café Literário sobre "A poesia cantada na Música Popular Paraense e Amazônica", com Clei de Souza
Data: Quinta-feira, 28, às 19 horas
Local: Casa do Fauno (Rua Aristides Lobo, 1061, Reduto)
Informações (91) 99808-2322
Entrada gratuita

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Cultura
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