Porteiro que presenciou espancamento contra Victor Meyniel é indiciado por omissão de socorro

O porteiro do prédio estava sentado ao lado de onde ocorria a agressão à Victor Meyniel e não pediu ajuda

Gabriel Bentes

O porteiro do prédio onde o ator Victor Meyniel, de 27 anos, foi espancado no último sábado (2), em Copacabana, foi indiciado por omissão de socorro. Imagens de uma câmera de monitoramento registraram o funcionário Gilmar José Agostini sentado e assisitindo o agressor Yuri de Moura Alexandre, 27, espancando Meyniel, que estava no chão. O caso é considerado crime de homofobia.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Débora Rodrigues, Gilmar deveria pedir ajuda para intervir as agressões. “Ele viu tudo e não fez nada. Ele não precisava se meter na briga, claro, pela integridade física dele, mas ele tinha o dever de pedir socorro” destacou a delegada, Bom Dia Rio, da TV Globo.

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Ainda segundo Débora, o porteiro não a tratou bem ao chegar no edifício. “Ao chegarmos ao prédio, ele já foi nos atendendo muito mal, falando que não viu nada, que não sabia de nada e que não ia se meter. Ele interfonou para o síndico, dizendo que ‘uma mulher estava lá fora’, mas não era nenhuma mulher, eram duas autoridades devidamente identificadas", contou a delegada. Em seguida, Gilmar foi conduzido à delegacia.

Porteiro diz que interfonou para o síndico 

À delegada, o porteiro disse que chegou a interfonar para o síndico do prédio com intuito de obter ajuda. “Ele disse que depois interfonou para o síndico, como se o síndico fosse alguma autoridade capaz de fazer alguma coisa naquele momento. Ele deveria ter saído, sim, e pedido ajuda para qualquer pessoa, a polícia, um transeunte, ou ligado para o 192. Mas ele não poderia ficar tomando café, assistindo A pessoa apanhar daquele jeito”, afirmou a delegada.

O agressor Yuri de Moura Alexandre, de 27 anos, foi preso em flagrante, pouco depois da ação. Ele também está sendo acusado de falsidade ideológica por ter se apresentado como um médico da Aeronáutica. No entanto, segundo a delegada, ele não é militar e muito menos médico. “Ainda é estudante”, disse Débora.

Segundo a delegada, Yuri saiu para malhar pouco tempo depois de agredir Victor. Ele foi preso em flagrante ao voltar da academia. “Ele já chegou dizendo: ‘Não toca em mim! Eu sou militar, sou médico militar! E bati mesmo. Assumo que bati. Qual é o problema?’” 

Ele enfrentará acusações de lesão corporalinjúria por preconceito, que podem resultar em uma pena de 2 a 5 anos de prisão.

Relembre o caso

O ator Victor Meyniel foi vítima de homofobia no último sábado (2) e alvo de agressões físicas por parte de Yuri de Moura Alexandre na portaria de um prédio em Copacabana, na zona sul do Rio. Imagens de uma câmera de monitoramento registraram o momento. Veja:

Segundo a defesa de Victor, o advogado Ricardo Brajterman, o ator conheceu o agressor na boate Fosfobox, na Zona Sul do Rio, horas antes da agressão. Em seguida, os dois foram para a casa de Yuri. Já pela manhã de sábado, quando ia embora, Meyniel foi se despedir do agressor na portaria do prédio, porém ele não gostou da "exposição" e iniciou com as agressões. O porteiro do prédio, que estava sentado ao lado tomando café, assistiu a cena e não interviu.

Após o espancamento, Victor foi deixado caído no chão enquanto Yuri fugia da cena do crime. Com a ajuda da mãe, o ator chamou a polícia e abriu um boletim de ocorrência na 12ª DP. Ele precisou passar por um exame de delito no IML (Instituto Medico Legal) e foi atendido em seguida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

(*Gabriel Bentes, estagiário de jornalismo sob supervisão da editora de OLiberal.com, Ádna Figueira)

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