Racismo: influenciadoras que deram banana e macaco de pelúcia a crianças serão ouvidas nesta segunda

Especialista em direito antidiscriminatório afirma que o vídeo apresenta o chamado "racismo recreativo", quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão"

O Liberal

Investigadas em inquérito de racismo contra duas crianças, as influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves serão ouvidas nesta segunda-feira (12), às 10h, na Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi), após a advogada de defesa ter pedido remarcação da data 10 minutos antes do horário dos depoimentos, inicialmente marcados para a última terça-feira (6).

VEJA MAIS:

image Influenciadoras presenteiam crianças pretas com bananas e macacos de pelúcia; web acusa racismo
As influenciadoras Kérollen e Nancy são mãe e filha e acumulam milhões de seguidores nas redes sociais

image Polícia investiga calúnia contra criança negra no Comércio, em Belém; mãe denuncia racismo
A menina foi acusada de roubar brinquedos do estabelecimento e foi abordada por funcionários da loja, situação que provocou um desmaio na pequena

image Racismo no trabalho: saiba o que fazer e como denunciar o crime
Cerca de 39% dos profissionais pretos e pardos já foram discriminados no trabalho por causa da cor da pele, aponta pesquisa

As duas influenciadoras digitais, que são mãe e filha, publicaram na plataforma TikTok vídeos em que aparecem entregando um macaco de pelúcia, uma banana e até dinheiro para duas crianças abordadas nas ruas.

Em um dos registros, Kerollen conversa com um menino negro em uma calçada e questiona se ele gostaria de ganhar um presente ou R$ 10. Ele opta pelo presente, mas, ao perceber que se tratava de uma banana, responde: "só isso?". O menino diz que não gostou e sai andando.

Em outra gravação, a mulher para uma menina na rua e faz uma proposta similar, oferecendo a opção de a criança escolher entre R$ 5 ou uma caixa. A criança opta pelo "presente", abre a caixa, vê que se trata de um macaco de pelúcia, aparenta ter ficado feliz, abraça o brinquedo e agradece a influencer.

Investigação

A especialista em direito antidiscriminatório Fayda Belo fez uma denúncia em uma rede social - assim elas começaram a ser investigadas. A advogada afirma que o vídeo apresenta o chamado "racismo recreativo", quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão".

A Decradi já sabe que os vídeos foram gravados em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. As duas vivem no bairro Jardim Catarina, também em São Gonçalo. A dupla tem mais de um milhão de seguidores no Instagram e 13 milhões de inscritos no Tiktok. O vídeo em que as duas crianças aparecem foram retirados das redes sociais das duas.

Em nota divulgada por sua assessoria jurídica, as duas disseram que "não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminações de minorias".

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Brasil
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BRASIL

MAIS LIDAS EM BRASIL