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Pacientes de comunidades terapêuticas em São Paulo denunciam torturas, agressões e assassinato

Em uma Comunidade Terapêutica, imagens mostram um homem sendo agredido por sete pessoas

Luciana Carvalho
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Como foma de tentar ajudar um familiar com problemas de dependência de drogas, muitas famílias recorrem a internações em comunidades terapêuticas que, na teoria, deveriam funcionar como casa de apoio e de acolhimento. No entanto, muitas dessas entidades são privadas, cobram pelo serviço, mas não apresentam estrutura e nem licença de funcionamento.

Alguns se assemelham a antigos manicômios e outros são ainda piores com episódio de agressõestorturas e até denúncia de assassinato, segundo uma investigação jornalística realizada na Grande São Paulo.

Em uma das unidades da Comunidade Terapêutica Kairós, por exemplo, imagens mostram um homem sendo agredido por sete pessoas. Em outra unidade, este ano, dois internos morreram.

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Em entrevista ao Fantástico, uma paciente falou sobre a violência que sofreu na Kairós e de como foi enganada à primeira vista. “Eu estava com dependência de medicação, e a minha prima procurou uma pela internet, porque a Kairós é realmente muito bonita pelas fotos”, disse a vítima, que não quis se identificar.

Ela revelou ainda que ficou internada na unidade feminina de  Kairós, em Juquitiba, de dezembro e março deste ano, contra a própria vontade. “Do portão para dentro, as coisas mudam. Lá é um sistema de cadeia”, relatou.

Castigo

paciente denunciou ainda que o local mantinha um espaço conhecido como “buraco” onde, segundo ela, as internas eram punidas. “Ele serve para deixar as meninas de castigo”.

Outro método de castigo conhecido pelos internos é a “parede”: “Tem que ficar o tempo todo olhando para a parede”, disse a mulher.

De acordo com a paciente, além da violência física, as agressões psicológicas também eram constantes. “Dentro da Kairós, ou você entra no sistema, ou você vai tomar gogó”. O “gogó” é um golpe conhecido com mata-leão.

“Geralmente, eles [os gogós] são dados na frente de todo mundo, que é para todo mundo ver”, contou a paciente.

A comunidade terapêutica Kairós feminina, onde a mulher ouvida pelo Fantástico diz ter sido torturada, segue aberta, em processo de regularização. A dona do local se recusou a dar entrevista ou enviar qualquer posicionamento.

Já sobre a violência contra o homem agredido por sete pessoas, o advogado do dono da Kairós disse que os envolvidos foram identificados, os funcionários demitidos e os nomes repassados para a polícia.

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