Depois de tantos desacertos, Bolsonaro tenta iniciar um diálogo com outras parcelas da sociedade Rodolfo Marques 31.05.19 12h00 Após muitas semanas de “tempestade” política, a última semana foi marcada por algumas tentativas de ajustes nas relações do governo federal em relação aos demais poderes da República e também para com outros representantes da sociedade civil. No domingo (26.05), várias cidades brasileiras registraram manifestações a favor do governo de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), além de algumas pautas mais difusas, como o apoio à Reforma da Previdência; as críticas ao Supremo Tribunal Federal, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ao agrupamento político do Parlamento conhecido como “Centrão”; a defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que foi até retratado como “super-homem”; e até discursos contra a chamada “velha política”. As ações tiveram um bom grau de adesão – em números inferiores ao que o governo federal talvez imaginasse, mas, por outro lado, o movimento demonstrou que Bolsonaro e seu grupo político detêm ainda um razoável apoio de várias parcelas da sociedade. Lembra-se o fato de que o político do PSL se elegeu presidente da República, em 2018, com quase 58 milhões de votos, abraçando uma bandeira anticorrupção, o conservadorismo nos costumes e encarnando o sentimento de antipetismo. Na sequência da semana, a partir de um encontro no Palácio Alvorada, Bolsonaro se reuniu com os presidentes da Câmara (Rodrigo Maia), do Senado (Davi Alcolumbre, do DEM-AP) e do Supremo Tribunal Federal (Ministro José Antonio Dias Toffoli), além da presença do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e de outros auxiliares. Em pauta, ajustes institucionais e a assinatura de um possível “pacto nacional”, em prol das reformas e das efetivas prioridades nacionais. Foi um aceno de Bolsonaro para evitar a deterioração das relações institucionais com os poderes Legislativo e Judiciário. Também nos últimos dias houve a votação no Congresso Nacional que confirmou a retirada do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) da tutela do Ministério da Justiça e da Segurança Pública e manteve a reforma administrativa do governo Bolsonaro, com a redução de 29 para 22 ministérios. Mesmo com algumas concessões a determinados partidos e sem base parlamentar efetiva para outros movimentos políticos, por ora, essas votações podem ser consideradas como vitórias do governo federal. E, na última quinta-feira (30.05.19), houve mobilizações a favor da educação em várias cidades brasileiras – em especial em Salvador-BA e no Rio de Janeiro-RJ, mas sem o mesmo impacto das ações ocorridas no último dia 15 de maio. Para além das questões apresentadas, há um acirramento nos diferentes grupos sociais e a tendência de ainda mais mobilizações contra o corte de recursos para as universidades e institutos federais. A imobilidade administrativa e a incapacidade de governar por parte de Jair Bolsonaro ainda parecem realidades muito palpáveis, mas gerou uma boa expectativa o movimento do presidente em iniciar diálogos com alguns grupos sociais, além do resgate da possibilidade de, enfim, o Brasil começar a avançar nas suas pautas mais relevantes. A despeito da perda de tempo ocorrida nos primeiros cinco meses de gestão, há tempo e espaço para melhorias e para um governo que precisa, urgentemente, recolocar o país nos trilhos. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques direito política jair bolsonaro COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Rodolfo Marques Estado do Pará participa ativamente do Fórum Econômico Mundial, em Davos 19.01.24 8h00 Rodolfo Marques Belém completa 408 anos em meio a comemorações e desafios – e em ritmo de pré-campanha eleitoral 12.01.24 16h00 Rodolfo Marques 08J: atentados de 08 de janeiro chegam a um ano e democracia, no Brasil, precisa se fortalecer 08.01.24 20h00 Rodolfo Marques Governo Helder 2 – ano 1: consolidação do protagonismo nacional e questões amazônicas 28.12.23 8h00