Governo Helder 2 – ano 1: consolidação do protagonismo nacional e questões amazônicas

O ano de 2023 marcou o início do segundo mandato de Helder Z. Barbalho (MDB-PA) como governador do Pará. Referendado pelas urnas em outubro de 2022, com uma vitória acachapante ainda em primeiro turno – reeleito com mais de 70% dos votos válidos, Helder ampliou sua força política e seu protagonismo local e nacionalmente.

Um dos pontos a serem observados é a condução das relações com o poder legislativo. Na formação das bancadas da atual legislatura, a base aliada ao governo chega, em alguns momentos a 37 dos 41 deputados, nas votações principais. A presidência da Casa, na figura do Deputado Chicão (MDB-PA), construiu constantes diálogos com o executivo e garantiu a interação necessária para a atual gestão. Por óbvio que as oposições, quando substantivas e com argumentos plausíveis, são fundamentais para o aprofundamento da democracia. Mas, no caso em tela, Helder manteve, nesse primeiro ano de segundo governo, uma gestão praticamente sem conflitos no legislativo.

Cenário similar se observa em relação aos prefeitos e às prefeitas dos 144 municípios do Pará. Com apoio direito ou indireto de cerca de 110 prefeitos, o governador conseguiu implantar, em todas as mesorregiões do estado como em Óbidos, no Baixo Amazonas; na orla de Ajuruteua, na região bragantina; ou mesmo na região metropolitana de Belém, dentro vários outros exemplos.

No âmbito regional, Helder assumiu, ainda em janeiro de 2023, a presidência do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. Assim, tornou-se o principal interlocutor da região amazônica nas discussões internas e externas. Aliás, dentro das composições políticas, a sua proximidade com o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, que iniciou seu terceiro mandato como chefe do executivo nacional em 2023, foi importante na definição de prioridades comuns e na (re)alocação de recursos federais destinados ao estado do Pará.

Dois dados representativos desse processo puderam ser observados: o primeiro foi a realização da Cúpula da Amazônia, em Belém, no mês de agosto, com a presença de vários chefes de Estado da Amazônia internacional, logo após à programação dos
“Diálogos Amazônicos”. E a indicação, com a posterior confirmação, da capital paraense como sede da Conferência das Partes para o Clima (COP-30), programada para o mês de novembro de 2025. Os dois eventos – o passado e o futuro – fortaleceram ainda mais a figura política de Helder Barbalho no âmbito das relações institucionais. Por outro lado, é claro que existem muitos desafios e pautas que precisam ser mais bem trabalhadas pelo governador paraense. Como enfrentamentos potenciais ainda em 2024, podem ser destacados três pontos: a) o tratamento mais efetivo das questões ambientais, com a busca da produção com sustentabilidade, o combate às queimadas e aos desmatamentos e a necessária floresta em pé; b) a emergência de outras lideranças políticas que possam bater de frente com o “helderismo” já em 2024 ou mesmo em 2026 – nesse contexto, o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (MDB), que já foi bem mais próximo ao governador, parece ser o nome mais forte; c) e os movimentos eventuais ligados ao serviço público no poder executivo – tanto os que já estão na ativa e que buscam reajustes/recomposições salariais quanto os que estão aprovados em concursos públicos e pedem pelas nomeações. Obviamente, existem outras questões que poderiam ser apontadas, mas esses três aspectos devem estar no raio de análise crítica do núcleo político de Helder Barbalho.

Assim, com um cenário bem favorável, o governador do Pará segue para o sexto ano consecutivo à frente da segunda maior unidade estadual da Federação consciente de que há ainda muito a ser feito, assim como é ciente de que sua indiscutível habilidade política deverá ser colocada à prova e mais ocasiões neste e nos próximos anos.