RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Belém completa 408 anos em meio a comemorações e desafios – e em ritmo de pré-campanha eleitoral

Rodolfo Marques

A cidade de Belém completa, neste dia 12 de janeiro de 2024, 408 de fundação. Santa Maria de Belém do Grão-Pará: são mais de quatro séculos de história, conquista, marcas e, acima de tudo, de representatividade da Metrópole da Amazônia.

Os desafios são enormes em vários níveis: saúde pública, educação, saneamento básico, mobilidade urbana, enfrentamento das fortes chuvas, transporte coletivo etc. A coleta e o tratamento do lixo convertem-se, cada vez mais, em imperativos para o gestor municipal e para os representantes da cidade na Câmara dos Vereadores.

Para além da comemoração da data, que merece todos os registros, há um marco cronológico extremamente importante que se situa em outubro de 2024: a eleição para Prefeitura Municipal de Belém.

Os prazos eleitorais indicam, para os meses de junho, julho e agosto, convenções partidárias, definições de coligações e início da propaganda eleitoral. Antes disso, acontecem muitas articulações, composições e alinhamento do discurso.

O cenário eleitoral em Belém mostra alguns caminhos naturais. O atual prefeito da cidade, Edmilson Rodrigues (Psol), tende a lutar pela busca de mais um mandato – lembrando que ele já foi, anteriormente, duas vezes chefe do executivo municipal (1997-2000 e 2001-2004) e desde janeiro de 2021 cumpre o seu terceiro mandato. A gestão do psolista sofre várias críticas e rejeições, em diferentes níveis – em especial sobre as pautas do lixo e do saneamento básico –, ao mesmo tempo em que a sua proximidade com o presidente Lula (PT) e com o governador Helder Barbalho (MDB) dá suporte para avanços importantes no enfrentamento das questões mais críticas. A perspectiva é que Psol e PT sigam juntos no pleito – o atual vice-prefeito é o professor Edilson Moura, do PT –, com o objetivo de ampliar o arco de alianças.

No espectro da direita e da extrema-direita, indiscutivelmente o nome do delegado de polícia civil e deputado federal Éder Mauro (PL) tem destaque. Cumprindo seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados, Éder Mauro tem representado, nos últimos anos, o principal nome do bolsonarismo em Belém – e no estado do Pará. A despeito da inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), definida pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2023, existe uma grande base de apoiadores nesse campo ideológico na capital paraense – vide os últimos pleitos realizados. A pauta da segurança pública, constantemente usada nos discursos de Mauro, tende a ser uma temática recorrente em uma provável campanha eleitoral. Corre por fora, neste segmento, o delegado Everaldo Eguchi, que foi ao segundo turno para a prefeitura de Belém em 2020.

E devem emergir algumas outras candidaturas com potencial de competitividade – ou uma “terceira via”. Nesse contexto, há os nomes da atual Secretária de Cultura, Úrsula Vidal (MDB); o secretário estadual de Cidadania e deputado estadual licenciado, Igor Normando; e os deputados estaduais Thiago Araújo (Cidadania) e Zeca Pirão (MDB). E tem crescido a possibilidade da candidatura da atual vice-governador do Pará, Hana Ghassan (MDB), que ocupa função estratégica na gestão estadual e tem incrementado suas aparições em Belém.

Tanto no caso do atual prefeito Edmilson Rodrigues quanto na chamada terceira via, há uma grande movimentação pela busca do apoio do governador Helder Barbalho. Este segue muito prestigiado pelo seu protagonismo político nos âmbitos regional, nacional e internacional. Há um plano, nos bastidores de pessoas próximas a Helder, de ele buscar a eleição e/ou a recondução de cerca de 100 prefeitos. E a prefeitura da capital, sem dúvida, seria a “cereja do bolo”, ou a mais importante dessas eventuais vitórias. Existe a possibilidade, inclusive, de o governador conceder algum tipo apoio, no primeiro turno, para mais de um candidato à chefia do executivo municipal.

E, dentre outros desafios, o(a) prefeito(a) re(eleito) em 2024 terá, diante de si, logo em 2025, a realização do maior evento internacional da história da cidade: a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima - COP 30. Toda a montagem da infraestrutura, o ordenamento urbano, o turismo e outras questões substantivas estarão sob a tutela principal do(a) gestor(a) municipal no próximo ano.

Dessa forma, em meio a celebrações do seu passado e de sua história, os cidadãos-eleitores belemenses terão, diante de si, em outubro de 2024, a decisão sobre quem será o governante local no quadriênio 2025-2028.

As cartas já estão sendo postas à mesa! Quem vencerá?

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Rodolfo Marques
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