Os bastidores da renúncia de bispo brasileiro após escândalo de assédio sexual

Dom Valdir Mamede, Bispo de Catanduva, foi aconselhado a renunciar após um processo interno conduzido pela Igreja, que apura sua participação em casos de assédio

O Liberal

O Papa Francisco aceitou, na última quarta-feira (1º), a renúncia apresentada por Dom Valdir Mamede, bispo de Catanduva, no interior de São Paulo. A informação foi divulgada pelo boletim da Sala de Imprensa do Vaticano.

O comunicado oficial diz: "O Santo Padre aceitou a renúncia ao governo pastoral da Diocese de Catanduva (Brasil) apresentada por S.E. Monsenhor Valdir Mamede". No entanto, os motivos da renúncia não foram especificados pelo Vaticano.

De acordo com investigações conduzidas pela imprensa local, a renúncia de Dom Valdir Mamede está relacionada a alegações de assédio moral e sexual envolvendo padres e seminaristas. Essas acusações foram examinadas em um processo interno liderado por Dom Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto.

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O processo canônico também está apurando a suposta acusação de que o bispo teria encoberto crimes cometidos por outros padres dentro da Igreja. Não houve investigação policial sobre o caso, mas, ao final do inquérito, o bispo de Catanduva foi aconselhado a renunciar.

Denúncias

De acordo com a investigação feita pelo jornal Gazeta do Interior, em março deste ano, Mamede determinou que todos os padres das 34 paróquias da região pagassem a condenação do padre Osvaldo Donizete da Silva, conhecido como padre Barrinha. Tanto ele quanto a Diocese de Catanduva foram obrigados a pagar cerca de R$ 500 mil de indenização a uma vítima de abuso sexual ocorrido em 2013, no município de Sales.

A publicação obteve áudios que revelaram que o líder da Diocese teria enviado um comunicado, via WhatsApp, informando sua decisão de que todos os sacerdotes arcassem com a condenação imposta em primeira instância pela Justiça de Urupês.

O processo canônico contra Mamede ainda está em andamento e pode resultar na demissão do Estado Clerical, podendo até mesmo levar à sua expulsão da Igreja.

A Diocese de Catanduva anunciou na internet que, até que um novo bispo seja nomeado e assuma o cargo, Dom Luiz Carlos Dias, bispo de São Carlos, atuará como administrador apostólico. Até o momento, Dom Valdir Mamede não se manifestou sobre o assunto.

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