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Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

'Malês' em exibição no Cine Líbero Luxardo

Marco Antonio Moreira

O filme Malês (foto) leva o espectador ao coração da Revolta dos Malês, a maior insurreição de pessoas escravizadas da história do Brasil. Em 1835, Salvador se torna palco de um levante histórico, quando homens e mulheres negros — escravizados e libertos — se unem contra a opressão da escravidão. Guiados pela coragem e pela fé, africanos muçulmanos, conhecidos como malês, lideram a rebelião sob a inspiração de figuras como Pacífico Licutan (Antonio Pitanga), que prega a união de diferentes povos, tradições e crenças para fortalecer a luta pela liberdade.

No centro da trama, um casal arrancado de sua terra natal na África é separado e trazido ao Brasil como escravizado. Enquanto lutam para sobreviver e sonham com o reencontro, encontram no movimento dos Malês não apenas a chance de resistir, mas também a esperança de recuperar sua dignidade e escrever uma nova história. Mais do que um retrato histórico, Malês é uma narrativa de emoção, coragem e resistência — um filme que convida o público a reviver uma batalha esquecida, mas fundamental, da nossa memória coletiva.

O filme teve sua première nacional no Festival do Rio 2024 e é dirigido por Antonio Pitanga, renomado ator do cinema brasileiro que participou de diversos filmes importantes e trabalhou com grandes cineastas, como Glauber Rocha e Carlos Diegues. Malês é um projeto idealizado por Pitanga há três décadas e que finalmente ganhou vida graças à sua persistência e dedicação. O elenco conta com Antonio Pitanga, Rocco Pitanga e Camila Pitanga. Atualmente, o filme está em exibição no Cine Líbero Luxardo.

Além de Malês, o Cine Líbero Luxardo apresenta uma excelente programação, com a exibição de Paris, Texas, belo filme de Wim Wenders estrelado por Harry Dean Stanton e Nastassja Kinski, e do brasileiro Retrato de um Certo Oriente, de Marcelo Gomes. Inspirado no romance homônimo de Milton Hatoum, vencedor do Prêmio Jabuti, o filme retrata a saga de imigrantes libaneses no Brasil e os desafios enfrentados na floresta amazônica. Retrato de um Certo Oriente concorreu ao Prêmio Redentor na Competição de Longa-Metragem de Ficção da Première Brasil do Festival do Rio 2024.

SOCINE

A realização do XXVIII Encontro da Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (SOCINE), nesta semana, em Belém, na Universidade Federal do Pará (UFPA), foi um momento histórico para todos que apreciam o cinema. Diversas apresentações de pesquisadores de diferentes regiões do Brasil enriqueceram o conhecimento dos participantes, proporcionando momentos intensos de aprendizado e valorização da pesquisa cinematográfica. Agradeço a oportunidade de apresentar, neste encontro, meu trabalho de pesquisa de doutorado intitulado Paisagem na Neblina da Arte Cinematográfica: Um Pacto Cinéfilo do Cineclube da Associação Paraense de Críticos de Cinema (APCC).

Parabéns à SOCINE, à coordenação geral do evento em Belém, à UFPA por sediar esse expressivo encontro nacional sobre cinema, e a todos os pesquisadores e ao público que prestigiaram essa importante ação de cultura e pesquisa.

Mostra Amazônia, memórias para o futuro

O Cine Líbero Luxardo recebe, entre os dias 16 e 22 de outubro, a mostra “Amazônia, Memórias para o Futuro”, uma programação especial dedicada à preservação da memória cultural, social e ambiental da região amazônica. Todas as sessões são gratuitas, com retirada de ingressos disponível no próprio cinema, meia hora antes de cada exibição. A mostra reúne curtas, longas e documentários que percorrem mais de 40 anos de história da Amazônia, revelando as lutas, tradições, saberes e desafios enfrentados por seus povos. O público terá a oportunidade de revisitar obras marcantes, conhecer produções recentes e refletir sobre as transformações sociais e ambientais que atravessam o território amazônico.

Além da exibição dos filmes, a programação se estende com comentários e rodas de conversa com convidados especiais, ampliando o diálogo entre cinema, memória e realidade atual da região. O evento contará ainda com a estreia de um novo filme e com o lançamento de um livro, reforçando o compromisso da mostra em promover a arte como espaço de reflexão crítica e construção de futuros possíveis para a Amazônia.

Dica da Semana

Disque 8 Butterfield de Daniel Mann. Com Elizabeth Taylor, Laurence Harvey. Uma mulher é atormentada por impulsos contraditórios entre consciência e desejo. Marcada por uma experiência traumática na adolescência e por uma mãe que se recusa a encarar os fatos, ela mergulha em uma sucessão de casos ilícitos. Até que, inesperadamente, se apaixona de verdade por um homem repleto de problemas. A interpretação rendeu a Elizabeth Taylor o Oscar de Melhor Atriz (Cineclube SINDMEPA. Terça-feira, dia 7/10. Horário: 19h. Entrada franca).

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