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Polícia investiga calúnia contra criança negra no Comércio, em Belém; mãe denuncia racismo

A menina foi acusada de roubar brinquedos do estabelecimento e foi abordada por funcionários da loja, situação que provocou um desmaio na pequena

O Liberal

A Polícia Civil informou, nesta terça-feira (6), que instaurou um processo para apurar o crime de calúnia ou constrangimento ilegal contra uma criança de 7 anos, praticado por funcionários de uma loja do centro comercial de Belém, na última quarta-feira (31 de maio). De acordo com a mãe da criança, a menina negra foi acusada de ter roubado brinquedos do estabelecimento e foi abordada por conta disso, o que provocou um desmaio na pequena. Um boletim de ocorrência foi registrado na 6ª Seccional Urbana, no bairro da Campina. O caso é investigado sob sigilo.

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A mãe da menina, a gestora ambiental Jayana Barbosa, denunciou o caso como racismo estrutural, que corresponde a práticas que promovem o preconceito racial, mesmo que sem a intenção dos autores. Segundo relatou a denunciante, ela e a menina foram seguidas por funcionários da loja após entrarem no local com sacolas de compras feitas em outros estabelecimentos. Em certo momento, a criança foi abordada pelos funcionários. 

“Ao ver a cena entrei em desespero, informando ao mesmo que possuía nota fiscal de tudo que ela tinha na sacola e, mesmo assim, ele não soltava minha filha. Os clientes na loja, em sua maioria branca, ao verem a cena, só observaram e nada fizeram. Minha filha, de tão desesperada com a cena, chorou e desmaiou depois de entrar em pânico”, relatou Jayana.

Ela conta que chamou uma viatura que passava no local e que, ao tentar deixar a loja, foi ameaçada pelo dono do estabelecimento, que ainda teria defendido a postura dos funcionários diante do que chamou de “situações suspeitas”. Ao chegar na delegacia, foi informada pela delegada que, sem gravações ou filmagens, não conseguiria comprovar o crime de racismo. “Eles disseram que só cabia uma calúnia constrangedora”, disse.

Nesta quarta-feira (7), segundo informou a gestora ambiental à redação integrada de O Liberal, o advogado da família terá em mãos as imagens de segurança da loja, que ajudarão a embasar o processo por racismo.

Injúria racial é tipificada como crime de racismo, com pena de dois a cinco anos de reclusão. O racismo é entendido como um crime contra a coletividade, enquanto a injúria é direcionada ao indivíduo.

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