Mulher atacada dentro de sexshop desabafa: 'Ferida da alma é a pior'
Vítima de tentativa de estupro, a dona da loja lutou contra o agressor e teve de ser levada ao hospital para imobilizar pescoço
A empresária que foi vítima de uma tentativa de estupro dentro do próprio estabelecimento comercial - um sexshop - na última quinta-feira (10/03), em Brasília (DF), se pronunciou por meio das redes sociais sobre o ocorrido. Embora não tenha ficado com nenhum ferimento grave, a mulher precisou ter o pescoço imobilizado depois de tentar se defender do ataque brutal do abusador. As informações são dos portais Metrópoles e G1 Goiás.
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Ainda muito abalada psicologicamente com tudo o que aconteceu, ela fez questão de tranquilizar os amigos. “Queridos clientes, muito abalada ainda com o ocorrido, mas minha fé em Deus é maior que tudo”, declarou. “Na medida do possível, estou bem, só com alguns hematomas. A ferida da alma é a pior”, escreveu.
A vítima de 50 anos, que prefere manter a identidade preservada, foi agredida ao reagir a uma tentativa de estupro. O acusado foi reconhecido como Jefferson Ribeiro Dias, um vigilante de 34 anos. Ele entrou no sexshop fingindo ser um cliente e, aproveitando-se do momento em que a mulher passou para um cômodo no fundo da loja, separado por uma cortina, para pegar os produtos solicitados, ele parte para o ataque.
Diante da reação da vítima, que tenta escapar a todo custo e voltar para a área de exposição da loja, ele age com violência, puxando-a pelos cabelos e tentando sufocá-la. Depois de arrastá-la de volta ao cômodo restrito a funcionários, ele tenta sufocá-la com o golpe conhecido como “mata-leão”, mas ela grita e acaba sendo ouvida por pessoas que passavam pelo local.
Assista ao vídeo do ataque:
Três homens entram na loja e flagram a ação, partindo para cima de Jefferson na tentativa de libertar a mulher. Em seguida, eles o levam para fora do estabelecimento e passam a agredi-lo. Um deles consegue imobilizá-lo mantendo um dos joelhos sobre o seu pescoço. Ele ainda é atingido com socos e cotoveladas no rosto e na cabeça. Minutos depois uma guarnição da Polícia Militar de Goiás chega e tira o vigilante das mãos dos populares.
Uma irmã do suspeito contou à polícia que quando chegou ao local ele já "estava sem respirar" e que pediu aos PMs para verificarem os sinais vitais de Jefferson. Ainda no depoimento, ela relatou que os policiais chegaram a colocá-lo deitado no chão e fizeram massagens no pelo peito dele. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros foram acionadas e chegaram cerca de 20 minutos depois. Os socorristas tentaram reanimá-lo por cerca de uma hora, sem sucesso.
O acusado foi levado até a viatura da PM, mas teve uma parada cardiopulmonar e morreu. Segundo a irmã, ele tomava remédios controlados e era usuário de drogas. Jefferson já acumulava dois inquéritos na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por estupro. A polícia já identificou e ouviu boa parte dos homens envolvidos na agressão ao acusado, mas, de acordo com o delegado adjunto Lúcio Valente, da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo I), será preciso aguardar o laudo para saber o que de fato causou a morte de Jefferson.
“As pessoas que agrediram entraram inicialmente para salvar a mulher. Mas caso a morte tenha sido provocada por agressões após ele estar imobilizado, aí sim você pode imputar responsabilidade sobre elas, algo que chamamos de excesso em legítima defesa. Mas não podemos cravar nada ainda sem o laudo”, comentou o delegado.
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