Brasileira que morreu em incêndio no Japão disse à mãe, um dia antes, que o país era seguro
Amanda Borges Silva, de 30 anos, faleceu após incêndio em apartamento na cidade de Narita; suspeito foi preso e polícia investiga o caso

A brasileira Amanda Borges Silva, de 30 anos, foi encontrada morta após um incêndio em um apartamento na cidade de Narita, no Japão, na última quinta-feira (2). Um dia antes da tragédia, ela havia dito à mãe que se sentia segura vivendo no país.
Segundo relatos da família, Amanda chegou a ligar para a mãe, Valdeina Borges, e comentou sobre um episódio que reforçou a sua impressão de segurança no Japão. Ela havia esquecido uma mochila dentro do metrô, onde estavam dinheiro e passaporte. Quando voltou para buscar, encontrou tudo exatamente como havia deixado. “Ela foi comprar umas malas e esqueceu a mochila dentro do metrô e levou só as malas. Aí depois ela viu que o dinheiro estava dentro, e o passaporte. Ela foi lá e pediu para voltar a bolsa e conseguiram voltar. Voltou com o dinheiro, passaporte e tudo — o tanto que é seguro”, contou a mãe em entrevista à TV Anhanguera de Goiás.
Amanda morava no Japão e fazia planos de visitar a família em Goiás no final do mês. “Viria dia 20. Ia reunir com a gente aqui, fazer bolo para a gente, para todo mundo. Isso que ela falou”, disse a tia, Eunice Borges Bezerra. A mãe completou: “Ia reunir a família toda, sabe? Fazer churrasco? Ela falou que no Dia das Mães não dava para vir, mas dia 20 ela viria. Mas não deu certo, né?”
De acordo com a família, o corpo de Amanda deverá ser cremado no Japão. O Gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás aguarda a documentação para iniciar o processo de cremação e repatriação das cinzas para o Brasil.
O que se sabe sobre o incêndio
O incêndio aconteceu em um apartamento de dois andares localizado na região de Hon-Sanrizuka, na cidade de Narita. O corpo de Amanda foi encontrado entre os escombros do imóvel.
A polícia japonesa prendeu um suspeito de envolvimento no caso: Abailiya Patavadighe Pathum Udayanga, de 31 anos, natural do Sri Lanka. Segundo a emissora NHK, ele está desempregado e morava no mesmo apartamento onde Amanda foi encontrada morta.
Udayanga foi preso por suspeita de ter causado o incêndio de forma criminosa. Conforme a investigação, ele percebeu que o fogo havia começado dentro do apartamento, mas saiu do local sem tentar apagar as chamas. “Fiquei em choque e não consegui apagar o fogo”, declarou em depoimento à polícia japonesa.
As autoridades ainda investigam qual era a relação entre ele e Amanda. A suspeita é de que ela tenha morrido por asfixia após inalar a fumaça provocada pelo incêndio.
O Itamaraty informou que o Consulado-Geral do Brasil em Tóquio acompanha o caso e mantém contato com a família da vítima e com as autoridades japonesas. O ministério esclareceu ainda que “não fornece informações detalhadas sobre casos individuais” e que “o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos.”
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