"A inversão do cotidiano" traz obras em gravura que aborda o lúdico e temas dos corpos femininos
A exposição da artista Elisa Arruda será aberta, em Belém, no próximo sábado (5)
Uma mistura de cores e diferentes técnicas de gravura a artista paraense Elisa Arruda convida o público a conhecer a exposição "A inversão do cotidiano", que será aberta no próximo sábado (5), na Galeria Ruy Meira, no bairro de Nazaré. A exposição fica disponível até 23 de dezembro e tem curadoria de Vânia Leal.
A jovem artista plástica tem formação em designer e mestrado em arquitetura e toda essa vivência acadêmica interfere diretamente com suas obras. Neste trabalho, ela apresenta 20 obras, sendo duas mobílias e duas gravuras com técnica em metal e impressões em papel.
"Esse conjunto de trabalhos que estão indo para Belém são gravuras em metal onde associo diversas técnicas da gravura, que depois de impressa em papel eu perfuro, destaco a dobra e monto objetos em tridimensionais", explica a artista sobre o processo.
Elisa completa que as obras têm um aspecto lúdico de montar e brincar e muitas pessoas que acompanham a montagem da obra chegam a associar com brinquedos que fizeram sucesso na década de 90. "Essa minha interação com a obra durante o processo de montagem tem uma relação similar com aquelas bonecas de papel que as crianças brincavam trocando as roupinhas e acessórios", recorda Arruda.
Embora o trabalho tenha essa relação com a ludicidade, a autora destaca que suas inspirações são apoiadas em temas sérios e que abordam, principalmente, questões do feminino. "Desde o início como artista eu tento abordar em minhas obras temas de corpos femininos. Nesse trabalho, eu passou a falar dos ambientes que esses corpos tomam conta, que são seus lares", explica a artista.
O ambiente doméstico, o cotidiano reflete nos corpos, principalmente nos corpos das mulheres. A artista diz que esse processo é como se fosse atribuindo valor ao espaço e mobílias. Nesse momento do trabalho, é possível notar a relação direta da formação acadêmica com as obras.
Os objetos começaram a ser criados entre 2019 e 2020 e outro fator que interferiu diretamente nessa produção foi o isolamento social, a relação direta com a casa, com os compartimentos e com os móveis. A artista diz que está feliz com a repercussão das peças, pois já foi premiada pelo 32º programa de exposições do Centro cultural São Paulo e vem participando de outros espaços de exposições. Em Belém, a artista promete aprofundar o mergulho, trazendo peças inéditas.
Sobre a artista
Elisa Arruda é uma artista visual de Belém do Pará. O interesse poético de Elisa tem como cerne a condição da mulher, sobretudo os relevos e camadas de tempo que a vida acrescenta ao corpo e espaço feminino. Os temas ligados à memória, laços de afeto, rupturas, maternidade, habitação, vida cotidiana e ao amadurecimento estão subscritos em suas obras.
Seus trabalhos reverberam a poesia, a música e a memória em imagens gráficas e volumes.
Exposição:
Abertura - 05/11 - 10h
Local: Galeria Ruy Meira - R. Dom Alberto Gaudêncio Ramos, 236 - Nazaré, Belém Visitação - 07/11 a 23/12 seg a sex - 09 Às 17h
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