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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

100 dias de governo Helder Barbalho no Pará e o desafio de ser mais 'presente'

Rodolfo Marques

Ao destacar a marca cronológica dos 100 dias de gestão – no último 10 de abril –, ficou claro na postura de Helder Barbalho (MDB) o fato de que os desafios para conduzir o Estado são enormes. Todos os gestores recentes do Pará, o segundo maior estado do Brasil em extensão territorial, buscam identificar as muitas demandas sociais das mesorregiões, além das peculiaridades dos 144 municípios paraenses. Esse marco histórico dá um panorama sobre o encaminhamento das metas prioritárias por parte do governante, em que ele indica como será a condução do seu trabalho – além da estrutura de sua equipe de Governo.

Helder Barbalho venceu a eleição em 2018 com pouco mais de dois milhões de votos, tendo cerca de 55% dos votos válidos no segundo turno eleitoral e derrotando Márcio Miranda (DEM). Um dos pontos essenciais de sua campanha e fator decisivo na escolha do eleitor, foi a promessa de melhoria no quesito segurança pública. Entre as medidas mais assertivas neste sentido, o governador do Pará conseguiu, junto ao Ministro da Justiça, Sérgio Moro, o envio de tropas da Força Nacional para o Estado. São 200 agentes de segurança e mais 40 viaturas, que chegaram no final do mês de março e ficarão por 90 dias no Pará, com possibilidade de prorrogação desse prazo.

Outro ponto importante também abordado durante o processo eleitoral foi a educação, em especial no segmento básico – níveis fundamental e médio. O Pará tem como grande desafio melhorar os seus números gerais, em especial no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), parâmetro que identifica algumas melhorias que precisam ser feitas no segmento. Os números atingidos pelo Pará em 2017 e 2018 foram preocupantes em todos os aspectos, deixando o Estado em uma posição muito ruim no ranking nacional. São necessários, pois, ajustes de rota e mais investimentos para que o Pará possa voltar a evoluir nesta área.

No âmbito político, um ponto que se destaca é que, desde a campanha eleitoral, Helder Barbalho explorou muito a premissa de ser “presente”. Uma das formas de viabilizar isso foi a realização do Governo Itinerante, com a transferência da estrutura da gestão estadual para duas importantes regiões do Pará: o oeste do Estado, com a sede em Santarém, nos dias 21, 22 e 23 de março; e o sul e sudeste do Pará, com a sede em Marabá, nos dias 03, 04 e 05 de abril. Outro fato ocorrido nesse contexto foi a visita do governador, também em março, a algumas áreas do Estado que foram atingidas pelas fortes chuvas e enchentes nestes primeiros meses de 2019, como Paragominas e São Domingos do Capim.

Nas oportunidades, Helder anunciou algumas medidas emergenciais. Por fim, e não menos importante, o caso da queda da ponte sobre o rio Moju no último dia 6 de abril. O governador, no mesmo dia do acidente, dirigiu-se para o local e, em 17 de abril, por intermédio da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), assinou contratos emergenciais para a construção de uma ponte e para o atendimento das comunidades prejudicadas pela tragédia. Tais medidas, com uma mensagem de pronta-resposta, ilustram essa presença mais efetiva do governador nas questões principais do Estado.

Ainda no aspecto político, outro elemento importante é a base de apoio para as principais votações na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). Por ora, há uma perspectiva de que o Governo tenha uma maioria relativamente confortável entre os 41 deputados da Casa Legislativa. Além disso, na própria formação do governo, há cerca de 15 partidos no apoio político, inclusive com a ocupação de cargos.

No campo das grandes dificuldades a serem enfrentadas com urgência, merece muita atenção a questão da saúde pública. O Pará precisa de investimentos nesta área, em especial nos equipamentos dos hospitais regionais e nas melhorias de atendimento das unidades públicas de saúde. Para além disso, uma maior observância do Sistema Único de Saúde (SUS) e a adequação da infraestrutura para médicos e pacientes nos espaços de prestação de serviços são procedimentos essenciais para o Estado do Pará.

Outro enfrentamento importante com o qual o governador terá que lidar é o déficit público – divulgado nos últimos dias – de cerca de 587 milhões de reais no ano passado. O Estado tem, portanto, um desafio de gerir um orçamento com problemas e limitações e negociar suas dívidas pendentes, ao mesmo tempo em que precisar gerar empregos.

Para os próximos meses e anos de gestão, a certeza que existe é o grande número de desafios que o governo terá. Há, de fato, muito ainda a ser feito e muitos embates virão pela frente, mas o governador vem buscando, tanto em medidas emergenciais como em aspectos mais macropolíticos, uma postura efetiva para a modernização da gestão do Estado e a melhoria, a médio e longo prazos, da condição de vida dos cerc¬a de 8,5 milhões de habitantes do Pará.

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Rodolfo Marques
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